Analógico: A Nintendo e o lado lúdico da vida

em 22/12/2012

É fato que, a cada dia que passa, podemos notar o quanto os jogos estão ficando parecidos com a vida real. Mas também percebemos como ... (por Gustavo Rocha em 22/12/2012, via Nintendo Blast)

É fato que, a cada dia que passa, podemos notar o quanto os jogos estão ficando parecidos com a vida real. Mas também percebemos como a própria vida real tem ficado parecida com os jogos. Na verdade, a vida tem ficado mais parecida com os games desde que foi criado o primeiro jogo do mundo. Ou seria o contrário? Talvez o jogo esteja ficando parecido com a vida, e a vida esteja ficando parecida com um jogo? Confuso? Eu, redator, por exemplo, percebo que minha vida, a cada dia que passa está ficando cada vez mais parecida com a do Mario, e às vezes sou obrigado a entrar no cano para encontrar novos caminhos. E também penso até mesmo em rezar para a deusa Hylia em busca de ajuda em alguns pepinos. Estranho? Não, lúdico!


A vida é um jogo!

O que é a vida? Você já parou para se perguntar isso? Novamente, eu, redator, acredito que a vida não passa de um caminho a ser trilhado, repleto de desafios causados por incontáveis fatores e obstáculos que tentam me impedir de chegar a um grande objetivo (pessoal, no meu caso). E, por mais que eu esteja fadado a desaparecer deste mundo algum dia, nada pode me impedir de buscar o que quero enquanto estou vivo.

Agora experimente pegar este modelo de vida, e aplicar o máximo de fantasias e coisas inimagináveis nele.

Dependendo da forma com que você imaginou, provavelmente chegou a algo parecido com Zelda ou Mario Bros, ou até mesmo a algo que nunca ninguém jamais pensou. Quer dizer então que a lenda de Zelda ou a história de Mario são baseadas na própria vida real? Exatamente!


Nintendo – há mais de 100 anos ludificando a vida

O simples fato de jogar pode ser definido como lúdico. Isso porque, segundo os autores do livro Regras do Jogo (Rules of Play, no original), de Katie Salen e Eric Ximmerman, os jogos podem ser definidos basicamente como “um subconjunto da interação lúdica”, ou seja, neles são reunidos inúmeros fatores lúdicos, como a fantasia, o cenário imaginado e também a forma com que o jogador interage com ele, por meio da jogabilidade.


Na clássica história do encanador bigodudo, Mario (ainda chamado de Jumpman, na época) tinha que salvar a princesa enfrentando obstáculos causados pelo seu futuro parceiro de corridas, o macaco louco Donkey Kong. Futuramente, Mario passaria a vida limpando esgotos de monstruosidades e depois se tornaria até mesmo um grande esportista. Essa é a vida de Mario, lúdica principalmente porque pertence a um universo fictício, mas ao mesmo tempo real, pois apresenta elementos da vida humana, como um próprio personagem principal humano tentando cumprir objetivos. É o universo de uma vida, acrescentada de fatores lúdicos interativos. Resumindo, é um retrato da nossa vida – a vida do homem – com fatores criativos fantasiosos.

Pokémon – ser um mestre é o que todos querem

A Nintendo, veterana de guerra na criação de jogos eletrônicos, sempre apresentou um forte senso lúdico criativo em seus jogos, como nas séries Mario e Zelda. Isso porque ambos os exemplos possuem universos próprios de interação, com cenários, sons, cores e personagens próprios, todos ligados à realidade de formas únicas. Agora, é impossível abordar este assunto tão místico e não se lembrar da fantástica criação de Satoshi Tajiri: Pokémon.

Se já jogou e gostou da série, ou até mesmo assistiu ao anime, algum dia deve ter imaginado como seria viver treinando monstros e buscando ser o melhor em comparação aos outros.

Treinar a si mesmo estudando, lutando jiu jitsu ou jogando Mario Kart é parecido com a história de um treinador Pokémon, não acha? A diferença é que cada um pode interpretar a forma de ser um mestre do jeito que quiser.
E cada um pode dar início a uma meta da forma que quiser também. Não foi o próprio Satoshi que disse ter se inspirado para criar Pokémon com base na época em que capturava e colecionava insetos?

Repito: a vida é um jogo!

Por isso afirmo que existe vida nos jogos eletrônicos. Afirmo que a Nintendo é um poço de vida, e que seus universos são todos reais e de valores reais, só que apresentados de forma lúdica.
E sim, por mais clichê que possa parecer essa afirmação, digo que a vida é de fato um jogo, repleto de desafios, personagens, cenários e plataformas possíveis e impossíveis de serem alcançadas apenas com um salto. Muitas vezes são necessários dois saltos. E, muitas vezes, é necessário filosofar, para entender como alcançar essas plataformas. Ao menos a coragem de Link ou a vontade de Mario podem incentivar e colaborar bastante nisso. Podemos agradecer a Nintendo agora?

Revisão: Felipe Biavo 

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