Top 10: Melhores jogos independentes das plataformas Nintendo

em 07/09/2012

Independência ou morte! Hoje é o dia da independência do Brasil, uma data que tem tudo a ver com os videogames… Bem, nem tanto. Mas se hoje ... (por Jardeson Barbosa em 07/09/2012, via Nintendo Blast)

Independência ou morte! Hoje é o dia da independência do Brasil, uma data que tem tudo a ver com os videogames… Bem, nem tanto. Mas se hoje é o dia da independência, que tal conheceremos dez grandes títulos independentes lançados nos sistemas de distribuição digital da Nintendo? Apesar do WiiWare e do DSiWare não serem lembrados como grandes serviços, eles são a casa de muitos grandes títulos lançados por desenvolvedoras independentes e, juntos do eShop e de serviços rivais, foram os pilares para o surgimento de tantos grandes jogos na última geração. Será que você conhece algum desses jogos? Confira agora.

O único critério para um jogo entrar na lista é que ele deve ser independente, ou seja, deve ter sido produzido sem o apoio financeiro de qualquer publisher.

10. And Yet It Moves (WiiWare)

Lançado em 2009 para o WiiWare, And Yet It Moves é o título de estreia da independente Broken Rulez. O jogo, que foi batizado em homenagem à famosa frase de Galileu Galilei, quebra todas as regras do tradicional gênero de plataforma em 2D, deixando de lado os cenários horizontais e lineares em favor de ambientes que lembram labirintos. A fórmula do jogo se destaca pela mecânica inovadora, que envolve a rotação dos cenários para a resolução de diversos puzzles – uma variação (muito) bem-vinda ao, já defasado, gênero plataforma. AYIM ainda encanta pela direção de arte impressionante (que, em muito, lembra papéis recortados e colados) e controles precisos.

9. VVVVVV (eShop)

Desenvolvido inicialmente em Flash, por um cara chamado Terry Cavanagh, VVVVVV é mais um jogo de plataforma na lista. Apesar do nome impronunciável e do visual simples, VVVVVV é uma das maiores surpresas do eShop do 3DS. O título abusa do visual retrô (que lembra os jogos do antigo Commodore 64) e encontra o diferencial nas mecânicas inovadoras. Aqui, o objetivo é superar uma série de obstáculos pontudos (que lembram bastante o nome do game) modificando a gravidade. O protagonista, chamado Captain Viridian, deve salvar seus amigos (Vermilion, Violet, Verdigris, Vitellary e Victoria) que estão perdidos em um ambiente bem hostil. No entanto, ao contrário da maioria dos protagonistas de jogos de plataforma, Captain Viridian não sabe pular e o único jeito de superar os espetos em forma de V será modificando o eixo gravitacional. A técnica simplesmente consiste em transformar o chão em teto e o teto em chão, algo que já foi amplamente utilizado em videogames (como Castle of Illusion), mas que ainda diverte. É impressionante a quantidade de possibilidades e a dificuldade dos puzzles proporcionados pelo título publicado pela Nicalis, uma homenagem bem interessante aos tempos do velho Commodore 64.

8. Toki Tori (WiiWare)

Quando a Two Tribes B.V. lançou Toki Tori para o Game Boy Color no fim de 2001, com a ajuda da Capcom, o título passou completamente despercebido. O motivo? Nessa época, todo mundo já estava trocando o velho GBC pelo novíssimo Game Boy Advance. Com isso, a pequena empresa da Holanda via seu sonho de se tornar uma gigante cada vez mais distante. Eles até tentaram decolar diversas vezes com a ajuda de grandes publishers, como a THQ ou a The Game Factory, mas nenhum trabalho da pequena equipe emplacava. Foi apenas em 2008 que o time da Two Tribes descobriu o WiiWare e, ao mesmo tempo, a chance de colocar Toki Tori no topo. O jogo do pintinho amarelinho foi refeito e lançado de forma independente no serviço de downloads da Nintendo e, vejam só, vendeu bastante. O sucesso foi tão grande que ele foi lançado para diversas outras plataformas, e impulsionou a produção de outros títulos independentes, como Toki Tori 2, que será lançado no fim do ano para o eShop do Wii U. E o título é bom? Bem, é ótimo! Apesar do visual infantil e da ação lenta, Toki Tori reúne um conjunto de puzzles inteligentes e resoluções mais inteligentes ainda, que convencem e valem cada centavo.

