Pikmin é aquele típico jogo no qual você começa a jogar e não consegue mais parar. Com a assinatura do mestre Shigeru Miyamoto, Pikmin pode até não ser tão famoso como Mario, Zelda, Pokémon e outras séries da Nintendo, mas é igualmente viciante e fantástico. O terceiro game da série, em breve, estará no Wii U e aproveitando o hype, a Big N lançou Pikmin 2 na América. Entenda na nossa análise por que você não pode ficar sem jogar este título.
Um é pouco, dois é (muito) bom!
A ideia por trás de Pikmin surgiu quando Miyamoto cuidava do jardim de sua casa, por isso a semelhança dos pequenos seres do jogo com formigas, os inimigos com insetos e o ambiente natural. O primeiro Pikmin foi lançado em 2001 para o GameCube e agradou tanto a crítica especializada e os donos do cubo, que teve uma versão para o Wii, na linha New Play Control, adaptada aos controles do console, em 2009, inclusive para que aqueles que o desconheciam terem o contato com o excelente título do antecessor do Wii.
Uma sequência era mais do que certa. Em 2004, a Big N lançou, para o cubo, Pikmin 2, repleto de novas adições, surpreendendo ainda mais do que o antecessor. No Japão, o game foi relançado para Wii também na linha New Play Control e, agora, após quatro anos do lançamento na terra do sol nascente, o título chegou ao continente americano.
Explorando o pequeno grande planeta
A situação não está muito boa para a Hocotate Freigh, empresa na qual Olimar trabalha. O presidente conta ao Capitão que possui uma grande dívida, que não tem dinheiro para quitá-la e ainda deu, como garantia, a nave de Olimar. Mas eis que da nave cai uma tampinha de garrafa da última expedição, que ocorreu no primeiro Pikmin. E, logo ao ser avaliada, revela-se um tesouro! E assim, a pedido do presidente, Olimar e seu amigo Louie partem para trazer mais tesouros para quitar a dívida.
Mas, de fato, como é o jogo? Pikmin 2 é um game de estratégia em tempo real (RTS), no qual, utilizando o pointer do Wii Remote, você dará ordens para os pequeninos Pikmin realizarem as mais diversas ações. Você pode mandá-los construír pontes, carregar objetos, quebrar paredes e atacar inimigos. Entretanto, o planeta é hostil; é preciso estar atento e reunir todos os Pikmin antes do anoitecer, pois no período noturno o perigo aumenta e Olimar e Louie não permanecem no solo.
Dessa forma, o gameplay acontece apenas durante o dia, que dura algo em torno de quinze minutos. Você deve explorar locais, multiplicar seus Pikmin e recolher tesouros pela superfície. Diferentemente do primeiro jogo, no qual havia a limitação de trinta dias para recolher as peças, em Pikmin 2 hão há limite de dias para permanecer no planeta, ou seja, você poderá explorar cada canto a seu tempo e com tranquilidade. Mas lembre-se que depois de alguns dias, os inimigos reaparecem e destroem pontes que você construiu, por exemplo.
Os Pikmin
Assim como Pokémon, Pikmin não tem plural, possuem características e habilidades de acordo com sua cor, sendo cruciais para a mecânica do jogo. Além disso, como um híbrido de animais e plantas, sobre a cabeça dos Pikmin há folhas, botões ou flores, interferino na agilidade dos mesmos. Confira todos os Pikmin presentes no game:
São os primeiros Pikmin que você encontra no jogo. Com sua cor avermelhada, são resistentes ao fogo e são bons de briga, pois causam um dano considerável nos inimigos. Use-os sempre em grupo para ataques.Os amarelos possuem orelhas grandes. Por serem leves, são os Pikmin que, quando arremessados por Olimar ou Louie, atingem lugares altos, além de serem resistentes à eletricidade.
- Blue Pikmin
Os últimos a serem encontrados em Pikmin 2, os azuis são fracos e causam menos dano nos adversários. Entretanto, são os únicos que podem andar por áreas aquáticas, como poças e lagos.
- Purple Pikmin
Um dos novos Pikmin do game são os roxos e apenas podem ser multiplicados em cavernas. São gordinhos e, portanto, lerdos, mas têm a força equivalente de dez Pikmin comuns. Causam um pequeno tremor quando arremessados no chão, atordoando inimigos próximos.
Os pequenos (e assustadores) Pikmin brancos são os mais ágeis. Seus olhos vermelhos permitem encontrar tesouros enterrados e invisíveis a olho nu. Também são os únicos que resistem a veneno e também só podem ser multiplicados em cavernas. Quando os inimigos engolem os Pikmin brancos, são envenenados e perdem um pouco de vida.
É importante lembrar que ter estratégia é essencial para explorar e progredir pelas diferentes áreas. Primeiramente, porque você não pode ter mais do que cem Pikmin fora dos Onions (a “casa” dos Pikmin) e, segundo, porque sempre há um modo específico de acabar com cada tipo de inimigo e avançar. Por exemplo, no caminho até algum determinado item, há labaredas de fogo, uma parede elétrica e um lago antes do tesouro. Então, você precisará arremessar os vermelhos para apagar as labaredas, depois seguir com os amarelos para destruir a parede eletrificada e, por último, atravessar o lago com os azuis para carregar o tesouro até sua nave.
