Pokémon Blast: As diferenças entre Black & White e Black 2 & White 2

em 10/10/2012

Vamos admitir, ninguém esperava que a Big N fosse anunciar Pokémon Black/White 2 ao invés do já muito especulado Pokémon Gray. Foi um pas... (por Fellipe Camarossi em 10/10/2012, via Nintendo Blast)

Vamos admitir, ninguém esperava que a Big N fosse anunciar Pokémon Black/White 2 ao invés do já muito especulado Pokémon Gray. Foi um passo ousado, perigoso, saindo de uma tradição que perdurou por quase duas décadas, mas o resultado foi melhor que o esperado. A questão é que fazer uma sequência acabou por confundir os jogadores, que estão acostumados a um terceiro título que complementa a história dos anteriores. O que torna BW2 diferente de seus respectivos predecessores? Continuem lendo e descubram comigo!

A lenda continua


O primeiro destaque vai para o fato de que, diferente do que ocorreu em Pokémon Crystal (GBC), Pokémon Emerald (GBA) e Pokémon Platinum (DS), a história do jogo não corre no mesmo tempo que os seus jogos base (Gold/Silver, Ruby/Sapphire e Diamond/Pearl, respectivamente). Neste caso, nós temos uma aventura que ocorre dois anos após a conclusão dos eventos de Black/White – o que explica o número “2” no título.




Nesta nova empreitada, o jogador assume um novo personagem que vive em uma área não explorada em Black/White, na região sudoeste de Unova. A Equipe Plasma parece erguer-se novamente, porém sem o seu antigo rei N, que saiu viajando mundo afora após o final do game anterior. Com isso, suspeita-se que os ideais da equipe estejam novamente distorcidos para a conquista dos Pokémon, e não sua libertação; dessa forma, é preciso que um novo herói entre em ação. 

O plano da equipe envolve o uso de um Pokémon lendário, cuja história é incompreendida e cuja lenda se distorceu no decorrer dos anos. O atual líder da Plasma sabe qual é sua verdadeira origem e como ressuscitar o seu poder no ápice, e ele não vai medir esforços para tal, mesmo que tenha de declarar guerra contra toda região de Unova.
Diversos personagens aparecem novamente para dar suporte ao protagonista, agindo como mentores e parceiros. Cheren e Bianca, amigos do personagem principal em Black/White, surgem como um líder de ginásio e a ajudante da Professora Juniper. O interessante é a forma com a qual o jogo demonstra que o tempo não para, mostrando a gradativa evolução de todos os personagens da trama anterior, tanto psicológica quanto física. Mas se for para falar dos novos – e antigos – personagens, vamos dar um destaque mais importante a eles.

Novas faces, velhas histórias


Como já citei previamente, muitos personagens fazem o seu retorno enquanto outros deixam seu legado e partem em novas empreitadas. Cheren assume o posto de primeiro líder de ginásio, lecionando em uma escola na primeira cidade do jogo. Bianca agora é uma exploradora, estudiosa do mundo Pokémon. Muitos dos líderes aparecem novamente com novos projetos, como os túneis subterrâneos de Clay e o desfile de moda no novo ginásio de Elesa. Até mesmo Iris, a antiga líder do oitavo ginásio em Pokémon White mostra-se evoluída, porém se quiserem saber como, terão de jogar o game.

Além dos clássicos, encontramos alguns personagens novos e bem carismáticos. Colress, por exemplo, é um professor misterioso que estuda a forma de extrair o potencial máximo dos Pokémon e tenta descobrir meios e situações que façam das criaturinhas mais fortes. Dois líderes de ginásio novos surgiram com a saída de alguns anteriores. Roxie, a líder do ginásio venenoso, é baixista e vocalista em uma banda de rock, enquanto Marlon é o detentor do oitavo ginásio, com um estilo largado que nos lembra Brawly, segundo líder em Hoenn.

O rival desta geração possui um visual arrojado, mas sua personalidade é totalmente diferente em relação ao que estamos habituados; é um rapaz traumatizado por algo que a Equipe Plasma fez a ele, e possui um ódio incondicional pela trupe. Além disso, o rapaz é protetor e parceiro em relação ao protagonista, algo que nos faz questionar se ele realmente pode ser considerado um rival.

Alder, antigo campeão de Unova, aposentou-se de seu cargo e passou a lecionar para jovens em uma das primeiras cidades do game. Seu legado continua com o seu neto, Benga (sem piadinhas, por favor), um verdadeiro prodígio do mundo Pokémon – como irei explicar melhor mais tarde.

Enfim, não tem como eu falar de todos os personagens, sejam novos ou antigos, cada um contém sua biografia e suas características marcantes. Todos têm uma história para contar e conforme vai se jogando o título, percebe-se que cada vez mais há algo novo para se aprender.

O jogo também evolui


A diferença mais notável de BW para BW2 é a forma com a qual as mecânicas do jogo foram aproveitadas. O game traz um toque a mais de realismo, saindo do modismo de batalhas um contra um o tempo todo. Temos batalhas em duplas, trios, e rotatórias com bastante frequência e o mais interessante são que as lutas em dupla com parceiros são extremamente comuns. A emoção transmitida pelas lutas consegue quebrar o estereótipo de “preciso vencer pra terminar o jogo”, trazendo a sensação de “preciso vencer pra salvar o mundo”.


