A garota misteriosa
Campos verdejantes, o herói escolhido, o destino do mundo... quem não está cansado desse tipo de clichê que é a base das tramas dos RPGs japoneses? Eu não me sinto animado quando vejo esse tipo de premissa. A tri-Ace, desenvolvedora deste game e de séries como Valkyrie Profile e Baten Kaitos, pensou em uma história um pouco diferente para o seu primeiro trabalho para 3DS.Beyond the Labyrinth começa como se o game fosse uma espécie de multiplayer online retrô. O jogador insere seu nome e a partida começa. Mas... o que aconteceu com os gráficos? Tudo, inclusive a música, lembra um jogo de NES. Conforme o jogador explora o labirinto, outras pessoas aparecem e entram para o grupo, sempre usando a função chat para se comunicar. “Você costuma jogar muitos multiplayer online?” e “Nossa, você é muito calado”, são algumas das frases que aparecem na conversa.
Após algumas batalhas e um pouco de exploração, o grupo ouve uma voz feminina clamando por ajuda. Estática aparece pela tela e o grupo é transportado para uma espécie de ruína, que logo se revela o local onde a dona da voz se encontra. A jovem explica que ela acabou caindo nestas ruínas e pede ajuda para sair dali. Curiosamente ela enxerga os jogadores como cubos de luz e a comunicação não é completa: os jogadores só conseguem conversar entre si, mas não conseguem falar com a garota. Os jogadores acham a situação muito estranha e decidem acompanhar a jovem, já que eles não têm outra escolha.
Explorando o labirinto
Como todo dungeon crawler, a câmera de Beyond the Labyrinth é em primeira pessoa. O objetivo é guiar a garota pelos andares das ruínas em segurança, resolvendo enigmas e enfrentando inimigos pelo caminho. Como os jogadores são cubos de luz, somente a jovem pode interagir com objetos como portas e alavancas. O engraçado é que a menina não parece ser muito esperta, sempre agindo de forma inocente ou confusa quando encontra algum obstáculo. Os jogadores acabam tecendo comentários maldosos sobre ela, como “Nunca viu uma porta? Basta empurrar para abrir!”.Um confrontro de cores
Os combates são por turnos, contando com várias mecânicas únicas, como é de costume nos RPGs da tri-Ace. Beyond the Labyrinth conta com um sistema de cores que lembra pedra, papel e tesoura. Cada inimigo tem uma cor que indica sua fraqueza, enquanto cada membro do grupo também tem uma cor específica, que indica qual ataque ele pode executar. Vermelho tem vantagem sobre verde, que tem vantagem sobre azul, que tem vantagem sobre vermelho. Como cada personagem só pode desferir ataques de sua própria cor, é necessário pensar com cuidado cada movimento. Felizmente a ordem dos turnos pode ser alterada, possibilitando inúmeras estratégias.Outra característica única é o banco de dano. A cada ataque de um membro do grupo ou de um inimigo, uma parcela do dano é armazenada, separada de acordo com a cor do ataque. Este dano pode ser absorvido para recuperar HP, caso certas condições sejam feitas. O detalhe importante é que os inimigos também podem usar estes pontos para recuperar energia, mudando completamente o rumo do combate. Conforme o jogador avança pela aventura, novos recursos vão sendo liberados para o uso nos confrontos.
E claro, a garota deve ser protegida a todo custo, já que a partida termina caso ela seja derrotada. Ela não é completamente indefesa, já que as vezes ela lança pedras contra os oponentes e, eventualmente, ela aprende a desferir feitiços. Entretanto ela adora chamar a atenção dos inimigos para si, quase morrendo por conta dos ataques, deixando os jogadores enfurecidos.
Perdido no Oriente
Revisão: Leandro Freire