Minha aventura está próxima do fim neste último Blast Log de Zelda Skyward Sword. Após ver a alma de Zelda ser devorada pela forma bestial de Demise, o monstro sofre uma transformação que faz todo o santuário da deusa estremecer. Da névoa negra que se espalhou pelo local surge ele: Demise, o Rei Demônio. Com os olhos vermelhos de ódio e com um cabelo de fogo, o demônio retira sua espada do peito de Ghirahim e retorna a essência de seu servo para sua arma mortal.
Descansando e explorando
Com uma feição monstruosa, Demise me encara: o herói escolhido da deusa. Ele despreza Hylia mais do que antes, por ter se rebaixado a forma humana e apenas com o vento produzido pelo movimento de sua espada, joga Zelda para longe. Corro para resgatá-la, mas para minha sorte, Groose corre pelo fosso e segura a jovem. Aliviado, desafio meu inimigo. Demise se surpreende pela minha coragem, então decide que irá criar um lugar especial onde poderei desafiar seu poder. Antes que ele abra um portal e deixe esse mundo, Groose me manda um aviso da velha senhora: preciso derrotar Demise o quanto antes, pois ele levará tempo para absorver toda a alma de Zelda, e talvez assim ainda possa salvá-la.
Percebendo que não seria necessário travar a batalha final com Demise nesse momento, decido aproveitar esse aparente “intervalo” e volto para o meu tempo a fim de descansar, reabastecer meu estoque de poções e cumprir qualquer missão que ainda possa existir na minha jornada antes de prosseguir.
Voo pelos céus e antes de me dirigir à Skyloft, decido investigar mais a fundo as áreas da superfície em busca de itens raros ou de Goddess’ Cubes. E minha primeira parada é em Eldin Volcano, onde depois de explodir uma parede de pedras muito suspeita, descubro um Mogma muito divertido que promove um jogo de sorte chamado Thrill Digger (muito similar a um jogo de “Campo Minado”), onde devo cavar buracos no chão em busca de Rupees para receber um quantidade delas em troca. O jogo não é simples, mas se você sabe cavar no lugar certo pode acabar com o bolso bem cheio no final.
Além disso, ao passar por Faron Woods em busca de itens para aprimorar equipamentos como o Beetle, o arco ou o estilingue, encontro um Kikwi desesperado para deixar os bosques e viver uma vida mais calma longe de monstros ameaçadores. E é nas mãos do Instrutor Orlaw que esse bichinho encontra conforto quando o levo até ele, deixando esse intenso explorador da natureza muito contente. E de quebra ainda ganho alguns Gratitude Crystals.
Passando por Lanayru Desert, reencontro o velho dragão do trovão que me propõe um desafio. Ele me propõe um desafio perigoso para ganhar recompensas e itens raros: reviver minhas batalhas contra os grandes chefões de minha jornada ou minhas aventuras pelos Silent Realms. Sem pestanejar, escolho as batalhas e a cada vitória ganho prêmios e ainda posso ganhar um escudo “absurdamente” forte no final! O único problema é que terei que batalhar em série sem descanso ou poções. Pelo menos ele me garante que poderei utilizar os itens que já possuía quando enfrentei cada um dos chefões anteriormente. Assim, com muita paciência, precisão e agilidade luto novamente com todos meus maiores desafios (ganhando dinheiro a cada vitória e podendo sair da aposta a qualquer momento) e depois de 8 lutas o dragão me entrega o Hylian Shield. Esse escudo é o item mais poderoso do jogo, abençoado pelo poder da deusa e praticamente indestrutível! O que mais eu poderia querer?