Mas o que mudou?
Em comparação ao primeiro título, muita coisa mudou. Há inúmeros insetos novos, cada um com tipos específicos, como inimigos que conduzem eletricidade, que cospem água, que são venenosos ou têm chamas pelo corpo, por exemplo. Outros atacam apenas Olimar e Louie, então é preciso cautela e atenção.
Com relação às áreas, assim como no primeiro game, há quatro localidades diferentes. Os cenários são belíssimos e nem aparentam ser de um jogo lançado oito anos atrás. Os ambientes que representam a natureza são muito bonitos e a junção com os carismáticos Pikmin deixa tudo animado. A única novidade visual em relação ao GameCube é que, no Wii, apresenta formato widescreen.
O áudio tranquilo se mescla com as expressões dos Pikmin, combinando perfeitamente com a proposta do jogo. Músicas tranquilas para ambientes calmos, áudios tensos para batalhas contra chefes. E ainda todos os sons referentes à Olimar, como o “apitar” para reunir os Pikmin até o característico som de retirar os pequenos habitantes do planeta do chão, saem pelo alto-falante do Wii Remote.
A jogabilidade é o que mais se favoreceu no Wii. O pointer facilita e agiliza o trabalho para ordenar e arremessar os Pikmin. Para alinhá-los, basta apertar para baixo no direcional digital. Para separá-los por cor, basta pressionar o botão C. O único ponto contra é a câmera. Não é ruim, mas ela não ajuda em determinados momentos. Por mais que seja possível aproximar ou distanciar a câmera e até centralizá-la atrás de Olimar, não é possível rotacioná-la. Ou seja, você precisará virar Olimar e pressionar Z para ter outra visão.
As adições em relação ao primeiro Pikmin são excelentes. Além da já comentada exclusão do limite de tempo para permanecer no planeta, controlar dois personagens deixa o game mais dinâmico. Você pode fazer com que cada um siga por caminhos distintos, fiquem com Pikmin diferentes para progredir eficientemente ou use os dois aleatoriamente e em equipe para economizar tempo. Uma pressionada no botão ‘-‘ faz você alternar entre os dois. Infelizmente, no modo principal não é possível jogar com um amigo. Outras adições foram as poções que fortalecem seus Pikmin e paralisam o inimigo temporariamente, pressionando o botão 1 ou 2.
Um dos principais atrativos são as cavernas. O interessante é que dentro delas está um grande número de tesouros, obrigando você a visitá-las. Antes de adentrar, aparecem quais tipos de Pikmin que serão necessários, e raramente haverá como multiplicar seu pequeno exército dentro dessas cavernas, então todo cuidado é pouco. Você pode ser esperto e, caso tenha perdido um número considerável de Pikmin, queira resetar o jogo. Pois bem, a surpresa é que, ao reiniciar, a disposição de inimigos, tesouros e até mesmo do ambiente é alterada. Enquanto estiver dentro delas, o contador de tempo não passará, dando a você todo tempo necessário para explorá-las. E sempre ao final, haverá um chefe. Você não é obrigado a explorar todos os andares, mas se quiser recolher todos os tesouros precisará fazê-lo.
Que venha o 3!
Pikmin 2 é um excelente título para Wii. O tempo aparenta que não passou para o game e o uso do Wii Remote deu um ar de novidade. Ainda há modos multiplayer: um cooperativo, no qual você e mais um amigo precisam recolher os tesouros e uma chave dentro de um limite de tempo e um modo versus, cujo objetivo é recolher os itens do cenário ou roubar o tesouro do adversário, ao estilo “capture a bandeira”. Se quiser terminar o game 100%, irá demorar mais de trinta horas para recolher todos os tesouros. É gratificante e viciante.
Se você não conhece o game, é a sua chance. Pikmin 2 mantém a qualidade do primeiro título (se você não jogou, jogue-o já!) e se diversifica com as adições. Mesmo chegando um pouco tarde, além de estar na linha New Play Control, pertence ao Nintendo Selects, ou seja, você pagará mais barato por ele. E quem imaginaria que o jardim do Miyamoto renderia tanta diversão, não é mesmo? Que venham Pikmin 3 e o Wii U!
Prós
- Visual agradável;
- Aúdio competente, combinando com a proposta do título;
- Jogabilidade adaptada ao Wii casou perfeitamente com o game;
- A não limitação de dias para permanecer no planeta;
- Os modos multiplayer.
Contras
- A falta de rotacionar a câmera;
- A ausência de multiplayer no modo principal.
New Play Control: Pikmin 2 – Nintendo Wii – Nota final: 9,0
Gráficos: 8,5 | Som: 9,0 | Jogabilidade: 9,0 | Diversão: 9,0
Revisão: Vitor Tibério