O que esperar de Metroid no Wii U?

em 03/06/2013

Essa semana eu resolvi jogar Metroid Prime Trilogy (Wii) em sequência de Metroid: Other M (Wii) , apenas me preparando para um futuro... (por Fellipe Camarossi em 03/06/2013, via Nintendo Blast)

Essa semana eu resolvi jogar Metroid Prime Trilogy (Wii) em sequência de Metroid: Other M (Wii), apenas me preparando para um futuro Metroid presente no Wii U. Enquanto os jogava, comparando suas histórias, jogabilidades, o que deu certo e o que não deu e o que os fãs gostaram e não gostaram, comecei a cogitar como será o próximo game da série. Vocês também já se perguntaram isso? Como imaginaram Metroid no Wii U? Será que pensamos de forma parecida? Continuem lendo e vamos ver!

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A long time ago in a galaxy far, far away…

É claro que não é possível definir o rumo da série somente com estes títulos, é preciso voltar ao começo de tudo para termos uma definição mais apropriada. Precisamos retornar aos confins da história de Metroid e rever os primeiros games, afinal, sem eles, essa matéria nem sequer estaria em produção. Os primeiros games seguiram um padrão de exploração e ação, num nível de dificuldade típico dos jogos antigos. A série seguia um padrão que também pôde ser visto em Castlevania, que exigia uma constante ida e volta entre os cenários quando se consegue novos poderes, podendo atingir novos locais e descobrir novos cenários.

Com o decorrer dos anos, o clássico 2D parecia começar a ficar batido, e então a Nintendo resolveu inovar, trazendo Metroid Prime (GC). Ao mesmo tempo em que houveram dezenas de pessoas criticando, chamando de “spin-offs fracos”, entre outras palavras não muito bonitas, outros jogadores realmente aclamaram a nova jogabilidade. Em uma era onde jogos de tiro em primeira pessoa se resumiam a guerras e afins, um jogo de exploração realmente se destacou – apesar da jogabilidade complexa.

Anos depois da trilogia Prime, que realmente surpreendeu e serviu como divisor de águas na série, recebemos outro jogo que iria marcar eternamente o histórico da franquia: Metroid: Other M. O game, que tentava mesclar o clássico “Metroidvania” com a mecânica da trilogia Prime, variando entre a aventura em terceira pessoa e em primeira pessoa. A premissa era excelente, ainda mais quando somados a gráficos estonteantes e uma história envolvente... Pena que nem todo mundo pensou assim.

Seja destino, seja uma maldição, seja indecisão dos fãs, o game não vendeu como o esperado, e nem foi tão aclamado assim. Os motivos variam entre a personalidade de Samus até a jogabilidade linear, mas o game não surpreendeu tanto assim. Tendo em vista tudo que ocorreu, como será que a Nintendo poderia recompensar e superar a maldição? O que é preciso ser feito para o futuro título do Wii U realmente emplacar? É isso que tentaremos prever aqui.

Numa visão conservadora

Temos três estilos de jogos que Metroid pode seguir: a aventura intensa em plataforma, a exploração desenfreada em primeira pessoa ou a nova perspectiva em terceira pessoa com toques de primeira. A questão toda é: qual destes estilos é o mais indicado para um console de mesa?

Originalmente Metroid era um jogo em plataforma, uma exploração que envolvia ir e vir de cenários com novos poderes e capacidades, acessando locais previamente indisponíveis. Considerando os gráficos em HD e Full HD do Wii U, será que esse estilo seria o melhor? É claro, o jogo seria lindo e voltaria às origens da franquia, mas é um meio que não poderia realmente explorar as capacidades do console - principalmente o GamePad.

Isso é mais assustador do que eu me lembrava.
Quer dizer, pensem comigo: o que de extraordinário poderia ser feito com o GamePad se o jogo fosse no estilo plataforma? Consigo imaginar o uso de mapas com maior facilidade, uma viagem entre os menus de forma mais fluida e dinâmica, tornando o passo do game mais rápido e realista. Mas... Eu não sei vocês, mas não vi nada de realmente inovador aqui. Onde está o sensor de movimentos? Acredito que a única vantagem desse estilo seja que, por não haver nada realmente notável no GamePad, o jogo possa ter streaming direto no controle - o que ainda não creio que seja um fator tão notável, considerando o histórico de vendas da franquia. É preciso ir um pouco mais além.

A era dos FPS

Esse vídeo a seguir foi feito por um fã da série, e demonstra como poderia ser o Metroid do Wii em sua visão:

Metroid Prime 4? Oi?