Gratitude é bom, dinheiro ainda melhor
De volta à Skyloft, tenho tempo de sobra para explorar e investigar tudo o que pode ser feito nessa terra cheia de aventuras. Mas primeiro, procuro pelos Goddess’ chests desbloqueados pelos Goddess’ Cubes que atingi. Eles estão espalhados por Skyloft, nas ilhas flutuantes e até dentro do Thunderhead. Descobrindo eles obtenho mais do que desejava: encho meu bolso de rupees e obtenho vários Pieces of Heart. E depois de tanta exploração, nada melhor do que relaxar um pouco e conversar com meus companheiros e amigos para saber se existe algo em que posso ajudar. Existem várias side-quests para realizar e muitos Gratitude Crystals para reunir e logo abaixo contarei sobre algumas delas.
E em uma das residências de Skyloft, encontro uma moça chamada Mallara que pede gentilmente se posso limpar sua casa que está empoeirada. Então, varro toda a sujeira com a força do Gust Bellows e a moça fica muito feliz me agradecendo com uma grande quantidade de rupees. Infelizmente descubro que ela é mãe do meu colega da Academia, Pipit, e o jovem não está nada contente por saber que a mãe é uma preguiçosa que paga para outras pessoas fazerem as tarefas domésticas. Espero que ele não descubra que sou eu que está ajudando sua mãe.
Recarregando meu estoque de poções, descubro que o marido da vendedora de elixires está cansando e não consegue mais dormir porque seu bebê perdeu o chocalho e chora a noite inteira. Pensando em aliviar o pobre homem, decido procurar pelo item desaparecido e acabo encontrando-o em um ninho de pássaro sobre um moinho perto da cachoeira. Chegar até lá não é fácil, já que é preciso subir até o ponto mais alto da ilha flutuante para cair no ninho. Mas obtendo o chocalho e retornando-o a criança, faço mais um pessoa feliz e recebo mais gratidão cristalizada!
Em um certo momento da minha jornada, ao passar por Pumpkin Island, desobedeci a advertência do dono da taverna e, em busca de um Piece of Heart, quebrei seu lustre favorito. O dono ficou enfurecido e me fez jurar que lhe restituiria o valor de seu item precioso cumprindo tarefas. Assim, realizei diversas tarefas desde mais simples como levar encomendas até carregar abóboras. No final, tive que acompanhar sua filha em um show na taverna seguindo o ritmo de sua bela canção com minha harpa. Foi difícil pegar o embalo da canção e deixar os clientes satisfeitos, mas enfim saldei minha dívida com o dono do local e ganhei mais um pouco de dinheiro por uma apresentação musical única!
Em uma ilha misteriosa e colorida no céu descubro Fun Fun Island. Nesse local mora um palhaço chamado Dodoh que realiza jogos muito divertidos que proporcionam vários tipos de prêmios. Infelizmente, ele está triste agora pois uma das rodas dos mecanismos da ilha caiu em algum lugar da superfície. Decido ajudá-lo e, usando a dowsing ability, desço até Lanayru Desert e, com a ajuda de Scrapper carrego a roda de volta para o céu. Dodoh fica extremamente contente e me recompensa com cinco cristais de gratitude, além de liberar um mini-game interessante que me premia com um Piece of Heart.
Na Knight Academy ouço uma voz misteriosa e lamurienta implorar por ajuda e um pedaço de papel, dentro do banheiro. A voz somente é ouvida a noite e começa a assustar muitos estudantes, inclusive Crawlin, umdos amigos de Groose, que me pede para esquecer essa história e me pede para lhe fazer um favor: entregar uma carta de amor para sua amada colega Karane. O rapaz me faz prometer que cumprirei meu objetivo, mas decido tomar outro rumo e entrego a carta à voz que vinha do banheiro. Assim, uma mão fantasmagórica sai do vaso, agarra a carta e fica tão contente com o conteúdo do envelope que decide consolar o pobre Crawlin, assustando-o todas as noites. Ele pode ter ficado com raiva de mim, mas pelo menos fiz um espírito bem feliz!
Após reunir todos os Gratitude Crystals que Batreaux precisava (80 no total) em todas as situações únicas citadas acima e em tantas outras que estão espalhadas por Skyloft que somente a mente mais curiosa pode descobrir, volto até a morada do demônio. Importante dizer que entregava, periodicamente, alguns cristais que reunia e cada vez que o fazia, Barteaux me presenteava com algum item raro como, por exemplo, uma Big Wallet ou 300 Rupees!
