Sétimo Dia: Sonho Interminável – Parte 1
E cá estamos no último dia... Só preciso sobreviver mais hoje e enfim estarei livre dessa brincadeira de mau gosto. Neku e Shiki estão determinados a vencer mais do que em qualquer dia até agora, e sua união fortalecida apenas tem a render bons frutos – para os personagens e para o pobre jogador que vos narra. Desejem-me boa sorte neste fim de aventura, pois precisarei dela.
Não demorou para receber a última missão desse jogo maldito: “O Game Master aguarda você na via expressa. Derrote-o. Você tem 600 minutos. Falhe e encare a eliminação. – Os Ceifadores”. O contador surge, o último. Yodai Higashizawa... Finalmente terei um embate direto com um Ceifador, e justamente o maior deles, o Game Master. Digno de uma missão final. Bem, agora poderei vingar Rhyme e por fim encerrar esse jogo – salvando Beat por tabela.
O telefone toca pela primeira vez na semana toda, isso foi realmente inesperado. Mais inesperado que isso só a forma a qual Neku atende a ligação: “Criança morta na escuta”. Do outro lado está Mr. Hanekoma, em desespero; Beat desapareceu. Neku questiona se ele foi apagado, mas Mr. H nega, diz que apenas saiu de sua cafeteria. O problema é que, sem uma parceira, ele é uma presa fácil para os Ceifadores, e, no sétimo dia, o Game Master pode atacar os jogadores diretamente sem ter de usar os Noises. Nesta situação, só restou uma opção: eliminar o Game Master antes que eliminem Beat.
Okay, de volta ao jogo. De acordo com Shiki, a via expressa fica nos arredores de Station Underpass (o local onde acordei no segundo dia), então devo traçar o meu caminho para lá. Sigo para Statue of Hachiko, mas meu caminho é barrado por um Ceifador de capuz vermelho. Para desaparecer a barreira, tenho a seguinte missão: enfrentar uma sequência de três combates ininterruptos em qualquer área do jogo. Heh, gostei disso. Bottons prontos e vamos lá!
Aproveito-me da situação para treinar mais um pouco – acredito que treinos nunca são demais, tratando-se de que estou prestes a enfrentar o Game Master. Passei a investir uma parte do dinheiro acumulado em comprar vestimentas que aumentem meu HP, poder de ataque e defesa. Além disso, passei a consumir alimentos – que aumentam permanentemente os meus valores já citados. Dessa forma, enfrento a batalha tripla e avanço mais um passo em direção ao fim desta odisseia.
Em West Exit Bus Terminal, eu prossigo o meu caminho. No decorrer, eu vejo que tem um Ceifador de vestes negras parado no meio do caminho, mas não posso me dar ao luxo de ir falar com ele; preciso eliminar Higashizawa antes que ele saiba do desaparecimento de Beat. Quando estou prestes a ir para a próxima área, o Ceifador me aborda e me força a entrar numa batalha. Bem, já que insiste, faço questão de te fazer beijar o chão.
Ah, é verdade... Os Ceifadores não podem atacar os jogadores diretamente – com exceção do Game Master. Dessa forma, o outro aí apenas me arremessa um punhado de Noises corvos azuis e espera que eu caia. Por favor, né? Já derrubei ursos enormes com garras colossais, não vai ser esse bando de pombas que vai me parar agora. Estranhamente, ao eliminar todos os oponentes, o embate não encerra. Opa, de onde veio esse barulho? Opa, de onde veio essa sombra gigante varrendo a tela?!
A delícia, Boss Fight. “Cornix Canor” é tipo esses pomb-- quer dizer, esses corvos, só que BEM maior. No momento, não posso vê-lo, consigo apenas acompanhar os seus movimentos enquanto ele voa deixando sua sombra me cobrir. Desse modo, eu não posso atingi-lo e preciso me restringir a atacar os corvos menores ao meu redor. A sombra se move de um lado para o outro enquanto o combate se estende, e em determinado momento, ela surge maior. Meu conhecimento sobre RPG’s de ação indica que qualquer movimento suspeito do chefe que fuja o padrão indica um ataque chegando e-- por pouco não tomo uma asa de corvo na cara!