7. Swords & Soldiers (WiiWare)

Desenvolvido pela Ronimo Games, Swords & Soldiers é um título de estratégia em tempo real bem inusitado. Com progressão lateral e um visual “alegre”, ele é um dos títulos do WiiWare que mais favorece a plataforma para o qual foi lançado. Deixando de lado o tradicional visual isométrico e utilizando o potencial do Wii Remote, ele é um jogo bastante acessível. Apesar de não ser o pioneiro ou de não inovar além da média, Swords & Soldiers se destaca por entregar uma experiência típica de jogos RTS (atacar os inimigos e defender suas bases) enquanto se distancia muito de clássicos como StarCraft, criando sua própria identidade. Swords & Soldiers é, também, a carta de alforria da pequena Ronimo Games. A desenvolvedora, que um dia se chamou Banana Games, é a equipe por trás da criação do sucesso de Blob (que era, inicialmente, um título gratuito para PCs). Swords & Soldiers é o primeiro título da desenvolvedora desde que eles venderam os direitos do jogo “de Blob” para a THQ, que foi desenvolvido por outra equipe. A Ronimo Games atualmente trabalha com outro jogo de estratégia bem interessante chamado Awesomenauts. Quem sabe ele não chega ao Wii U?

6. Mutant Mudds (eShop)

Mutant Mudds foi lançado esse ano e já possui uma legião de fãs. Também pudera, o título é praticamente uma das paradas obrigatórias do eShop e cativa pela simplicidade e inovação. Assim como a maioria dos jogos de plataforma da lista, Mutant Mudds precisou de bem mais do que o tradicional “arroz com feijão” para se destacar. A pequena equipe da Renegade Kid resolveu explorar a água, um elemento bem recorrente nos videogames (Super Mario Sunshine, por exemplo), e provou para todos nós que a velha combinação de hidrogênio com oxigênio ainda pode render bastante. Além disso, o game brinca o 3D estereoscópico, criando novas possibilidades e alterando as perspectivas, que, tradicionalmente, se limitam em um único plano. Apesar de não esbanjar elementos realmente novos, Mutant Mudds é um título consistente e que foi responsável por colocar a Renegade Kid no mapa. O sucesso do título no 3DS impulsionou uma conversão para PCs.

5. Bit.Trip Runner (WiiWare/3DS)

Se existe uma desenvolvedora que pode ser lembrada por ter carregado o WiiWare nas costas, essa é a Gaijin Games. Formado em 2007, o estúdio independente já lançou seis títulos para o serviço de distribuição da Nintendo, sendo todos eles da série Bit.Trip. E um dos jogos da série Bit.Trip que mais se destaca é Bit.Trip Runner. O título, que é uma clara homenagem ao clássico Pitfall, da Actvision, mistura elementos retrô com elementos futuristas. O visual é o contagiante 8-bit colorido com elementos em 3D criando algo completamente novo. Bit.Trip Runner é descrito por alguns críticos como um dos salvadores do WiiWare, mas é mais lembrado pela dificuldade insana e pelas gigantescas fases “on rails” que não dispõem de um único check point. A fórmula do título? Acompanhar a trilha sonora envolvente em uma aventura sinestésica que mistura jogo de plataforma com jogo de ritmo.

4. Shantae: Risky’s Revenge (DSiWare)

A história de Shantae é muito parecida com a de Toki Tori. Um título que impressionou no Game Boy Color, mas que pouca gente chegou a jogar. Shantae (o original) foi desenvolvido pela WayForward Technologies e, assim como Toki Tori, foi publicado pela Capcom em 2002. É óbvio que ninguém mais se interessava em jogos do Game Boy Color nessa altura do campeonato, mas isso não impediu que a crítica esbanjasse elogios para a aventura criada pelo time da Califórnia. Apesar da WayForward Technologies não ser uma desenvolvedora totalmente independente (eles trabalham com grandes empresas como a Konami), Shantae: Risky’s Revenge foi lançado de forma completamente independente, sem o apoio de qualquer publisher, para o DSiWare. O título é mais um jogo de plataforma e, diferente dos demais da lista, não possui nenhum elemento realmente inovador. Mas isso não é um problema, já que o título é uma verdadeira homenagem aos jogos de plataforma do SNES e se destaca pelos cenários bem coloridos, animações impressionantes e trilha sonora soberba, assinada pelo veterano Jake Kaufman. Difícil será encontrar alguém que não concorde que esse é um dos melhores (e um dos mais sensuais) jogos lançados para o DSiWare.

