Blast from the Past: The Hobbit (GC)

em 18/12/2012

O Hobbit é um célebre romance de um dos maiores escritores de todos os tempos, o inglês J.R.R. Tolkien, considerado o pai da fantasia na l... (por Thomas Schulze em 18/12/2012, via Nintendo Blast)

O Hobbit é um célebre romance de um dos maiores escritores de todos os tempos, o inglês J.R.R. Tolkien, considerado o pai da fantasia na literatura moderna junto a seu amigo e também escritor C.S. Lewis (autor das Crônicas de Nárnia). O livro está finalmente chegando às telonas dos cinemas, mas você sabia que muito antes da adaptação do diretor Peter Jackson existir, O Hobbit veio ao universo da Nintendo em um simpático jogo de plataforma para GameCube? Então, que tal tirar a poeira do velho videogame e embarcar em mais uma jornada pela Terra Média?

Lá e de volta outra vez

Uma grande história é
legal em qualquer formato.
Publicado originalmente em 1937, O Hobbit é um livro infanto-juvenil que fez um enorme sucesso entre leitores de todas as idades e países, o que acabou levando Tolkien a expandir esse universo e escrever a saga O Senhor dos Anéis, que você deve conhecer muito bem caso não tenha passado a vida trancado na caverna de Smaug. A trilogia do Anel acabou ficando ainda mais popular depois que Peter Jackson ganhou dezenas de Oscar com sua adaptação cinematográfica, e toda a mitologia da Terra Média acabou fincando firmemente suas raízes no imaginário popular.
Com isso surgiram bonecos, artigos de colecionador, reedições dos livros e, obviamente, videogames baseados no universo de Tolkien. Como a EA havia adquirido os direitos para lançar com exclusividade jogos baseados nos filmes de O Senhor dos Anéis, outras empresas que quisessem uma fatia desse mercado precisaram ser criativas. Foi assim que a hoje extinta Sierra Entertainment, que já havia trazido ao mundo grandes jogos de fantasia épica como a série King's Quest para PCs, acabou investindo todas as suas fichas numa adaptação do livro O Hobbit, e voltando à sua tradição de lançar jogos com ricas narrativas.

Uma jornada inesperada

Caso você não tenha lido o livro, visto o filme ou jogado o jogo, O Hobbit conta a história... bem, de um hobbit, o que mais você esperava? Mais especificamente a história de Bilbo Bolseiro, um pequeno ser que nunca havia vivido grandes aventuras, até que o mago Gandalf bate em sua porta e o apresenta à uma companhia de anões que pretende embarcar numa jornada para retomar o tesouro do temível dragão Smaug. E, assim, Bilbo sai do Condado pela primeira vez na vida, e dá início ao nosso jogo.
O minúsculo Bilbo sai do pequeno Condado
para viver a maior das aventuras.

"Longe da névoa densa e fria das montanhas até as profundas masmorras..."

Link encontra um baú e...
Ah, espera!
The Hobbit é um jogo de plataforma 3D como tantos outros da geração, contando ainda com alguns puzzles para quebrar a rotina. Pense em um híbrido de Super Mario e The Legend of Zelda e terá alguma ideia do que esperar em termos de jogabilidade. Há muitas sequências de plataforma com pulos e mais pulos, o que acaba se tornando o coração do jogo, mas há também uma boa dose de aventura, personagens para interagir, monstros para derrotar, mundos a explorar, itens para colecionar e problemas para resolver.

Bilbo começa a aventura apenas com um saco de pedras para atirar nos inimigos e um cajado para se defender, mas conforme a história se desenrola aparecem novas armas e habilidades, como a espada Ferroada e, é claro, o Um Anel, com o qual é possível ficar invisível por um certo período de tempo e brincar de Solid Snake com os orcs e demais oponentes. Na verdade, ficar invisível é menos espionagem e mais aquele velho esquema de memorizar padrões de movimentos dos inimigos e investir na "tentativa e erro".
Uma das inúmeras sequências de plataforma do jogo.


São doze capítulos ao todo, a maior parte deles baseada diretamente em passagens e títulos do livro. O jogo faz um bom trabalho ao criar cenários bem distintos, de modo que é um prazer explorar locais icônicos como Bag End, Mikrwood e Lake-Town, além, é claro, da caverna misteriosa em que encontramos Gollum e jogamos adivinhas no escuro. Enfim, do lindo e verde Condado até as montanhas perigosas e cheias de neve, The Hobbit frequentemente deslumbra com seu belo visual.

Os modelos de personagens são
bonitos e carismáticos.
Embora personagens famosos e amados como Thorin e Gandalf marquem presença no jogo, ele toma liberdades criativas e apresenta novos rostos, como o anão Balfor, escravizado por Goblins, e a elfa Lianna, que auxilia na fuga de Lake-Town. Quase todos os personagens contam com um bom trabalho de dublagem, o que, junto a belas cenas de corte, ajuda a tornar a narrativa ainda mais imersiva e agradável.

Pelo lado negativo, o jogo é razoavelmente desafiador graças a sua câmera um pouco teimosa. Além disso, algumas missões podem acabar se revelando um tanto monótonas e acabar entediando o jogador. Por fim, a trilha sonora fica muito longe de poder rivalizar com as belíssimas composições que Howard Shore escreveu para os filmes de Peter Jackson.

Estão levando os Hobbits para Isengard!

Prato cheio para os fãs de fantasia.
E só para eles.
Num mundo repleto de jogos de plataforma 3D, é um pouco complicado afirmar que The Hobbit é um título obrigatório. Não é. Embora tecnicamente correto e agradável na maior parte do tempo, o fato é que há dezenas de jogos mais competentes no mercado. Mas se você é fã de fantasia e procura um jogo com uma história legal, se aprecia o trabalho Tolkien, ou se quer apenas ficar antenado e conhecer um pouco mais sobre esse universo sem precisar ler o livro ou assistir os filmes, saiba que esta é uma ótima opção

O Hobbit já foi levado para os livros, para o cinema, para os videogames, e até mesmo para Isengard. Então talvez agora seja o momento certo para darmos atenção a outras obras de Tolkien? Afinal, se The Hobbit virou jogo muitos anos antes de virar filme, não seria nada mal se alguma empresa seguisse o exemplo da Sierra e resolvesse adaptar o Silmarillion para os videogames antes dele também virar filme, não é mesmo? Eu pelo menos nunca dispensaria uma nova jornada pela Terra Média.
Revisão: Luigi Santana
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