Mas no final, ao entregar todos os cristais para Batreaux, ele finalmente se torna humano. Ironicamente, ele continua feio como sempre. Porém, ele realiza seu desejo e passa seus dias no Bazaar, conversando com os cidadãos. Além disso, após a transformação do monstro, todos os monstros que apareciam à noite em Skyloft desaparecem e aqueles gatinhos que se irritavam tanto comigo ficam dóceis e carinhosos, para meu alívio.
Deveres cumpridos, estoque de poções completo, armas, itens e escudo equipados. Com tudo pronto, posso rumar para o desafio final: a luta com Demise. Então, retorno ao passado e me dirijo diretamente para o fundo do fosso do templo de Hylia. Fi me alerta que uma vez que eu cruzar o portal não poderei retornar e que não poderá me auxiliar durante a batalha. Depois que minha companheira me deseja boa sorte, respiro fundo e adentro uma dimensão para enfrentar o meu destino.
A batalha final
Adentro na dimensão que o rei demônio havia criado para nosso combate decisivo. O local é quase etéreo: nada além de um céu límpido com algumas nuvens refletido em um espelho d’água que cobre a superfície do local. Seria uma visão bela, não fosse pela forma aterradora de Demise me encarando. Ele reconhece minha determinação, mas me garante que meus esforços para detê-lo serão em vão e que apenas estou adiando o inevitável: a superfície se curvará e tremerá diante de seus poderes quando ele possuir a Triforce. Assim, em poucos instantes o local é coberto pelas trevas e Demise parte para o combate.
Como em outros chefões que havia enfrentado, o rei demônio possui estratégias de luta, porém sua força se concentra principalmente em sua espada. Então Demise me cerca e subitamente tenta me atingir com sua arma. Felizmente consigo seguir seus movimentos e bloqueio seu golpe com o poderoso Hylian Shield, desestabilizando sua postura e golpeando-o com ataques certeiros. E assim eu permaneço, cuidando cada movimento do meu inimigo, bloqueando seus ataques e atacando-o quando surge a oportunidade. Praticamente é impossível quebrar sua defesa e tentar um ataque direto já que sua espada é muito resistente.
E depois de golpear o demônio, ele se enfurece enquanto o local treme com raios que caem do céu. Demise ergue sua espada e a carrega (da mesma forma que um Skyward Strike) com a força de um relâmpago e tenta me atingir. Desvio de seu ataque e carregando minha espada com um poder imenso da mesma forma que meu inimigo, tento atinji-lo. Porém, ele parte em um ataque investido rápido que não tenho chance de evitar e acabo me machucando bastante. Demoro para conseguir calcular o tempo correto e aproveitar os momentos certos para atingir Demise com um Skyward Strike para atordoá-lo e golpeá-lo com golpes consecutivos.
A batalha se torna ainda mais tensa quando desfiro um golpe mortal no demônio e jogo-o metros de distância. Sem perder tempo, corro para tentar eliminá-lo com um Fatal Blow mas Demise ainda tem forças e se esquiva do meu golpe partindo para o ataque novamente. Assim, esgoto meu estoque de poções enquanto luto para me esquivar e atingir o demônio tentando sempre cravar minha espada em seu peito quando derrubo-o. Quando achava que estava prestes a perder o combate e com apenas um coração de vida, joguei Demise ao chão novamente e consegui dar-lhe o golpe mortal!
Respiro aliviado enquanto, ofegante, o rei demônio se ergue e me diz suas últimas palavras (em forma de profecia), antes de se desfazer em uma névoa negra: mesmo derrotando-o, seu ódio é eterno e ele haverá de retornar em uma próxima reencarnação para enfrentar a deusa e seu herói em um destino que minha raça carregará para todo o sempre. E após ouvir isso, ergo minha espada aos céus e a lâmina absorve toda a essência de Demise. O céu se limpa e brilha maravilhosamente enquanto Fi me informa que a alma do demônio foi selada na espada.
