PETA ataca Pokémon: em novo protesto, ONG acusa a série de incentivar a crueldade contra animais

em 08/10/2012

Cansados de tanto açoite, Pikachu e seus amigos decidiram se aliar à Equipe Plasma. Ou ao menos é o que prega a PETA ( People for the Ethic... (por Eduardo Jardim em 08/10/2012, via Nintendo Blast)

Cansados de tanto açoite, Pikachu e seus amigos decidiram se aliar à Equipe Plasma. Ou ao menos é o que prega a PETA (People for the Ethical Treatment of Animals, ou "Pessoas pelo Tratamento Ético de Animais"), organização não governamental conhecida por suas atuações e métodos radicalistas. Algum tempo depois de acusar o jogo Super Mario 3D Land de fazer incentivo ao uso ilegal de peles de animais com o traje de Tanooki, a ONG aproveita o embalo de Pokémon Black 2 & White 2 para denunciar o abuso e a apreensão de animais. Tudo isso, é claro, completo com um sanguinolento e vomitivo joguinho em Flash.
"Assim como os animais do mundo real, Pokémon são tratados como objetos desprovidos de sentimentos e usados em atos como entretenimento humano e experimentos científicos. A forma como os Pokémon são presos dentro de Poké Bolas é similar à forma como os circos acorrentam elefantes dentro de vagões ferroviários e os deixam sair apenas para apresentar truques confusos e muitas vezes dolorosos que lhes foram ensinados com o uso de bullhooks afiados como aço e estímulos elétricos."
Ignorando por completo dados como o cálculo do nível de afeto entre um Pokémon e seu treinador e fatores narrativos como a livre — e irreversivelmente impune — desobediência de vários Pokémon por seus respectivos donos, a PETA conclui sua apresentação com a frase de efeito da campanha:
"Se a PETA existisse em Unova, nosso lema seria: os Pokémon não são nossos para usar ou abusar. Eles existem por seus próprios propósitos. Nós acreditamos que esta é a mensagem que deve ser remetida às crianças."
Para ajudar a polemizar ainda mais seu protesto, o grupo fez questão de desenvolver Pokémon Black & Blue, uma versão distorcida dos jogos em que os monstrinhos de bolso, todos acorrentados, gravemente feridos e escalpelados, se rebelam contra seus "treinadores" e os desafiam a atípicas batalhas Pokémon. Ao longo do jogo, é possível desbloquear outros Pokémon para o movimento de animais insubmissos e vídeos contendo cenas fortes de maltrato animal. O Nintendo Blast não recomenda o jogo para os visitantes de estômago fraco; de fato, não é recomendado para ninguém.

São poucas as chances de conscientização pela exibição de cenas de crueldade e distorção indevida de mídia, um feito que pode até mesmo causar o efeito contrário — incentivando novos malfeitores. O que eles têm na cabeça?


Natural de São Paulo (SP), Eduardo "Pengor" Jardim é um criador de conteúdo, ilustrador e imaginauta. Criou o Reino do Cogumelo em 2007 e desde então administra e atualiza seu conteúdo, conquistando dois prêmios Top Blog e passagens pela saudosa Nintendo World.