Análise: Metal Slug 7 (DS)

em 05/01/2013

Pouco depois do lançamento de Metal Slug 6, todos foram surpreendidos com uma continuação da franquia para Nintendo DS. A surpresa fica... (por Unknown em 05/01/2013, via Nintendo Blast)



Pouco depois do lançamento de Metal Slug 6, todos foram surpreendidos com uma continuação da franquia para Nintendo DS. A surpresa fica não apenas por conta da plataforma, mas também pelo fato de que não haveria um lançamento para arcade. Metal Slug 7 traz seu humor e explosões para o portátil da Big N sem perder suas principais caracteristicas. Entretanto, como nem tudo são rosas, a adaptação traz consigo algumas peculiaridades. Vamos nos unir à Marco e seus companheiros na divertida batalha contra o exército rebelde e entender melhor mais esse game da SNK Playmore.

Eu já ouvi falar

Recordo-me daquele fim de tarde quando minha irmã me ligou dizendo para pegá-la em um local urgentemente. Ainda sem entender completamente a situação, fui até o local, onde não demorou muito para entender sua euforia: Metal Slug 7 para Nintendo DS estava à venda em uma loja daquele local. Primeiro, fiquei surpreso, pois já havia me esquecido que o portátil da Nintendo ganharia uma versão da franquia. Depois, fiquei receoso, pois lembrei de todas as minhas dúvidas que surgiram ao ler a notícia de que aquele game seria lançado... naquela plataforma. Metal Slug 7 é uma das franquias mais fortes da, já não tão forte, SNK Playmore. Metal Slug regeu parte de minha infância em arcades na companhia de King of Fighters. E por todas essas lembranças que minhas dúvidas surgiram.
 

Para quem não conhece, a franquia teve início em 1996 com "Metal Slug: Super Vehicle-001" para arcades e chamou atenção por seu humor, gráficos "desenhado à mão" e excessiva ação e explosões ao estilo dos filmes dos anos 90. Resumidamente, a história começa com um golpe de estado do "General Donald Morden" que, em 2028, consegue praticamente "dominar o mundo" devido sua milícia estar mais desenvolvida que o exército global. E nessa história clichê (mas divertida!) que os outros games seguem: Marco Rossi e seus companheiros combatendo o General Donald Morden. Não há nada de incrível no bigodudo de aparência semelhante aos ex-ditadores Adolf Hitler e Saddam Hussein. Não há nada de incrível no heroísmo de Marco e Tarma. Mas quem já foi apaixonado pelos arcades nos anos 90, sabe que hoje em dia poucos games de ação passam o sentimento de Metal Slug.

Aventura contra o exército rebelde




Aproximadamente um ano depois do lançamento de Metal Slug 6, a revista Famitsu divulgou que a franquia receberia um novo game da linha principal. Poderia ser muito cedo, mas não foi isso que surpreendeu os leitores, mas sim o fato de que o game seria o primeiro a não ter uma versão para arcades. Pior, seria exclusivo para Nintendo DS. Fazia pouco tempo que tínhamos o DS em mãos, mas até então tínhamos Mario Kart, Nintendogs e outros games que não se pareciam em nada com Metal Slug. Um ano depois, em 2008, finalmente podíamos colocar as mãos no jogo. E lá estava eu, com minha irmã, comprando o game.

No princípio, nada é muito chamativo. Ranking para verificar sua pontuação. Combat School como um modo tutorial. POW List para verificar os Prisoners of War que você resgatou, aqueles velhinhos loiros que soltam hadouken. Em Options nós temos opção de mudar os controles, ligar ou desligar o tiro automático, configurações de música ou resetar os dados do game. Como controles, temos aqueles botões para tiro, granada e pulo que podem ser reconfigurados.

A história é bem simples e se passa antes de Metal Slug 4. General Morden foi derrotado por nossos heróis, mas recebe reforços do exército rebelde do futuro para dominar o mundo. É, aqueles carinhas com roupas azuis e capacetes com antenas. Pouco antes de enfrentar o chefe final, temos de destruir o portal que conecta o futuro ao presente, que aparece no começo do game. E a luta contra o chefe final... bem, já tivemos desafios melhores antigamente. A campanha conta com sete fases, sendo que a última não é apenas mais extensa como tem um nível de dificuldade muito superior aos níveis anteriores. Nada que assuste um jogador inveterado do gênero, então sem pânico. Apesar de tudo, é possível finalizar a campanha em aproximadamente uma hora (me refiro ao modo Hard) e para quem tiver alguma dificuldade, talvez no máximo duas horas. A trilha sonora é composta por Toshikazu Tanaka, mesmo responsável por Metal Slug 4 e Metal Slug 5.

