Blast from the Past: The Amazing Spider-Man (GB)

em 02/08/2012

Com o lançamento de The Amazing Spider-Man, tanto nos cinemas quanto nos videogames, nada melhor que relembrar um jogo homônimo que foi lan... (por Jardeson Barbosa em 02/08/2012, via Nintendo Blast)

Com o lançamento de The Amazing Spider-Man, tanto nos cinemas quanto nos videogames, nada melhor que relembrar um jogo homônimo que foi lançado em 1990 para o Game Boy e que passou quase despercebido. Assim como quase todos os jogos de super-heróis (antigos e atuais), The Amazing Spider-Man para Game Boy possui uma qualidade questionável, mas se destaca por ser o primeiro jogo do cabeça de teia para os consoles da Nintendo. Será que o Homem-Aranha se deu bem em preto e branco? Descobriremos agora.

O amigo da vizinhança em preto e branco

Desenvolvido pela Rare e lançado em 1990, The Amazing Spider-Man foi um dos primeiros jogos baseados nos quadrinhos do Homem-Aranha. O título é um típico jogo de plataforma em progressão lateral com uma pitada de ação, que lembra outros jogos, como Ninja Gaiden para NES – mas com uma típica lentidão que em nada lembra as aventuras de Ryu.

O enredo do jogo é bem simples. Mary Jane, então esposa de Peter Parker (ou Homem-Aranha, caso você não sabia), foi raptada por algum vilão. Ele percorre, então, por toda a cidade de Nova Iorque, derrotando todos os seus inimigos até encontrar sua bela amada.

Quem é você?

Uma das partes mais frustrantes do jogo está no seu visual. Tendo em mente as capacidades do Game Boy e a limitada paleta de cores (apenas preto e branco) é de se esperar que seu visual não seja impressionante ou impactante. No entanto, é difícil afirmar com certeza que o personagem que controlamos durante o jogo é o Homem-Aranha. São pouquíssimos detalhes que remetem ao super-herói e o sprite mais parece um personagem genérico.

Os vilões também são decepcionantes. Mesmo nas cutscenes, que são (obviamente) estáticas, eles são muito mal desenhados, bem diferentes de suas contrapartes nos quadrinhos. A impressão que dá é de que tudo no jogo foi desenhado por alguma criança de seis anos de idade. Os cenários são muito genéricos, assim como os inimigos que aparecem durante as fases. Comparando o visual do jogo com o de outros lançados na mesma época, também para Game Boy, é notável um certo desleixo na produção do título.

Jogando o Game Boy na parede

Enquanto, na maior parte do tempo, as fases são divertidas e (ligeiramente) interessantes, alguns detalhes do design delas conseguem ser completamente irritantes. Alguns buracos e obstáculos são tão grandes, que necessitam ser atravessados utilizando comandos extras. O problema é que a maioria desses comandos é extremamente difícil de executar, graças à pouca quantidade de botões do Game Boy. O pior é que os controles do jogo, de uma forma geral, são bem travados.

Mesmo assim, o jogo possui algumas surpresas bem agradáveis. Algumas fases são verticais, modificando toda a mecânica básica. Nelas, o Homem-Aranha deve escalar prédios, enquanto desvia de objetos que caem do topo da tela e de inimigos que aparecem nas janelas.

As teias também se fazem presentes no jogo e só funcionam nas tradicionais fases horizontais, servindo apenas para atravessá-las mais rapidamente. Elas também podem ser utilizadas como arma, mas o uso é limitado.

Criando teias de aranha

The Amazing Spider-Man não é um jogo ruim. O grande problema do título é que ele envelheceu muito mal. É interessante notar que as coisas mais legais do jogo foram melhor executadas em outros títulos do Game Boy, o que não desmerece o trabalho da Rare, mas diminui seu mérito.

Por fim, o jogo está longe daquilo que se possa considerar um fracasso. O “sucesso” do título rendeu duas continuações, intituladas The Amazing Spider-Man 2 e The Amazing Spider-Man 3: Invasion of the Spider-Slayers.

Infelizmente o jogo nunca foi relançado. A possibilidade de um relançamento no Virtual Console ou em outra rede online é praticamente nula, principalmente por ser uma obra licenciada. O único jeito de conhecer, ou voltar a jogar, esse jogo é através do bom e velho Game Boy. Mas, vai por mim, talvez não valha tanto a pena.

Revisão: José Carlos Alves

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