3. Bit.Trip Beat (WiiWare/3DS)

Pong foi um dos primeiros jogos de videogame. O título da Atari, que faz 40 anos em 2012, é tão divertido que foi copiado por praticamente todas as desenvolvedoras da época. No entanto, nenhum clone se deu tão bem quanto Bit.Trip Beat. Lançado em 2009 (cerca de 37 anos depois de Pong), Bit.Trip Beat é uma homenagem original e despojada ao clássico da Atari. O jogo foi lançado exclusivamente para o WiiWare (depois convertido para as demais plataformas) e foi o título de estreia da independente Gaijin Games. A simples premissa de movimentar o Wii Remote para rebater pixels quadrados na tela fez tanto sucesso que o game deu origem a uma série que já vai chegar ao sétimo jogo, ainda esse ano. A explosão de cores e a trilha sonora contagiante fizeram de Bit.Trip Beat um dos melhores jogos indie já lançados para uma plataforma Nintendo.

2. Cave Story (WiiWare/DSiWare)

Desenvolvido durante cinco anos por Daisuke "Pixel" Amaya, e lançado de forma gratuita para PCs em 2004, Cave Story é um dos jogos independentes mais icônicos de todos os tempos. Chegando ao WiiWare e ao DSiWare pela Nicalis em 2010, Cave Story é uma aventura com elementos de RPG, ação e plataforma, que ocorre em cenários bem distintos com um level design que, em muito, lembra títulos como Metroid. A obra de Amaya não tenta ser inovadora, mas é única em todos os aspectos. A história, por exemplo, é impressionante, e é entregue ao jogador à conta gotas. O visual pixelizado é outro destaque. Esse tipo de visual é, geralmente, visto com maus olhos por muitas pessoas, mas nesse caso foi feito de forma carismática e interessante. Por fim, a trilha sonora é outra peça chave que faz de Cave Story um jogo muito interessante que, se tivesse sido lançado nos anos 1980, poderia ser considerado um clássico.

1. World of Goo (WiiWare)

Desenvolvido pela 2D Boy (formada por dois ex-Electronic Arts) e lançado em 2008, para WiiWare e PC, World of Goo é um dos melhores jogos indie de todos os tempos e um dos poucos que justificam a existência do serviço de downloads do Nintendo Wii. A premissa é muito simples: o jogador deve coletar diversas bolinhas animadas chamadas de Goos e guiá-las até um cano por estruturas construídas com essas mesmas bolinhas pelo próprio jogador (confuso?). No entanto, engana-se quem pensa que essa será uma tarefa fácil. Para conseguir realizar todas as tarefas será necessário enfrentar um grande vilão: a gravidade. A física do jogo é tão boa, que montar uma simples torre de Goos pode ser uma tarefa cansativa (mas muito divertida) se você não entender muito de força gravitacional. World of Goo ainda é um jogo belíssimo, com uma trilha sonora impressionante e um design capaz de deixar alguns “blockbusters” com inveja. A melhor parte é que ainda há uma história, que é contada aos poucos, é claro, mas que deixa o jogador bem mais envolvido. Nem dá pra acreditar que tudo isso foi feito por apenas duas pessoas.

E quem disse que a Nintendo não atrai a atenção dos desenvolvedores independentes? Está certo que a limitação de 40mb do WiiWare e as limitações técnicas do DSiWare nunca foram um atrativo para esse grupo de desenvolvedores, mas, mesmo assim, alguns bons títulos surgiram nesses serviços. Com o lançamento do eShop, para 3DS e Wii U, o número de bons jogos indie só tem a crescer e, até lá, nos resta torcer para que a Nintendo seja mais boazinha com essa turma. E você? Gostou da lista? Não conhecia nenhum desses jogos? Sentiu falta de algum bom título? Dê a sua opinião nos comentários.

Revisão: Leandro Freire


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