Análise: Johnny HotShot (eShop/3DS)

em 11/12/2012

A UFO Interactive Games traz mais uma vez o seu personagem Johnny ao eShop do Nintendo 3DS. Mas, ao invés de lutar artes marciais como em ... (por Alberto Canen em 11/12/2012, via Nintendo Blast)


A UFO Interactive Games traz mais uma vez o seu personagem Johnny ao eShop do Nintendo 3DS. Mas, ao invés de lutar artes marciais como em Johnny Kung Fu, nesse novo jogo ele atua como um xerife do Velho Oeste, que precisa capturar cinco fora-da-lei que estão atormentando a cidade, incluindo o mesmo vilão do jogo anterior, Mr. Wang. Mas como de repente ele está em um cenário de "bang-bang"? "Simples": ele fora sugado para dentro da máquina de fliperama que estava jogando. Mais um dia normal na vida de um jogador (!).



Tiro na mosca


Johnny HotShot conta com cinco fases com um bandido procurado como chefe, cada uma dividida em três estágios. Cada um destes tem uma forma diferente de jogar. Começamos com Shooting Gallery, onde os inimigos e inocentes vão aparecendo como alvos de papelão em um estande de tiros de um parque de diversões (claro que devemos acertar apenas os bandidos). A penalidade por acertar algum inocente é uma leve diminuição na própria quantidade de vida. É possível comandar uma mira com o direcional, usando um botão para atirar e outro para recarregar. Mas também existe a opção de usar a tela de toque, bastando clicar na figura que representa o alvo na tela superior (opção bem mais rápida). O segundo estágio, Saloon Shootout, já conta com mais ação e Johnny precisará se movimentar de um lado para o outro acertando os inimigos em forma de alvo que vão aparecendo e tendo cuidado para não acertar as mocinhas, pois os malfeitores escondem-se atrás delas. Finalmente, em Catch ‘Em All!, está na hora de capturar o bandido procurado. Para isso, será necessário persegui-lo a cavalo atirando e desviando dos tiros dele (esse é o único momento que atiram em Johnny) até que ele fique sem energia e você possa laçá-lo.





Os cenários ficaram bonitos e simpáticos, imitando estandes de jogos, não locais reais - lembrem-se que Johnny foi sugado para dentro de um game. O efeito tridimensional deve ser usado do início ao fim, pois dá uma boa profundidade, característica que ajuda na jogatina e agrada aos olhos. Diferente de alguns joguinhos do eShop que têm "3D" apenas no nome e se o jogador desligar o efeito não estará perdendo em nada. As musiquinhas também dão um tom de Faroeste, apesar de serem um pouco repetitivas, ainda mais que será necessário passar pela mesma fase diversas vezes.





Tiro no pé

A UFO estava indo muito bem em Johnny HotShot, até tomar decisões que iriam comprometer toda a jogatina. Apesar de serem cinco fases, apenas duas estão desbloqueadas. Para liberar a terceira, é necessário conseguir 16 estrelas. Cada fase conta com nove estrelas: três por estágio. Ou seja, o jogador precisará praticamente chegar à perfeição antes de poder progredir no game. E, diferente do que se possa imaginar, para conseguir as três estrelas não é necessário vencer todos os bandidos da fase, mas apenas acertar o chefe o mais rápido possível logo na primeira vez em que ele aparece (ele fica aparecendo rapidamente e fugindo em seguida). Mas não é tão fácil, ele some tão rápido e o tiro quase nunca é tão preciso a ponto de acertá-lo, o que gera a necessidade de repetir o mesmo estágio várias vezes. Mesmo na perseguição a cavalo, os tiros dificilmente acertam o bandido, ainda que ele passe bem na sua frente.




Certamente, o objetivo da desenvolvedora foi aumentar a longevidade do jogo, para não dizer mascarar o fato de que não seria necessário mais do que meia hora para chegar ao final. Mas eles deveriam se preocupar em criar pelo menos o dobro de fases apresentadas e mudar o objetivo do game, exigindo que o jogador passasse por todo o estágio até poder enfrentar o chefe ao final, e não nos primeiros segundos de jogatina. As estrelas deveriam ser dadas apenas por tiros certeiros e as novas fases desbloqueadas por um número razoável de estrelas. Felizmente, depois de capturar o bandido da fase, passando pelos três estágios, é possível escolher qualquer um deles para jogar novamente e assim conseguir mais estrelas onde não se foi tão bem. Ainda assim, os critérios rigorosos e a precisão mediana tornam necessário repetir muitas vezes o mesmo estágio, transformando a diversão inicial em uma verdadeira chateação.



O pessoal da UFO criou um personagem interessante e tem tido ideias criativas, mas mal executadas. Se formos ver bem, Johnny HotShot tem um cenário bonito, fases curtas (como deve ser em um portátil), um herói simpático e faz bom uso da tela de toque e do efeito tridimensional (o que não vemos com tanta frequência nos jogos menores do eShop). Contudo, a falta de precisão dos tiros quando é realmente necessário e a obrigatoriedade de ser quase perfeito apenas para poder continuar progredindo no jogo, forçando o jogador a repetir as mesmas fases diversas vezes, podem irritar e afastar mesmo os jogadores mais pacientes.



Prós

  • Belo visual estilo estande de jogo eletrônico, que faz bom uso do efeito 3D;
  • Várias opções de controles;
  • Três tipos de jogabilidade: uma para cada estágio das fases.


Contras

  • Péssimo critério para obtenção de estrelas;
  • Jogo muito curto, mascarado pela dificuldade de desbloquear as fases;
  • Falta de precisão para acertar os chefes de fase.
Johnny HotShot - eShop/3DS - Nota Final: 5.5
Visual: 7.0 | Som: 6.5 | Jogabilidade: 6.0 | Diversão: 5.0

Revisão: Leonardo Nazareth

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.