Análise: Trine 2: Director's Cut (Wii U)

em 06/01/2013

Um lindo reino em perigo. Um artefato sagrado. Heróis destemidos que devem salvar o dia. Diversas obras de entretenimento já exploraram ... (por Unknown em 06/01/2013, via Nintendo Blast)


Um lindo reino em perigo. Um artefato sagrado. Heróis destemidos que devem salvar o dia. Diversas obras de entretenimento já exploraram este tipo de situação, mesmo que não exatamente desta forma. A fórmula, tão exaustivamente utilizada, vem perdendo força com o tempo justamente por estar caindo na mesmice. Contudo, algumas obras conseguem capturar a temática de forma tão incrível que, mesmo tão desgastada, conseguem trazer novidades à fórmula. Neste contexto entra Trine. Lançado em 2009, o primeiro título da série apresentava lindíssimos visuais, uma trilha sonora emocionante e puzzles muito inteligentes, o que garantiu uma excelente recepção por parte da mídia e dos jogadores. Tamanho foi o sucesso que o título recebeu uma sequência dois anos depois.



Trine 2 foi lançado primeiramente para Playstation 3, Xbox 360 e PC, já que a limitações técnicas do Wii não permitiam que o título fosse trazido para os nintendistas. Contudo, com o lançamento do Wii U, que conta com um hardware muito superior a seu antecessor, a Frozenbyte viu a possibilidade de expandir o público de sua bem sucedida franquia. Jogo de lançamento do console, Trine 2: Director’s Cut inaugura com classe sua loja virtual e figura como um dos melhores títulos de sua line-up de lançamento.

Unidos por um artefato


Trine 2 conta a história de três heróis que têm seus destinos cruzados por um artefato chamado (duh) Trine. Cada um deles possui habilidades únicas: Amadeus é um mago capaz de criar e controlar objetos; Zoya é uma habilidosa ladra que pode alcançar lugares aparentemente inacessíveis com ajuda de um gancho preso a uma corda (qualquer semelhança com o Hookshot de Link é mera coincidência... ou não); e finalmente, Pontius é um cavaleiro desastrado, e fortemente armado com uma espada e um machado. Após serem evocados pelo artefato, os três devem unir suas forças para salvar seu reino. A história simples é só uma justificativa para a aventura, porém se torna cada vez mais complexa no decorrer do jogo, que possui um narrador que conta, em tempo real, o que está acontecendo. Além disso, é possível encontrar documentos e poemas que completam ainda mais a narrativa do título. Vale a ressalva que, mesmo assim, o game não possui uma história primorosa, mas isso está longe de ser um defeito, dado que Trine 2 se foca quase que totalmente na resolução de puzzles.

Os três herois do game


Falando em puzzles, eles ocupam boa parte da aventura e são muito divertidos de serem resolvidos. Isso porque não há apenas uma forma de resolvê-los, de maneira que o jogo estimula a experimentação por parte do jogador, que se sente cada vez mais desafiado a progredir. No modo singleplayer, você assumirá o controle dos três personagens, podendo alterá-los em tempo real ao toque de um botão (ou da touch screen do GamePad). No entanto, sendo jogado desta forma, o título se torna mais difícil, já que não é possível que os personagens trabalhem em equipe, o que reduz a eficiência na resolução dos quebra-cabeças. Para complicar um pouco mais, os controles não são dos mais simples, já que a disposições dos comandos é um pouco confusa. Depois de um tempo a jogabilidade se torna um pouco mais amigável, mas a curva de aprendizado é um pouco alta. É possível jogar também com o duo Wiimote + Nunchuk, mas mesmo assim os controles continuam não sendo dos melhores. Para facilitar um pouco, alguns comandos podem ser executados pela touch screen do GamePad ao invés dos botões. Melhora, mas nem tanto.

O game se torna muito mais divertido em seu modo cooperativo, seja online ou offline, já que cada jogador fica responsável por uma quantidade menor de movimentos que, dessa forma, podem ser melhor coordenados. Além dos puzzles, Trine 2 possui passagens de plataforma  e combates, que são extremamente divertidos e bem realizados. Nestes momentos as falhas na jogabilidade não atrapalham tanto, já que se alteram menos os personagens e os comandos para este tipo de ação são mais intuitivos. O título é dividido por fases e pode ser completado entre dez e quinze horas de gameplay.

Os combates são muito divertidos!


Superprodução


É impossível não se impressionar com a qualidade gráfica de Trine 2: Director’s Cut. Os cenários são muito ricos em detalhes, cores e efeitos de luz. Diversas vezes me flagrei admirando os cenários ao invés de seguir jogando, tamanha a qualidade da direção artística do game. Mesmo no GamePad (o título pode ser jogado integralmente sem o uso da TV), que possui resolução menor, o jogo ainda apresenta visuais muito acima da média. Os efeitos de física são espetaculares, o que é necessário, dado que praticamente todos os puzzles se utilizam da física do jogo. Mesmo assim, é difícil não se surpreender com o realismo com que os objetos e personagens reagem durante a jogatina.

O visual de Trine 2: Director's Cut é de cair o queixo


A parte sonora não fica para trás. As músicas são lindíssimas e chegam a ser emocionantes em alguns momentos dando o tom épico da aventura criada com maestria pela Frozenbyte. As dublagens são muito convincentes e os diálogos são muito divertidos e inteligentes. Tudo ainda é fechado com chave de ouro pelo belíssimo trabalho realizado pelo narrador da trama, que faz tudo parecer um grande conto de fadas.

As vantagens do atraso


A versão lançada para o Wii U não é chamada de Director’s Cut à toa, já que conta com o DLC The Goblin Menace, que adiciona seis novas fases ao título, inclusas no download. Além disso, como já mencionei, o game pode ser jogado integralmente no GamePad, o que é uma grande adição (a sensação de jogar um game desse nível sem a necessidade de uma TV é muito boa, ponto para a Nintendo). Por fim, como todo jogo de Wii U, é possível compartilhar impressões, dúvidas, screenshots, etc. no Miiverse sem a necessidade de sair do jogo, o que torna a jogatina ainda mais prazerosa.



Trine 2: Directors Cut é, sem dúvidas, o melhor título do eShop do Wii U até agora e um dos melhores de toda a line-up do console. Para quem gosta de uma boa aventura, cheia de quebra-cabeças e visuais de cair o queixo, o título é obrigatório. Para todos os outros, peço que deem uma chance ao game, que possui a magia e a capacidade de encantar que poucos jogos atuais possuem.

Prós

  • Puzzles inteligentes;
  • Gráficos estonteantes;
  • Trilha sonora épica;
  • Modo cooperativo online e offline;
  • DLC incluso no pacote;
  • Jogável no GamePad.

Contras

  • Jogabilidade com alta curva de aprendizado.


Trine 2: Director’s Cut – Wii U – Nota Final: 9.0

Visual: 9.5 |  Som: 9.0 | Jogabilidade: 8.0 | Diversão: 8.5 
Revisão: Alex Sandro 

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
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