Planejado inicialmente para o Nintendo 64, Eternal Darkness foi adiado e lançado para GameCube em 2002, e foi o primeiro jogo publicado pela Nintendo a ser classificado para jogadores adultos. O título foi um tremendo sucesso nas criticas, mas infelizmente não teve muito êxito comercial, sendo ignorado por alguns jogadores. Mesmo tendo ótimos produtores como Shigeru Miyamoto e Satoru Iwata e recebendo total apoio e atenção da Nintendo, Eternal Darkness não alcançou boas vendas, mas atingiu um certo status cult com o passar dos anos, o que gerou até mesmo rumores de que uma sequência poderia ser lançada para o Wii U.
“The darkness comes...”
“Carne e osso unidos por uma estranha encantação mágica. É com esse livro miserável que tudo começou tanto tempo atrás. Antes do tempo, antes da humanidade”. Com as palavras iniciais do Dr. Edward Roivas, entramos no mundo de Eternal Darkness para ouvir a história da humanidade, que ele diz estar à beira da extinção há mais de dois milênios. Tudo isso nos é contado através do Tomo da Escuridão Eterna, com o qual vivemos as memórias dos mais diversos personagens que tiveram contato com ele ao longo dos séculos.
Na mitologia de Eternal Darkness existem quatro seres tidos como deuses, chamados de “Antigos”. São Mantorok, Ulyaoth, Chattur’gha e Xel’lotath. O Tomo da Escuridão Eterna é o centro de todo o jogo, encadernado com carne e ossos humanos por Mantorok, que é quem mantém o equilíbrio entre os outros três Antigos. O cenário é centrado principalmente na mansão pertencente à Edward Roivas, onde sua neta tenta investigar seu misterioso assassinato.
Runas, alinhamentos e mágica
Com o tomo nas mãos, os personagens ganham poderes medidos por uma barra azul, que permite que sejam feitas mágicas através de runas e feitiços. Uma vez aprendidos, os truques permanecem sempre anotados e guardados no livro para quem o encontrar depois. Esses feitiços devem ser feitos com as runas na ordem certa e com um dos quatros alinhamentos existentes, cada um correspondendo a um Antigo, sendo que o alinhamento é justamente a invocação do poder do Antigo escolhido para a utilização de certo feitiço. Eles são definidos por cores e tem o seguinte esquema:
- Alinhamento azul de Ulyaoth afeta a habilidade de mágica e tem poder sobre Chattur’gha;
- Alinhamento vermelho de Chattur’gha afeta a saúde física e tem poder sobre Xel’lotath;
- Alinhamento verde de Xel’lotath afeta a sanidade e tem poder sobre Ulyaoth;
- Alinhamento roxo de Mantorok afeta a mágica, a saúde e a sanidade e tem poder sobre os três Antigos. Mas há certos feitiços que não podem ser feitos com esse alinhamento.
Os feitiços encontrados podem ser usados para proteção, recuperar energia, combate, controlar inimigos e até mesmo para resolver puzzles.
“Você também virá a entender o medo, como eu o fiz”
O que aprendemos logo através do Tomo é a importância da sanidade, pois quanto mais ela se esgota, mais alucinações você vai ter. E isso não se aplica só aos personagens. Eternal Darkness gosta de mexer na cabeça de seus jogadores para definitivamente deixá-los insanos. Então não se preocupe se o volume da televisão diminuir e aumentar sozinho, se você ouvir passos, pessoas ou bebês chorando, se sangue começar a escorrer da parede, se pessoas baterem na porta, se o seu personagem começar a perder membros do corpo enquanto anda ou até se seu jogo acusar que o console está quebrado ou perguntar se seus saves podem ser apagados. Mas são apenas os efeitos de sanidade tentando te deixar louco...ou será que não?
Mas o Tomo da Escuridão Eterna conseguiu assustar vocês com alguma das histórias de seus personagens através dos tempos? Ou será que algum dos efeitos de sanidade conseguiu perturbar, assustar ou até enganar vocês? Ah, e não se esqueçam: "A escuridão virá".
Revisão: Alex Sandro