Outro fator importante é que o acabamento do jogo está impecável. Digo sem hesitar que este é o jogo da série Pokémon que conseguiu abusar mais dos gráficos sem sair do padrão, com visões de várias perspectivas, detalhes apurados e conta, até mesmo, com cenas em CG para os grandes eventos do título. Inclusive em pequenos detalhes, como a movimentação dos treinadores ao chegar no campo e a constante movimentação dos monstrinhos, outrora quase estáticos, agora foi ampliada, fazendo de cada detalhe importante.

Para encontrar os monstrinhos, além das já habituais gramas altas e gramas escuras, temos agora algumas novas formas de encontrar as mascotes. A primeira são os Hidden Grotto’s, locais escondidos entre árvores que dão acesso a Pokémon com suas habilidades ocultas (previamente só adquiridas via Dream World). Outra forma é o uso do Pokémon Dream Radar, que permite capturar os monstrinhos em um minigame exclusivo do 3DS (sendo a única forma de obter Tornadus, Thundurus e Landorus, entre outros lendários).

Black City e White Forest, os territórios exclusivos de BW receberam um upgrade na nova versão também. Os territórios ainda possuem a mesma base, porém receberam a “Black Tower” e “White Treehollow”, duas estruturas que envolvem escalar todas as áreas de modo a enfrentar o líder do local no maior estilo Battle Frontier. Infelizmente é somente uma estrutura de dez áreas e que não vai levar muito tempo para ser concluída, mas é uma adição e tanto principalmente para treinar seus Pokémon. Quem aguarda no topo é Benga, o neto de Alder, com um time realmente intenso e amedrontador – com poder equiparável, ou mesmo superior, ao do campeão de Unova.

Similar aos sistemas de conquistas, o game possui agora as “Medalhas”, que são adquiridas ao executar determinadas missões pré-determinadas pelo jogo. As missões variam bastante, como andar 10.000 passos, salvar o jogo 20 vezes ou até mesmo vencer a Elite 4 e o Campeão com somente um Pokémon. É algo interessante que estende o fator replay, mas existem missões que realmente serão um porre de fazer. Bem, temos que pegar todas!

Ainda temos outras adições importantes como a Join Avenue, que permite a criação de um corredor com lojas das pessoas que se conectaram com você e contendo itens exclusivos, e o Unova Link. Este segundo é importante por poder alterar diversas mecânicas do jogo, como trocar o nível de dificuldade, conectar-se com o Dream Radar e até mesmo trocar se a área de seu jogo é Black City ou White Forest. O sistema funciona a partir de chaves que podem ser partilhadas via wireless, assim um jogador de Black 2 pode ceder suas funções exclusivas para um jogador de White 2 e vice-versa. Mas a função mais importante do Unova Link se chama “Memory Link”.

Esse sistema funciona da seguinte maneira: ao conectar via wireless ou Wi-Fi (através do Game Sync) com seu cartucho predecessor (BW), diversas novidades são liberadas em BW2. Alguns exemplos são flashbacks que descrevem algumas das mudanças nos personagens, permite capturar Pokémon que pertenciam a N e até mesmo enfrentar Bianca e Cheren com seus times de BW. É realmente algo interessante, valorizando quem adquiriu os predecessores.


Claro, o jogo não passa sem suas falhas; o feeling que o título oferece é muito semelhante ao do seu predecessor, dando a sensação de ainda estar jogando BW e não sua sequência. Além disso, tem muita coisa que foi reaproveitada do título anterior sem nenhuma mudança – como a casa de Cynthia em Undella e o design de certos locais. Apesar disso, eu não vejo esses atributos como significativamente negativos, não atrapalham a obra-prima que o jogo é em geral.

A chance de ser o melhor!


Duas novas estruturas surgiram nesse título de modo a atrair a atenção dos fãs; um deles não funcionou muito bem, já o outro é épico.

O primeiro é o PokéStar Studios, que permite a gravação de filmes seguindo determinados roteiros. É divertido no começo, mas os filmes possuem roteiros tão óbvios que acabam cansando após algumas experiências. Não que seja ruim, mas é o tipo de coisa que é preciso estar no clima para fazer – assim como outros minigames da série, como os Contests e o Musical.

Já o segundo é onde a coisa fica divertida: Pokémon World Tournament. Essa novidade é um local onde há torneios no estilo mata-mata com diversos treinadores, podendo encarar lá todos os líderes de ginásio de todas as gerações. Já está animado de poder enfrentar Giovanni, Misty e Brock? Espere até saber que é possível encarar também todos os campeões de todos os continentes. Sim, desde Steven e Lance até mesmo Blue e Red. Não sei vocês, mas eu chego a tremer só de pensar no desafio.

Como puderam ver, as mudanças são muitas de Pokémon Black/White para Black/White 2, e conseguiram fazer uma sequência digna para os últimos games dessa geração. Foi uma jogada arriscada? Foi. Mas certeira. Mesmo com as críticas, pessoalmente acredito que BW2 é um dos melhores senão o melhor jogo da série até agora, conseguindo trazer de volta o que os jogadores já queriam há tempos: conteúdo. Afinal, de nada adianta muita quantidade e pouca qualidade, né? Felizmente, aqui nós temos os dois.
Revisão: Catarine Aurora
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