Top 10: os maiores acertos da Nintendo

em 28/10/2012

Ontem você leu aqui no Nintendo Blast sobre as dez maiores pisadas na bola que a Nintendo cometeu em sua incrivelmente extensa história nos... (por Thomas Schulze em 28/10/2012, via Nintendo Blast)

marioOntem você leu aqui no Nintendo Blast sobre as dez maiores pisadas na bola que a Nintendo cometeu em sua incrivelmente extensa história nos videogames. Agora chega ao fim a nossa viagem no tempo e fechamos o “top 20” com os dez maiores acertos da companhia. Eu, Thomas Schulze, e meu grande amigo e parceiro de redação Gabriel Vlatkovic, cujos textos aparecerão como citações, concluímos nossa lista especialíssima elencando os dez maiores sucessos da Big N. E aí, será que você consegue adivinhar quem venceu?

10. Virtual Console e WiiWare

10O mundo online da Nintendo sempre foi alvo de grandes questionamentos. Seja pelos famigerados Friend Codes que mencionamos anteriormente, ou pelo senso inexistente de comunidade, o fato é que a Nintendo ainda engatinha na internet, e somente no Wii U deveremos começar a ver avanços mais concretos nessa área. Mas nada pode apagar o fato de que, quando a Nintendo lançou o Virtual Console e os jogos da linha WiiWare, o mundo aplaudiu. Poder comprar online clássicos imortais dos videogames de consoles como NES, SNES, Neo Geo e até mesmo Mega Drive e Master System é demais, e o lançamento, no WiiWare, de jogos indie fantásticos como World of Goo e Cave Story, só contribuiu para tornar essa experiência ainda melhor. E quando você para pra pensar que o Wii U só deve expandir ainda mais o serviço e contar com a parceria de mais empresas, temos um cenário bem promissor no horizonte!

9. Line-up anunciado do Wii U

creedO fanboy mais extremo deve ter sentido um pedaço da sua alma saindo do corpo quando leu o Wii liderando o top de mancadas da Nintendo, mas se alguma coisa deveria ficar marcada na primeira metade da lista, é o quão precária e desigual foi a distribuição de jogos entre o público hardcore e o casual no Wii. Como frisamos, eram trinta jogos da série Petz para cada Super Mario Galaxy ou Little King’s Story! Mas a Big N parece ter aprendido a lição e agora deve agradar a todos os públicos. É claro que o shovelware continua e não deve desaparecer tão cedo, mas que tal um sistema que já no seu lançamento conta com jogos hardcore de third-parties  que em nada devem aos concorrentes? Pela primeira vez em muito tempo, teremos os jogos mais falados da concorrência convivendo harmoniosamente com as franquias da Nintendo que todos amamos, além de exclusivos que fizeram os fãs  do Xbox e PlayStation babar, como Bayonetta 2!

8. The Legend of Zelda: The Wind Waker

zeldaSe eu tiver que citar apenas um jogo que reflita toda a genialidade da Nintendo, seja para criar novos conceitos ou até mesmo se reinventar sem nunca perder a sua magia, eu diria sem nenhum medo que Wind Waker é esse jogo. Indo completamente contra a maré, a Nintendo ousou, modificou completamente o visual de uma de suas séries mais consagradas e o melhor: não se importou minimamente com as críticas ferrenhas de toda a comunidade gamer. Wind Waker é o símbolo do que a Nintendo faz de melhor: inovar. O resultado é um dos melhores Zeldas já criados, com gráficos que até hoje estão acima da média, um dos enredos mais bem encadeados da história da franquia e o gameplay mais polido que controles convencionais podem criar. O game não é apenas um Zelda acima da média, mas a representação de tudo que faz a Nintendo ser a melhor empresa de games do mundo.