Como suspeitava, assim que a sombra de Cornix cresce, ele surge logo em seguida avançando com suas asas. Com um movimento rápido, escapei por muito pouco do golpe, e percebo que agora ele está vulnerável aos meus ataques! Assim, me aproveito para metralhar esse papagaio gigante com meus melhores ataques, e prossigo o combo com Shiki ao vê-lo surgir na tela de cima. Após atacar em ambos territórios, Cornix volta a voar e deixa mais pequenos corvos para lutar. Novamente, vejo a sombra dele aumentar, e já me preparo para a esquiva...
Dessa vez, ele vem mais lento e me aproveito para atacar com mais força. O problema é que Cornix agarra um dos carros do cenário e o leva consigo para os céus. Quando vejo, tem uma sombra circular junto com ele, acima de mim. A sombra está aumentando e... Quase que esse passarinho gigante estaciona uma quatro por quatro na minha cabeça. Felizmente, eu logo percebo que estes são os únicos ataques de Cornix, portanto a luta se torna bem linear e, em pouco tempo, o Noise é eliminado.
Falta pouco, Beat, aguente firme e não faça nenhuma besteira...
Sétimo Dia: Sonho Interminável – Parte 2
Logo após vencer Cornix Canor, a cena muda para Uzuki e Kariya (a Ceifadora de cabelo rosa e o de cabelo laranja, respectivamente), onde a primeira reclama da chatice do sétimo dia. Com apenas Neku e Shiki vivos, eles não tem a quem caçar – visto que eles são alvos pessoais do Game Master – e agora precisam se contentar em esperar pelo resultado. O papo dos dois é interrompido por um chamado de fora, e, para a surpresa de todos (inclusive a minha), eis que surge Beat. Os Ceifadores ficam perplexos com a sobrevivência do Jogador sem a sua parceira, mas este parece não estar disposto a responder as inquisições dos regentes do jogo. Uzuki questiona se ele veio por vingança, mas Beat nega: “Eu quero respostas”. A Ceifadora, irritada com a petulância do rapaz, ameaça eliminá-lo sem dificuldades, porém Kariya o defende. “Pergunte, e talvez nós respondamos”. Beat então faz sua pergunta: “Como vocês Ceifadores fazem? O que é preciso?”. Não estou gostando do rumo desse papo...
Opa, estou de volta ao controle. Dessa forma, parto em direção a Station Underpass, o local mais próximo de onde o Game Master está. Ao entrar, um diálogo se inicia entre Shiki e Neku. A ruiva comenta como, apesar desse jogo ter sido cruel, ensinou muito a ela, principalmente sobre ela mesma. Agora ela sabe como viver de verdade. Ela agradece a Neku por toda a ajuda, e ele desvia do assunto por ficar sem jeito. Por fim, a moça propõe que eles dois e Beat encontrem-se em Shibuya quando voltarem à vida; como ela estará com uma aparência diferente, ela diz que levará Mr. Mew para ser reconhecida. Neku diz que vai pensar no caso dela, mas com um sorriso evidente que o rapaz realmente mudou no decorrer desta semana.
Apesar do momento excelente, não há mais tempo para diversão. É chegada a hora de encarar o Game Master. Última checagem nos bottons, mais algumas lutas para digerir a comida que ainda estava no processo... Tudo feito. Salvo o jogo e avanço em direção ao confronto.
Sou recebido por Yodai assim que entro na área. Ele parecia animado com o confronto até notar que Shiki já não possui aquela inveja que ele tanto cultivou no decorrer do jogo, o seu “molho secreto” como ele mesmo afirmou. Shiki está determinada a vencer e não mais deixará seus sentimentos interromperem o seu caminho. Decepcionado mas ainda animado, Yodai Higashizawa prepara o seu avanço.