Novo game, novos recursos

É natural que um jogo de qualquer franquia tente trazer pelo menos uma novidade. Se Mario conseguiu fazer isso por tantos anos, em uma franquia menor como Metal Slug, isso não deve ser muito difícil. E não é. A SNK Playmore sempre trouxe novos recursos a cada lançamento. Seja a capacidade de engordar, tornar-se um zumbi, usar novos transportes (ou slugs) ou simplesmente a possibilidade de fases ramificadas. Em Metal Slug 7, temos pelo menos três coisas interessantes:

Slug Truck

Basicamente, um vagão. E seria "só isso" se ele não pudesse se anexar à outros vagões e dar forma ao caos. Podendo anexar até quatro vagões (dois de cada lado) e contando com munição ilimitada, esse Slug é a personificação do caos. Não que Metal Slug em si já não seja um caos (principalmente para quem está assistindo outra pessoa jogar). Lembra muito o Donkey Slug (aquele burro com pistolas, assim como o camelo, o elefante e outros animais) quando pega aquele vagão (uma casinha caindo aos pedaços) com canhão na parte superior.

Slug Gigant

Sim, é Gigant, não Giant. Baseado na palavra russa "гигант" (pronuncia "gigant") de mesmo significado. O que é uma brincadeira divertida, pois em alemão, idioma daquele nazista com quem General Morden tem algumas semelhanças, também existe "gigant" (apesar de usarem mais "riese") para o mesmo significado. Esse é um dos brinquedos mais divertidos do novo game. Um robô gigante esmagando os oponentes e tanques, atirando com sua metralhadora e ainda soltando "pulsos" de energia. Infelizmente, depois de sofrer uma certa quantidade de dano na cabine (8 ataques), o manipulador fica exposto e pode morrer. Para fechar o climax, o chefe da fase na qual podemos usar o Slug Gigant, também tem um robô gigante!

Slug Armor

Uma versão melhorada da LV Armor de Metal Slug 3 e também conhecida como "Heavy Armor". Apesar de ser um brinquedinho novo, não adiciona tanto à jogabilidade se compararmos com slugs semelhantes que tivemos nos games anteriores.

Do arcade pro DS


Metal Slug nunca precisou de uma segunda tela. Entretanto, é natural esperar alguma adição na jogabilidade por ser uma plataforma totalmente "nova". E apenas continuar esperando, pois não há uma melhoria significante. A segunda tela do DS serviu apenas como suporte, já que exibe apenas o mapa (e não é da fase completa, é apenas do cenário no qual você está). Não há nenhum tipo de interação proveitosa para a aventura. E creio que a melhor utilidade dela foi a exibição nos créditos finais. A questão é: Metal Slug precisa mesmo de uma funcionalidade na segunda tela? Me parece que não, seria difícil dividir atenção.

Em meio tanta ação, eventualmente é possível perceber uma queda na qualidade gráfica e velocidade do game. Essa lentidão se dá apenas em momentos de excessiva animação de balas e explosões. Algo que pode ser bem comum em Metal Slug, mas felizmente não acontece com tanta frequência. Outro ponto sobre os gráficos são os backgrounds. Jogando apenas Metal Slug 7 pode ser difícil perceber, mas depois de jogar qualquer outro game da série e partir para MS7, fica fácil perceber a qualidade inferior, talvez por limitações de hardware do DS.


O ponto mais triste da versão do DS é a ausência de um modo multiplayer. Isso corta muito a vida útil do game. Depois de finalizar uma vez com cada um dos seis personagens (o que não muda nada no fim das contas, aliás) nos três modos de dificuldade, temos aproximadamente vinte horas de jogo. E lhes digo, fica difícil jogar depois disso. Exceto para os amiguinhos que gostam de investir algum tempo na Combat School, o modo tutorial (que aliás, voltou com força total).

"Demasiadamente Satisfatório"



Apesar de todas as dificuldades e complicações que o game encontra como uma continuação da franquia, é um bom game para DS. Primeiro, por eu não imaginar que um game assim ficaria tão gostoso em um portátil. Sim, o controle do DS encaixa perfeitamente na jogabilidade da franquia. Outro ponto, ao finalizar o game você tem a opção de escolher em qual fase quer jogar sem precisar passar pelas antecessoras. E como cada fase dura questão de minutos, é perfeito para uma jogatina sem compromisso, enquanto almoça ou espera alguém.


Prós


  • Conseguiu inovar
  • Não perdeu sua essência
  • Jogabilidade se adequou ao portátil


Contras


  • Sem multiplayer
  • Campanha curta
  • Eventuais "travadinhas"
Metal Slug 7 - Nintendo DS - Nota Final: 6.5
Visual: 4.0 | Som: 6.0 | Jogabilidade: 8.0 | Diversão: 8.0
Revisão: Leandro Freire 

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
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