7. Mother

mother-3-translatio-490Eu sou um fã de simetria, o que posso fazer? Se Mother estava em sétimo na nossa lista de maiores mancadas da Nintendo graças a não localização de dois terços dos jogos da franquia, então seria pelo menos um pouco de justiça cósmica listar Mother como um grande acerto da Big N também, não? Afinal, como já mencionei em um top 10 mais antigo, razões para isso não faltam! Mother é provavelmente a franquia mais cult da Nintendo, contando com uma base de fãs que, se realmente não chega aos pés das de Mario e Zelda em número, é tão ou mais apaixonada que a fanbase desses jogos. É impressionante o modo como, mesmo tendo apenas um jogo lançado oficialmente no ocidente (EarthBound, para o Super Nintendo), Mother cativou fãs de tal modo que eles se uniram para, por conta própria e sem qualquer financiamento, traduzir os jogos e permitir que os jogadores de todo o mundo pudessem apreciar a obra. Ou seja, Mother figura na lista não somente por ser uma série impecável, mas por ilustrar perfeitamente o modo como os fãs da Nintendo são capazes de mover montanhas com sua força de vontade.

6. Nintendo 3DS

3dsA Nintendo prega com o Wii U que deseja buscar novamente o público hardcore que a abandonou no Wii ao mesmo tempo em  que continua cativando novos jogadores para o mundo dos videogames. Poucos percebem, no entanto, que esta estratégia da Nintendo já começou há quase dois anos, momento em que o Nintendo 3DS foi lançado. O console, que produz imagens em três dimensões sem a necessidade de óculos especiais sofreu bastante em seu lançamento, com uma forte escassez de jogos. Mas a Nintendo não só soube reverter a  situação como também fez com que o console apresentasse uma imensa quantidade de títulos de qualidade e gêneros variados. Em menos de um ano recebemos títulos de franquias de peso como Zelda, StarFox, Mario, Resident Evil, Kingdom Hearts e Mario Kart, além de franquias novas e de qualidade como Rhythm Thief, Heroes of Ruin e Pushmo. Se não fosse por algo que será tratado daqui algumas posições, o Nintendo 3DS seria de fato a maior representação de como a Nintendo é peça fundamental para a sobrevivência de toda a indústria.

5. Inovação

rumble_int_1207260451Power Glove, Rob, Virtual Boy, analógicos, Rumble Pack, duas telas em um console, sensores de movimento... A Nintendo trouxe tantas novidades para o mercado que é muito difícil conseguir citar todas no espaço que tenho para escrever esta coluna. Mais difícil ainda é obter sucesso em tudo. Mesmo assim, a empresa conseguiu mais acertos do que erros em sua filosofia schumpeteriana, e isso é motivo de extremo orgulho, tanto para a própria Big N, quanto para nós, seus fãs. A maior prova de que a Nintendo sempre está um passo à  frente de suas concorrentes quando tratamos de inovações é que sempre surgem conceitos claramente baseados no que foi criado pela empresa outrora. Por essas e outras, é possível dizer que a Nintendo é a companhia que dita as regras e cria todas as tendências da indústria. Como se não bastasse, exceto por alguns casos isolados, a empresa é famosa por reinventar de maneira substancial suas franquias com já quase três décadas  nas costas e mantê-las como benchmark da indústria. Definitivamente, não é para qualquer um.

4. A parceria com a RARE

conker_03Trilogia Donkey Kong Country, Killer Instinct, GoldenEye 007, Perfect Dark, Banjo-Kazooie e Banjo-Tooie, Donkey Kong 64, Conker's Bad Fur Day... Se eu gastasse esse parágrafo inteiro apenas listando os grandes jogos que nasceram da parceria Nintendo-Rare, não teria espaço para escrever mais nada! Em toda a história dos videogames, possivelmente essa união é o maior símbolo de sucesso entre duas companhias. Até mesmo por isso nos doeu tanto no coração ter que colocar o “caso RARE” como uma mancada na outra metade da lista. Você consegue imaginar quantos jogos fantásticos nós ainda poderíamos ter recebido no Wii se a parceria continuasse? E que tal um novo Perfect Dark ou Conker no line-up do Wii U? Sonhar não custa nada, mas por enquanto tudo que podemos fazer é mergulhar na nostalgia e continuar apreciando os antigos clássicos dessa parceria perfeita.

