Blast from the Past: Felix The Cat (NES)

em 12/11/2012

Raros são os personagens que conseguem alcançar o status de ícones culturais. Muitos dos que conseguem são pela sua longevidade, outros pe... (por Unknown em 12/11/2012, via Nintendo Blast)

Raros são os personagens que conseguem alcançar o status de ícones culturais. Muitos dos que conseguem são pela sua longevidade, outros pelo seu carisma e alguns por pura sorte. Mas quando um personagem consegue tal status por possuir todas estas características todos esses fatores. Bem, temos um sucesso que dura quase cem anos e teve um capítulo especial para os fãs da Nintendo no longínquo ano de 1992. Pelas mãos da Hudson Soft surgia Felix the Cat (NES/GB).

Uma história muito antes dos consoles


Antes mesmo de chegar aos consoles ou de algum gênio ter a ideia de cria-los o nosso querido Gato Félix já fazia sucesso entre a criançada. Suas origens são antigas, sendo Félix o primeiro personagem de desenho animado a se tornar tão popular que por si só era reconhecido. Desde a década de 20 o personagem faz parte da cultura americana com seus desenhos, que de certa forma estavam à frente de seu tempo, em uma época que o cinema era mudo e tons preto e branco reinavam.

Infelizmente, a história de Félix não é apenas cercada de glórias e, por muitas vezes, o desenho teve que ser reinventado para os novos tempos que chegavam. Em 1929, por exemplo, o felino preto mais amado dos Estados Unidos já não era tão amado assim, o que levou o personagem a ficar quase sete anos afastado do público. Voltou em 36, mas, infelizmente, dessa vez o sucesso não veio, ficando a cargo de Joe Oriolo (criador de Gasparzinho) reinventar mais uma vez o personagem, no final da década de 50. Joe conseguiu feitos incríveis durante o tempo em que esteve vivo, mantendo a série popular, gerando filmes e séries animadas para televisão durante quase 35 anos. Contudo, esta analise só é possível graças a um homem, Don Oriolo (filho de Joe). Foi com ele que pela primeira, e única, vez Félix chegou aos consoles.

Abram alas para o gato Félix


Felix the Cat em sua origem mais simples segue os clássicos conceitos dos jogos de plataforma sem nunca perder a sua originalidade, mesmo em uma época em que o NES já estava defasado. Na aventura dos consoles, a namorada do nosso herói, Kitty, foi raptada pelo terrível Professor que almeja conseguir um dia colocar as suas mãos sobre a mágica Felix’s Bag. Através de um enredo mais do que clichê no universo dos games e da série animada, o jogador deverá percorrer durante nove níveis alguns dos visuais mais bonitos do NES em fases que variam temáticas como espaço, florestas, fundo do mar e outras.

A divertida falta de lógica da Magic Felix’s Bag


Um dos fatores que destaca Felix the Cat no meio de tantos outros do gênero plataforma é o seu nível de dificuldade ridicularmente fácil, a ponto de ser possível compará-lo com Kirby’s Dream Land (GB). Por outro lado, podemos igualmente compará-lo ao mesmo pelo número de mecânicas novas que o jogo apresenta, criando assim uma jogabilidade única. Nele também é notável o amor nutrido pelo pessoal da Hudson Soft ao nos depararmos com um verdadeiro festival de habilidades, transformações e veículos para o gato Félix que vão desde uma luva de boxe a um tanque de guerra. Tudo retirado da Magic Felix’s Bag, no mais nostálgico estilo de ser. O sistema de atualização de habilidades, transformações e veículos, no entanto, é bem básico: colete cinco Head Felix e ganhe algumas garrafas de leite para somar pontos, colete novamente cinco Head Felix e libere um item em formato de coração para desbloquear a próxima transformação. Após completar o ciclo de atualizações da fase os corações seguintes resultam em vidas extras.



Apesar dos muitos acertos, que de certo modo superam os erros, ainda assim existem pontos negativos. Um deles é a trilha sonora do game, é repetitiva. Os efeitos sonoros são outro problema encontrado no game por serem muito modestos em comparação ao jogo como um todo. Para alguns não passa de uma coleção genérica de bleeps e bloops portados da versão de Game Boy. Apesar de tudo, sua experiência com o game não está comprometida, valendo inclusive gastar o seu tempo com Félix e companhia.

A espera de dias melhores


É notável que, nos dias atuais o Gato Félix não tenha mais espaço na mídia, e em nossos lares. Nem a nova versão do desenho animado em CG, esperado para 2008, saiu do papel. Isso configura chances mínimas de um novo jogo do personagem aparecer por aí. Um possível relançamento no Virtual Console, talvez, seja o mais próximo que consigamos estar novamente do Gato Félix. Pelo menos até que ele se reinvente novamente, como fez em décadas passadas — como uma famosa empresa nipônica de videogames que tanto adoramos. Enquanto isso não acontece, que tal tirar a poeira do seu Nintendinho?



Revisão: Thyago Coimbra Cabral
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