Jogos baseados em HQs nem sempre resultam em produtos de
qualidade. Por muitos anos as empresas tentaram criar experiências que pudessem
reproduzir minimamente a sensação de estar na pele dos super-heróis mais
famosos do mundo. Enquanto eventualmente o Homem-Aranha consegue ser fielmente
levado ao mundo dos videogames, o Superman amarga fiasco atrás de fiasco, tendo
protagonizado, inclusive, um dos piores jogos de todos os tempos, Superman 64.
Batman também é um herói com altos e baixos nos games: enquanto protagonizou
alguns títulos excelentes na era 16-bit, envergonhou todos os seus fãs durante
a geração do GameCube.
O Cavaleiro das Trevas retorna!
Contudo, em 2009 a franquia encontrou todo seu potencial com Batman: Arkham Asylum, game desenvolvido pela Rocksteady que contava com um roteiro fora de série e gameplay fluido. Dois anos se passaram e sua sequência, Batman: Arkham City, foi lançada. O título aprimorava tudo que havia sido criado no primeiro jogo da franquia e ainda trazia diversos novos elementos à obra. O game, facilmente, foi um dos melhores lançados em 2011, mas infelizmente, devido às limitações do Wii, não era possível trazer a franquia ao console. No entanto, o lançamento do Wii U tornou possível a vinda de grandes franquias dos consoles HD aos nintendistas, e Batman não poderia ficar de fora! Apesar de ter sido lançado um ano depois das versões para os consoles concorrentes, o game, que ganhou o subtítulo de Armored Edition, conta com todos os DLCs lançados até agora e novos elementos de jogabilidade graças ao GamePad.Mais recursos que o cinto de utilidades |
Na mão do palhaço |
I’m Batman!
Batman: Arkham Asylum fez tanto sucesso quando foi lançado por uma série de qualidades
pouco vistas em games baseados em quadrinhos. Dentre tantas qualidades, além do
roteiro, a jogabilidade se sobressaía como uma das maiores. Fluidos, funcionais
e divertidos, os controles do game eram excelentes, tornando o jogo muito mais
agradável. Arkham City leva tudo a um novo patamar e, no Wii U as coisas ficam
ainda mais interessantes, já que o GamePad é utilizado à exaustão. Os combates,
que já eram muito intensos, ficaram ainda mais divertidos com a implementação
de uma nova armadura para o herói, que é ativada com um toque na tela do
GamePad. Além disso, o inventário pode ser acessado inteiramente pela
touchscreen, assim como o sistema de upgrades e o mapa do jogo, o que torna a
jogatina muito mais eficiente. Por fim, diversos gadgets são utilizados
diretamente pelo controle do novo console, seja pela sua touchscreen ou pelo sensor
de movimentos. As funcionalidades não são apenas perfumaria e tornam a
experiência muito mais imersiva, passando a sensação de que realmente temos
total controle sobre o herói.
O game funciona como um título da série Zelda, em que há um
cenário que serve como hub e dá acesso às “dungeons” do jogo, onde as missões
devem ser realizadas. A cidade é cheia de inimigos, segredos e sidequests para
todos os lados, o que aumenta a longevidade da jornada, que já dura em torno de
15 a 20 horas sem a busca por colecionáveis. Para completar, Armored Edition
ainda conta com todo o conteúdo extra já lançado via DLC para as outras
plataformas, o que inclui missões extras que enriquecem ainda mais a já
volumosa história do jogo. As missões protagonizadas pela Mulher Gato são as
mais interessantes, já que são integradas à história principal e ocorrem
paralelamente a ela. Estas missões, apesar de não serem muito longas, possuem
uma dinâmica muito interessante, principalmente por possibilitar que os
jogadores possam explorar o enredo sob outro ponto de vista.
Baixo desempenho
O jogo trava, mas não chega a congelar... |
Os gráficos de Batman: Arkham City Armored Edition são
excelentes, seja por seu lado técnico ou artístico. A ambientação de Arkham é
impecável, e passa todo o clima sombrio dos quadrinhos (que o título faz
questão de referenciar quase o tempo todo). Tal característica torna o game
ainda mais interessante, já que o jogador passa a acreditar no mundo que está
diante de seus olhos, o que aumenta muito a imersão do título. No entanto, a
versão nintendista do título decepciona na performance em relação às lançadas
para consoles concorrentes. O carregamento das texturas é lento e o jogo
apresenta muita lentidão em momentos com muitos elementos na tela, o que não
ocorre em outras versões. É um pouco preocupante ver que um jogo lançado há
mais de um ano para plataformas que já estão no mercado há mais de seis anos
roda com certa dificuldade em um hardware lançado há pouco menos de dois meses.
Contudo, ainda é cedo para saber se o problema está no port ou se é limitação
técnica do console, mesmo assim, é decepcionante que o jogo engasgue tanto.
Se a parte visual do título não consegue se equiparar ao que
é apresentado nas outras plataformas, pelo menos quanto ao som temos algo até
superior. A qualidade das composições e da dublagem é incrível, e aumenta ainda
mais a imersão do jogador. Mas o que torna a versão de Wii U superior às outras
é o fato de que quando os personagens se comunicam com Batman via rádio, o som
é emitido pelo GamePad, o que dá um efeito mais dinâmico a aventura, dando a
impressão de que você é realmente o super-herói.
Lançamento de peso
O lançamento do Wii U marca a chegada de diversos títulos
que passaram longe dos consoles Nintendo nesses últimos anos. Felizmente,
Batman: Arkham City é um dos títulos que chegaram juntamente com o console e,
mesmo com alguns problemas técnicos, é uma excelente opção para começar a coleção
de jogos do novo console da Nintendo. Contudo, para os que já jogaram o título
em outras plataformas, não há muitos motivos para revisitar a aventura.
Prós
- Roteiro envolvente e bem encadeado;
- Jogabilidade excelente e variada;
- Colecionáveis e sidequests aumentam a longevidade do título;
- Dublagem competente que aumenta a imersão do jogo;
- Ambientação convincente.
Contras
- Lags atrapalham a jogatina;
- Qualidade gráfica inferior à do game lançado em 2011.
Batman: Arkham City Armored Edition – Wii U – Nota 9.0
Revisão: Lucas Oliveira