Temos em terras tupiniquins mídia para tudo: videogames, futebol, moda, música, etc. Os veículos de comunicação mais conhecidos para tais mídias são: televisão, jornais/revistas e internet. Com a popularização dos jogos eletrônicos em nosso país, é natural que a mídia especializada no seguimento de games seja alvo cada vez mais constante de holofotes. Como a mídia especializada em games e seus veículos estão se desenvolvendo no Brasil?
Mídia no dicionário Houaiss quer dizer: propaganda; conjunto dos meios de comunicação. Então quando falamos em mídia de games, estamos falando de todo meio de comunicação ou propaganda voltada para jogos.
Tendo esse conceito em mente podemos começar o nosso texto. Preparados?
O mundo de papel: Mídia impressa
Vamos nos focar nas revistas, pois elas são as que dominam o segmento de mídia impressa. No Brasil existem no mercado publicações grandiosas, entre elas: Nintendo World (Tambor), EGW (Tambor), Old Gamer (Editora Europa), Revista Oficial Playstation (Editora Europa).
As mídias impressas possuem grande credibilidade e formato bastante personalizado e detalhadamente pensado no público alvo. Percebemos que atualmente essas revistas têm focado em textos de opinião (análises, prévias), sendo os grandes atrativos das capas. Saindo um pouco desse padrão quando temos eventos como a E3 acontecendo, onde boa parte dos textos relacionados são notícias, mas mesmo esses textos, quase sempre possuem uma nota com a opinião do redator.
Tal ênfase não é para menos, afinal, as publicações perceberam que o espaço adequado para notícias é o mundo digital, uma vez que a mídia impressa não tem a agilidade necessária para competir com a internet. Logo, textos que expressam opinião acabam se tornando o diferencial dessas publicações.
Houve um acontecimento extremamente relevante nesse mercado, o cancelamento das internacionalmente reconhecidas EDGE e NGamer (Editora Europa), em território nacional, reacendendo a dúvida quanto à saúde do segmento de mídia impressa de games em terras tupiniquins.
Porém, contrariando esses fatos, temos publicações que se mantêm fortes até hoje, como a Nintendo World, que já contabiliza cento e sessenta edições e é a revista de jogos com maior tempo de mercado brasileiro, sobrevivendo por algumas crises no meio do caminho.
O interessante é notar que grandes empresas investem muito pesado em propaganda nessas publicações. Um exemplo marcante é a NC Games, que no ano de 2010 realizou a maior campanha de mídia impressa no Brasil, atingindo aproximadamente 10 milhões de gamers em todo o território nacional!
Por mais que alguns céticos digam que a mídia impressa está fadada ao fracasso, podemos notar nitidamente que existe um mercado consolidado e que é constantemente explorado pelas grandes marcas, mas que sofre de inúmeros altos e baixos, sendo impossível uma previsão do que acontecerá nos próximos anos.
Pessoalmente, torço para que esse clássico meio de comunicação sempre permaneça firme e forte, pois me servem de material de pesquisa e inspiração inigualáveis!
Na telinha de sua TV
Para os games a TV brasileira ainda é um espaço bastante tímido. Hoje no país só temos um canal voltado para o público gamer: o canal de TV à cabo PlayTV. A baixa audiência do canal não garantiu que a emissora, parceira do Grupo Bandeirantes, mantivesse-se na TV aberta.
Alguns canais transmitem conteúdo (quase nada) sobre jogos. Dentre eles, a MTV (MTV Games), Globo (Globo Esporte), RedeTV! (Leitura Dinâmica), sendo que somente um tem foco no tema.
A Nintendo aos poucos disponibiliza seus comerciais na TV brasileira, com ênfase nos canais por assinatura. Veja o comercial de Pokémon Heart Gold/Soul Silver em português:
Dentre as mídias que atingem as massas, verificamos que a televisão brasileira ainda é um meio muito pouco explorado pelo mercado de jogos. Se compararmos com o Japão ou EUA, a relevância desses temas em TV brasileira é quase zero. Dentre os meios de mídia apresentados nesse texto, o mais caro de todos é a televisão disparado e muitas vezes pode não trazer o retorno desejado.
A qualidade das programações apresentadas ainda é um tanto duvidosa e dificilmente fidelizará gamers que esperam conteúdo mais profundo desse meio de comunicação.
Internet, a mídia do “Do it Yourself”
A internet é o berço dos blogs, vlogs, fotologs. A internet é um espaço de liberdade sem igual onde surgem figurões dos mais variados tipos, para todos os gostos.
Estamos carecas de saber da agilidade que a internet tem e que é infinitamente maior do que a das outras mídias nesse aspecto. Porém para o segmento de games no Brasil existe uma desvantagem notável: os sites de notícias sobre a indústria de games devem disputar com sites estrangeiros que recebem a notícia em primeira mão.
Portanto, a qualidade dos textos depende da boa interpretação de outros textos e que estão em outra língua. O leitor mais preocupado com os detalhes, com certeza, compara as mesmas notícias entre dois sites ou mais, e com toda certeza, volta a ler o site que, conforme cada leitor e sua concepção, teve a melhor interpretação da notícia.
Nesse formato, assim como as mídias impressas, outro grande diferencial que manterá os leitores fiéis ao site, blog, vlog e outros, são os textos de opinião. São esses que inflam os acessos aos sites.
Sites como Metacritic ou Gamerankings são referenciais para a compra de games. Existe uma gama de pessoas que compram determinados jogos a partir da média de notas divulgadas nesses sites.
Existem leitores que preferem ler análises de sites internacionais e outros, os nacionais; alguns até relataram que a preferência por análises de sites nacionais deve-se ao fato que ela é escrita com o jogador brasileiro em mente. Ressaltaram ainda que como no Brasil os costumes são diferentes dos demais países, a forma que olhamos para os jogos também é diferente.
A internet é espaço para publicações “indie” (termo do inglês é a abreviação de independente), pois não é necessário qualquer recurso financeiro para montar um blog e postar periodicamente notícias, análises e afins. Existem ainda canais do facebook dedicados somente a notícias sobre videogames. É um pensamento muito “punk” que remete ao faça você mesmo que ronda a gigantesca rede mundial de computadores.
É muito fácil encontrar as mais diversificadas opiniões na internet, e o público brasileiro é bem antenado em todos esses pontos.
E o leitor (espectador)?
Essa pergunta é extremamente relativa de ser respondida, tendo em vista que nosso país é tão diferente de região para região, de costumes e cotidianos tão diversos, e digo com conhecimento de causa (o redator que vos fala morou em São Paulo e agora vive em Manaus), que é difícil colocar um perfil fixo para os leitores (espectadores) desses meios de comunicação.
Os gamers brasileiros têm uma liberdade para escolher o meio de comunicação que melhor lhe agrada, e mesmo que alguns desses meios pareçam seguir caminhos diferentes, é isso que satisfará todo o tipo de pessoa.
Porém, quando vemos em panorama a situação das mídias brasileiras com temática gamer, logo podemos notar o quão respeitoso é esse segmento em frente a seus consumidores, com ótimas publicações e notícias fidedignas!
Grandes empresas investem nessa mídia ainda em expansão e temos certeza que a tendência é de melhora e renovação e que muitos anos pela frente, de suor e trabalho duro virão! E vocês, têm alguma opinião formada sobre esse complexo assunto?
Revisão: Vitor Tibério