A série Zelda é muito popular nos videogames da Nintendo, mas isso até o poste da esquina já sabe. O que poucos conhecem é a existência de uma série de mangás (quadrinhos japoneses) baseados nos jogos da série. Produzidos por Akira Himekawa, um pseudônimo das autoras A. Honda e S. Nagano, os mangás tomam certas liberdades em relação aos games, mas ainda são quadrinhos excelentes. Vamos conhecer um pouco de todos os volumes lançados nesta matéria.
The Legend of Zelda: Ocarina of Time (2 volumes encadernados)
O primeiro mangá lançado pela dupla de autoras foi baseado no clássico The Legend of Zelda: Ocarina of Time (N64). São dois volumes encadernados (o tal formato tankohon, ou seja, com aproximadamente duzentas páginas cada), o primeiro falando sobre a história do Link criança e o segundo com a parte do Link adulto. Como é a primeira tentativa das autoras no universo de Zelda, o mangá é um pouco confuso. Começa bem morno, tendo só o Link entrando nos templos e enfrentando os chefes (ou seja, sem exploração de dungeons), mas depois começa a andar com suas próprias pernas durante a parte final da história. Como capítulos paralelos, o mangá traz uma história com o Skull Kid e outra com o Link criança ajudando uma criatura.
The Legend of Zelda: Majora's Mask (1 volume encadernado)
Neste volume, as autoras ainda não estavam conseguindo se “libertar” do game original, o The Legend of Zelda: Majora's Mask (N64). O mangá não conseguiu transpor a sensação do jogo, então se mantém a transpor a experiência. Ou seja, você ainda lê Link entrando nas dungeons e matando os chefes, com pouca ou nenhuma história para completar. Por sorte o volume traz as histórias extras, como uma inventada pelas autoras para explicar a origem da temível Majora's Mask. Ah, e a história do casal Anju e Kafei está presente no mangá e continua emocionante.
The Legend of Zelda: Oracle of Seasons (1 volume encadernado)
Com o mangá baseado no The Legend of Zelda: Oracle of Seasons (GBC) as autoras conseguiram se distanciar dos games e fazer um mangá divertido. Em Oracle of Seasons o mangá ficou bem mais interessante porque seguiu uma história relativamente diferente do original de Game Boy Color (que não tinha uma história tão elaborada, se tratava de um portátil, ainda). O traço mudou para seguir o estilo de character design do novo jogo, e essa alteração casou muito bem com a narrativa dos quadrinhos.
The Legend of Zelda: Oracle of Ages (1 volume encadernado)
Assim como no volume anterior, o mangá baseado no The Legend of Zelda: Oracle of Ages (GBC) conseguiu ser ainda melhor. As autoras pegaram apenas alguns elementos do game original, como a viagem no tempo, e criaram uma história nova e, nas devidas proporções, muito surpreendente. O foco deixa de ser um pouco Link e passa a ser os personagens criados exclusivamente para o mangá, mas no fim todo mundo ainda é salvo pelo herói mais famoso de Hyrule. E, assim como no game, os dois mangás da série Oracle se conectam de alguma forma.
The Legend of Zelda: Four Swords + (2 volumes encadernados)
Desta vez o jogo escolhido foi o The Legend of Zelda: Four Swords Adventures (GC). À primeira vista o jogo parecia bem simples, mas as autoras conseguiram transformar a história em dois volumes encadernados. Cada uma das dungeons é retratada nos capítulos, e a luta final se estende por várias páginas. O traço sofreu outra mudança, novamente para acompanhar o character design do jogo. E, convenhamos, este é o character design mais carismático e expressivo do Link.
The Legend of Zelda: The Minish Cap (1 volume encadernado)
Já vou avisando que este é um dos melhores mangás da série. Baseado no The Legend of Zelda: The Minish Cap (GBA), foi um dos poucos que conseguiu transpor muito bem a experiência de se jogar Zelda. Todas as batalhas são empolgantes, tem a parte da exploração de dungeons e o vilão ganha novas facetas, chegando a ganhar até uma origem. Fora isso, o traço mantém o mesmo estilo do character design anterior, que é inspirado no Link de The Legend of Zelda: Wind Waker (GC).
The Legend of Zelda: A Link to the Past (1 volume encadernado)
Todos os mangás saíram próximo do lançamento de seus respectivos jogos, então por que este saiu com décadas de atraso? Na verdade, o mangá foi baseado no port lançado para GBA de The Legend of Zelda: A Link to the Past. Novamente a desenhista precisou mudar o desenho para seguir o character design do jogo. Por conta da extensão do jogo, o mangá teve que ser muito resumido para caber nas 200 páginas. Como curiosidade, não é a primeira vez que este jogo se transforma em um mangá, pois à época do lançamento saiu um em 1995. Não parece muito bom, mas entra na contagem de itens de Zelda.
The Legend of Zelda: Phantom Hourglass (1 volume encadernado)
O último volume lançado até o momento. Seguindo fielmente a história de The Legend of Zelda: Phantom Hourglass (DS), o mangá só não foi fiel em alguns eventos e personagens específicos, que foram modificados para que ainda se houvesse alguma surpresa no mangá para aqueles que já haviam jogado. O traço retornou ao estilo mais caricatural, e a desenhista foi perfeita nos desenhos do Linebeck.
Outros mangás
O autor Ataru Cagiva desenhou dois mangás para Zelda: Dreaming Island (2 volumes) e Triforce of the Gods (3 volumes), todos inspirados no Link de A Link to the Past e Link's Aawkening. Acredite ou não, o mangá foi publicado pela Square Enix. Yuu Mishouzaki também fez mangás baseados nos dois primeiros jogos da série para NES.
Houve também um autor famoso que desenhou para Zelda: nada menos que Shotato Ishinomori, o pai de Kamen Rider, Cyborg 009 e muitos clássicos dos mangás. O mangá do Ishinomori foi baseado no A Link to the Past, mas com grandes modificações no roteiro.
A não ser que você tenha contatos no Japão, a maneira mais acessível de ter acesso a esses mangás é através das versões americanas. Todos os 10 volumes da dupla que assina por Akira Himekawa foram lançados pela editora americana Viz Comics e podem ser facilmente importados ou encontrados em livrarias que trabalham com importação. A Viz chegou a lançar um box belíssimo com todos os volumes. Você leu algum deles? Compartilhe conosco sua opinião nos comentários.
Revisão: Thyago Coimbra Cabral