“Bem vindos à minha cozinha!”, é o anúncio que recebo ao ver o carneiro bípede colossal e ajoelhado que Yodai se tornou: Ovis Cantus. Enquanto vejo o monstro em sua magnitude na tela inferior, eu só vejo a sua cabeça na de cima. Assim que vejo o tamanho do alvo, eu não hesito: ataco com tudo que posso logo de cara. Infelizmente, percebo que o HP do monstro não desce logo após ele dizer “Hora de fazer um teste de sabor!” e uma espécie de buraco negro se formar em sua boca, engolindo todo o dano que eu enviaria. Legal, então existem momentos em que não posso atacar.
Pouco depois de sua habilidade devoradora se encerrar, eu retomo meu ataque furiosamente em ambas as telas. Porém, minha saraivada de ataques é novamente interrompida quando ele repete a façanha e engole meus ataques. Me pegando desprevenido, esgotei as cargas de meus bottons e começo a correr para sair do alcance do monstro, mas este pensa mais rápido e, no anúncio “Eu vou picar você!”, ele brande seu braço gigantesco e me arremessa pro outro lado da tela. Delicioso.
Não tardo a retomar os meus ataques, agora mais precavido. Quando percebo que ele vai começar a falar algo eu paro de atacar e começo a desviar, prestando a atenção em seu anúncio. Dessa forma fui capaz de não desperdiçar ataques e desviar de seus tapas. Após algum tempo e certa parte de seu HP ser debilitado, o monstro se levanta enfim. Acho que agora é que a luta começa de verdade.
Mais uma vez, ouço ele falar algo, mas agora o anúncio é diferente: “Eu vou te esmagar!”. Não sei o que ele pretende, mas ergueu o braço e eu vou correndo pro outro lado da tela! Por reflexo fui capaz de escapar de seu mais novo ataque, que envolvia um imponente soco contra o chão que ainda cria um tremor nos arredores. Agora, ciente dos três comandos, passo a intercalar meus ataques com desvios de acordo com a frase. Tenho um pouco de dificuldade no começo, mas com o tempo eu me habituo e consigo debilitar grande parte de seu HP.
“Eu vou deixar seus ossos bem passados!”, é a frase que ouço quando ele começa a cuspir uma dúzia de esferas de raio espalhadas pelo cenário, exigindo uma precisão absurda para poder desviar de primeira – precisão que eu não tenho e recebo o golpe em cheio. Logo em seguida, paralisado, recebo uma sequência de raios provindos do céu que terminam de debilitar fortemente o meu próprio HP. Enquanto ataco com Shiki na tela de cima, me esquivo dos ataques embaixo e utilizo meu botton de recuperação de energia. Agora sim, já sei todos os seus ataques e não vou mais deixá-los me impedir!
Com os ataques combinados de Neku e Shiki, carrego o botton em branco que Mr. H nos deu e ativo o ataque sincronizado da dupla. Invocando uma torrente de Mr. Mew’s para atacar o gigante, enfim consigo zerar seu HP gigantesco. Está terminado... Ovis Cantus foi eliminado.
“Fim de jogo” é o que Neku exclama ao ver Yodai Higashizawa sendo eliminado de seu posto e da existência. Acabou. O contador desaparece. A missão do sétimo dia, a ÚLTIMA missão está concluída. Uma luz branca começa a tomar o cenário, e ambos concordam que não é uma luz ruim. Enfim estarão voltando à vida? Aliás, num momento de susto, Neku diz “Shiki” pela primeira vez nos sete dias em vez de um dos muitos apelidos que deu a moça, começando por “perseguidora”. É, ambos cresceram, e eu admito que aprendi muito com esse jogo também.
“Neku, te vejo no mundo real, e sabe onde me encontrar né? Hachiko!”
“É um encontro.”
E a tela fica escura...
...Scramble Crossing. Pessoas andando para lá e para cá... Neku no chão. Ele se levanta, e todos o ignoram. O celular toca... Uma mensagem. Uma missão.
“Por que..?”
“Por que? Por que? Por que?”
“POR QUE?!”
Parece que não vou me livrar tão facilmente desse jogo... Eu não sei o que raios aconteceu ou o que terei de fazer para resolver isso, mas eu pretendo descobrir.
Revisão: Ricardo Bach