Blast from the Trash: Space Channel 5 – Ulala's Cosmic Attack (GBA)

em 02/10/2012

Os jogos musicais se tornaram possíveis graças ao aumento no espaço de armazenamento nas mídias. Anteriormente, era impensável um cartucho ... (por Fábio Garcia em 02/10/2012, via Nintendo Blast)

Ulala faz pose antes de acionar seus advogados espaciais. Os jogos musicais se tornaram possíveis graças ao aumento no espaço de armazenamento nas mídias. Anteriormente, era impensável um cartucho de Super Nintendo receber diversas músicas cantadas, mas com jogos produzidos em CDs esta empreitada se tornou possível. Mas o que aconteceria se pegássemos um jogo musical lançado originalmente em CD para o Dreamcast e fizéssemos uma conversão para o Game Boy Advance? O horror, o horror!

Down, Down, Down, Down...

Os cenários parecem ter sido feitos pela cenografia da RedeTV! Space Channel 5 é uma série de jogos musicais produzida pela Sega e lançada primeiramente para Dreamcast, mas cuja continuação ganhou versões para PlayStation 2, Xbox Live Arcade e PlayStation Network. Os donos de um console da Nintendo tiveram que se virar com uma conversão/spin-off do jogo lançado para o Game Boy Advance, publicado pela THQ.

Ao jogar Space Channel 5 – Ulala's Cosmic Attack, fica a impressão amarga que a THQ tirou a Sega em alguma brincadeira de “Inimigo Secreto” da firma e publicou esse jogo por puro prazer em lançar uma das piores coisas do mundo. Mas, dando nome ao culpado, quem produziu esta anomalia foi a Art Co.Ltd., responsável pelo igualmente horrível Britney's Dance Beat (GBA).

Se lembra dos gráficos belíssimos de Dreamcast misturando CGs e gráficos poligonais? E das claras e contagiantes músicas? Que tal aquela jogabilidade acurada do console de mesa? Tudo isso foi ignorado solenemente pela Art Co.Ltd. ao produzir Space Channel 5 – Ulala's Cosmic Attack.

Um sorvete de espinafre em formato de cartucho de GBA

Nada faz muito sentido na série Space Channel 5 Assim como no original, você controla Ulala, uma repórter espacial que faz matérias investigativas (geralmente cobrindo sequestros de pessoas por seres alienígenas) para o Channel 5 em busca de audiência. É tipo a Glória Maria, só que no espaço e com menos pílulas rejuvenescedoras. Durante suas matérias, Ulala precisa libertar os humanos que estão sofrendo o mal de dançar feito trouxas, e para isso basta imitar as coreografias dos alienígenas. São poucos comandos: para cima (up), para baixo (down), esquerda (left), direita (right) e botão de ação (chu).

Humanos, entrem neste foguete e FUJAM deste jogo ruim! No Dreamcast, isso funciona muito bem, e por razões óbvias nunca daria certo no GBA. Os gráficos, embora coloridos, são bem toscos, a jogabilidade é dura  e o áudio é mais abafado que a greve das universidades federais pela grande imprensa. E é verdade, muitas vezes, você não sabe o que fazer porque não entendeu se o alienígena falou “Up Down Chu”, ou então “Left Chu Up”, ou mesmo “Por que está jogando esta porcaria?”.

Por favor, procure a versão original!

As versões originais são ótimos jogos de ritmo e merecem ser jogados. A versão de GBA não serve nem como peso para papel, porque o cartucho é levinho. Justiça seja feita, o jogo não é ruim por ser mal feito. Não é só isso. O problema foi do gênio que teve a ideia de tentar transpor o conceito de Space Channel 5 para um console que não é capaz de executar tal jogo de maneira satisfatória. Ao invés de um jogo interessante, Space Channel 5 – Ulala's Cosmic Attack é o que tinha para época. Felizmente, nossa época tem exemplares bem melhores do gênero.

Veja em movimento.

Você já teve o (des)prazer de jogar Space Channel 5 – Ulala's Cosmic Attack em um Game Boy Advance? Também ficou com ódio por uma apresentação de PowerPoint ter movimentos mais suaves que os de Ulala? Conte para nós nos comentários! Só não garantimos tratamento psicológico por eventuais danos gerados pelo game.

Revisão: Catarine Aurora


Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
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