Como puderam ver, o vídeo traz reminiscências da série Prime, polêmica por dar uma reviravolta no estilo de Metroid. Pensando bem, talvez seja interessante que um novo game siga esse padrão. Enquanto temos o cenário limpo na telona, podemos ver a visão de Samus pelo GamePad, mudando conforme passamos o controle em direção a TV. Graças ao formato do controle, isso se torna simples - porém cansativo. Quem jogou Prime 3 e reclamou de ficar movimentando os braços para mirar, teria de passar longe deste aqui.

Mesmo limitando o uso do GamePad com a visão de Samus, botões poderiam suprir o uso dos menus, assimilando um certo item por botão e uma navegação instintiva entre eles. Outra utilidade que o novo controle da Nintendo poderia ter é o uso da telinha para resolver puzzles, desafios como consertar circuitos ou placas para abrir portas, ou mesmo ter de hackear servidores para poder explorar uma nave inimiga. As possibilidades são grandes, apesar de cansar um pouco os braços.

Outra forma - menos cansativa - de jogar seria o modo clássico dos FPS usando de dois analógicos: um para a câmera, outro para movimento. Isso tira um pouco da inovação proposta pelo Wii U, mas torna mais simples a jogabilidade e permite um uso maior do controle para menus e afins (ideias presentes no estilo "plataforma"). O que acham? Fãs da série Prime, como gostariam de ver a série no Wii U?

Opa, espera... Estou me atropelando. Ainda falta um estilo, tão polêmico que pode custar toda a matéria até agora... Mas vamos nos arriscar. Espero que não me apedrejem.

Uma aventura livre, só que não.

Other M. Um jogo que quebrou tudo que nós pensávamos de Metroid até hoje. Nele podemos ver uma Samus Aran mais humana, e não aquela caçadora assustadora dos jogos anteriores. Isso, e o fato do jogo ser mais teatral (com longas e profundas cutscenes), deixou esse título extremamente controverso: muita gente gostou, muita não. Eu estou no meio termo.

Quanto à história em si, eu simplesmente amei o jogo. Por mais que digam que não deviam colocar tanta “emoção” num jogo da caçadora, eu acredito que foi interessante ver esse outro lado da Samus. Porém, a jogabilidade caiu um pouco o nível pelo fato de que estamos ligeiramente travados – principalmente porque o único local que exploramos é a gigantesca Bottle Ship, em vez de vários mundos como em Prime. Outra coisa que enfraquece a jogabilidade é que perde-se aquela sensação de estar sozinho em mundo hostil, pois constantemente tem outros humanos ao redor de Samus, tornando o clima muito menos denso. Mas estou fugindo do assunto principal, que é o reflexo desse título no futuro da série.

Team Ninja confirmou que tem desejo de trabalhar em outro Metroid, o que pode ser uma pista de que teremos outro game da série no padrão de Other M. E o que podemos tirar disso? Bem, vamos imaginar no Wii U. A movimentação poderia ser menos travada pelos analógicos, permitindo um maior grau de exploração. O modo em primeira pessoa poderia ser mais facilmente utilizável ao direcionar o controle para a TV, exibindo a visão de Samus na telinha do GamePad. Além disso, existe a possibilidade de jogar com duas visões ao mesmo tempo: enquanto vemos tudo em terceira pessoa na televisão, podemos ver a visão da caçadora constantemente no controle. Tudo bem, é algo difícil de se acostumar, mas hey, é inovador.

Futuro ameaçado

Nem a Samus está pronta pra isso.
Como eu disse no meu outro Future Blast, o principal problema que ameaça a série são os fãs. Eles são a principal ameaça para o futuro de Metroid pelo simples fato de que eles não sabem o que querem. Alguns querem mais jogos como Super Metroid, outros querem ver a ação constante de Other M, outros a jogabilidade de Prime. No fim das contas, é impossível agradar a todos – e a prova disso é Other M, que tentou mesclar tudo e acabou não sendo excelente em nada.

O que a série precisa é achar o seu rumo, que ainda não foi encontrado. Os jogos em plataforma realmente tiveram seu espaço, e até hoje são ótimos, mas será que são os mais indicados para um console de mesa? O que realmente deve ser feito para que Metroid detone nas telas grandes? Uma coisa é certa: enquanto eles tentarem agradar a todos os públicos, estarão fadados ao fracasso.

Samus no Wii U. Não, pera.
Bem, pessoal, essa é a minha opinião sobre o que podemos esperar do futuro de Metroid no Wii U. Fui meio vago? Acredito que tenha sido, mas é difícil ser específico quando a série é tão mutável, sem um padrão. Em suma, eu espero ver uma história tão boa e esclarecedora quanto Other M, uma aventura com tanta exploração como Prime e que seja tão épico quando Metroid 2 ou Super Metroid. E vocês, o que acham? Deixem seus comentários!
Revisão: Vitor Tibério 
Capa: Pietro Bernardi
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