Cumprida minha missão, sou transportado de volta ao meu mundo, esperando que todo meu esforço tenha valido a pena e Zelda finalmente esteja salva.
Sorrisos, despedidas e um novo começo
Volto triunfante para o templo de Hylia e reencontro Zelda sã e salva. A ameaça de Demise finalmente foi erradicada, tanto no presente quanto no passado, e agora a podemos respirar aliviados. Fi surge perante nós e me felicita por ter salvo Zelda e derrotado Demise. Ela fica feliz por ter cumprido seu objetivo e ter me auxiliado durante minha jornada. Assim, não lhe resta outra opção se não adormecer eternamente na espada. Surpreendo-me com a decisão de minha amiga, mas ela me informa que é necessário que eu crave a espada em um altar de pedra do templo, pois seu uso não é mais necessário. É um momento de pura emoção, onde nem eu nem Fi queremos dizer adeus, mas mesmo assim cravo a espada sagrada no altar e sigo meu caminho, sem olhar para trás. Mas eis que um som familiar é ouvido e penso ser Fi, mas não a vejo. Ao invés disso, uma voz fraca emana da espada e diz que durante os momentos que passou comigo, pode experienciar uma sensação que ela, sendo uma representação humanóide, talvez jamais compreenderia: felicidade. Ditas essas palavras, Fi finalmente adormece para sempre.
Espero que, como minha companheira fiel havia desejado, nos reencontremos em outra vida. Mas antes que eu, Groose e Zelda regressemos ao nosso tempo a jovem implora que Impa retorne conosco. Porém, a guardiã insiste que é impossível pois ela não pertence ao nosso tempo e seu dever, como membro dos Seikah (os protetores da deusa), é proteger o portal do tempo e a espada onde a essência de Demise está selada. Sem conseguir convencê-la, Zelda lhe dá um bracelete e Impa lhe promete que ainda se reencontrarão.
E de volta ao presente, o portal do tempo se desfaz e a velha senhora do templo nos recebe feliz, parabenizando-nos pelos esforços e sacrifícios para deter o rei demônio. Ao se dirigir a Zelda, a jovem nota algo e seu pulso e percebe que, desde o inicio, a velha senhora e Impa eram a mesma pessoa. Antes que a jovem possa se alegrar pelo reencontro, Impa lhe diz que cumpriu sua promessa e desaparece em ao se desfazer em inúmeros pontos de luz dourada. Somente o bracelete que Zelda lhe deu cai solitário ao chão, enquanto lamentamos a perda de uma companheira e conselheira tão sábia e poderosa.
O momento parece triste, mas tenho meus amigos, tudo está bem e, enfim o mundo está em paz, sem a sombra de Demise para assombrá-lo. O portão por trás do altar da espada se abre lentamente e o sol ilumina a lâmina que brilha a frente dos bosques de Faron. Pode até ser que o rei demônio esteja certo e ele um dia retornará para travar uma batalha mortal pelo poder da Triforce. Talvez também seja verdade que quando esse momento chegar, a deusa reencarnada e seu herói se erguerão contra essa terrível ameaça. Mas até que esse dia apareça, sei que poderemos viver tranquilos e felizes, pois o mal foi derrotado e a coragem, o poder e a sabedoria prevaleceram no final.
Viver essa aventura foi uma experiência fantástica. Cheia de momentos emocionantes e intensos, minha jornada me surpreendia a cada estante. Lugares belíssimos, monstros perigosos e enigmas alucinantes proporcionaram uma das maiores aventuras que esse singelo jogador e um jovem dorminhoco poderiam compartilhar. E nada melhor para encerrar esse diário do que um final espetacular que se localiza após os créditos do jogo.
Realmente, a lenda de Zelda está mais viva do que nunca!
Revisão: Bruna Lima