3. Game Boy

gameboy_originalNunca, na história da indústria, um nome teve tanto valor quanto este. O Game Boy, linha de aparelhos portáteis da Nintendo, é com toda certeza o maior sucesso da Big N de todos os tempos. O console teve mais de cem milhões de unidades vendidas, criou um novo conceito de videogames, de forma que com ele era possível levar seus jogos favoritos para qualquer lugar, algo muito diferente para uma época em que os fliperamas estavam em alta. Muitas empresas se aventuraram nos mares nintendistas ao tentar lançar seus próprios portáteis, e os resultados (exceto pelos portáteis da Sony, e ainda com ressalvas) foram catastróficos. O portátil é tão bem sucedido que nenhum console possui uma biblioteca tão vasta e com tanta qualidade de conteúdo. A Nintendo foi muito corajosa ao abandonar a marca para criar o Nintendo DS, mas isso só prova o quanto a empresa não teme se arriscar para conquistar novos consumidores e admiradores.

2. Salvar a indústria nos anos 1980

nesNão há como enrolar o leitor ou fugir da verdade: se a Nintendo não existisse, muito provavelmente você teria que arrumar um novo hobby e não estaria jogando videogame hoje. Afinal, entre os anos de 1983 e 1985, o mercado dos videogames passou por uma profunda recessão. Os lucros do ramo de entretenimento eletrônico despencaram inacreditáveis 97%, trazendo um fim brutal a segunda geração de consoles, abalando de modo fatal a maior gigante da época, a Atari. Tudo parecia perdido para sempre, até que um belo cavaleiro de armadura surge no horizonte. Como Gandalf aparecendo no último momento montado em Scadufax, Luke Skywalker acertando a Estrela da Morte usando a Força, ou Tony Stark destruindo os chitauris com um míssil no último instante, eis que um herói trouxe esperanças quando tudo parecia perdido. O lançamento do Nintendo Entertainment System, vulgo Nintendinho, voltou a atrair investidores e jogadores e impediu que o mercado de games desaparecesse completamente. Só isso. Pronto, pode dar um abraço no seu NES agora, estou esperando.

1. Nintendo Wii

nintendi-wiiContradição. Essa é a palavra-chave  para entender o console de mesa mais recente da Nintendo. Em 2006, último ano de vida do cubo mais divertido de todos os tempos, poucos acreditavam que a Nintendo seria capaz de recuperar tudo que havia perdido desde o lançamento de seus dois últimos  consoles. Eis que a mente genial de Satoru Iwata entrou definitivamente em cena. O cara não só recuperou tudo que a Nintendo havia perdido ao longo dos anos como criou um novo mercado para os videogames. E nada disso seria possível sem o Wii. Anunciado em 2005 com o codinome Revolution, era prometido que o console traria formas de jogar nunca vistas e que o mundo dos games mudaria imediatamente após a revelação de seu revolucionário controle. Houve quem zombasse, houve quem acreditasse. No final do mesmo ano, Iwata soltou a bomba e mostrou o Wiimote, joystick  que se assemelha muito com um controle de televisão e possui sensores de movimentos. Naquela noite o mundo parou. A Nintendo, mais uma vez, levou toda uma indústria cheia de gigantes para um novo caminho.

 

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O resultado foi o esperado sucesso. Hoje, com quase cem milhões de unidades vendidas (quase trinta  milhões a mais que o segundo colocado), o Wii é um fenômeno de vendas e aceitação. A Nintendo nos ofereceu uma nova forma de jogar, criou gêneros que nunca haviam sido imaginados até então e atraiu pessoas que nunca haviam jogado videogame na vida. Além disso, a Nintendo trouxe suas franquias consigo para a grande revolução que estava a propor. Mario teve um de seus melhores momentos de todos os tempos com a série Galaxy, Metroid viu um encerramento de respeito para a trilogia Prime, além de uma bela  homenagem a seus tempos de Super Nintendo. Zelda teve duas entradas na franquia, sendo que uma delas conta toda a origem do reino de Hyrule, uma linda homenagem a toda a série.  Por fim, tivemos o retorno da série Country, de Donkey Kong pelas mãos da Retro Studios e uma reimaginação competente do eterno clássico 007 GoldenEye. Mas será mesmo que é justo idolatrar cegamente o console e focar somente em suas virtudes? Não deixe de opinar nos comentários, mas, mais importante, não deixe de ler a primeira parte do nosso top 10 (ou seria top 20?) com as dez maiores mancadas da história da Big N!

Colaboração: Gabriel Vlatkovic

Revisão: Lucas Oliveira

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