Um pouco de Hyrule em Los Angeles
The Legend of Zelda: Symphony of the Goddesses percorre inúmeras cidades americanas, assim como no Japão e há pretensão de que ocorra no continente europeu. No dia 06/06, o evento aconteceu na cidade de Los Angeles, Califórnia, sede da E3. E foi essa a data em que a metrópole sofreu uma transformação. O Greek Theatre, por um tempo, transformou-se em Hyrule. Quando entramos no teatro (que é ao ar livre), já era possível ouvir as músicas dos jogos e parar para tirar foto com os cosplays de personagens da série Zelda. A apresentação atrasou um pouco, mas, quando começou não deixou dúvidas: valeu cada centavo! Ou melhor, cada Rupee!
A orquestra foi aberta por uma canção que misturava diversos trechos de músicas da série, enquanto o telão trazia um resumo emocionante de toda a trajetória da franquia. Quem acompanhou a E3 2011 vai reconhecer bem essa parte, uma vez que trata-se do mesmo vídeo e da mesma música, mas estar lá e ouvir com os próprios ouvidos foi emocionante. A canção de abertura ajudou a esquentar mais uma vez nossa paixão por Zelda, mas foram as músicas seguintes que fizeram nossos corações saltarem pela boca. Mesmo com várias versões orquestradas das canções da série feitas independentemente por fãs, a qualidade e a performance da Symphony of the Goddesses estava em outro patamar. Quem levou para casa o CD de músicas que veio junto com The Legend of Zelda: Skyward Sword (Wii) reconhecerá algumas faixas, como os medleys de Wind Waker e Twilight Princess e a canção (“épicamente” orquestrada) de Gerudo Valley, mas a apresentação trouxe várias surpresas.
Dos toques monofônicos à orquestra sinfônica
Realmente não imaginei uma compilação de músicas dedicadas aos templos da série, muito menos a canção de Hyrule Field (que acabou virando um medley de Ocarina of Time, para N64 – e não estou reclamando disso), uma canção para mostrar a criação de Hyrule, a música “Ballad of the Wind Fish” (de Link’s Awakening, para GB), compilação de canções tocadas na Ocarina ou ainda uma faixa dedicada exclusivamente a A Link to the Past (SNES). Mas convenhamos, o mais surpreendente foi ver (ou melhor, ouvir) uma compilação de músicas de Majora’s Mask (N64)! Sim, aquele jogo pra lá de sinistro e muito divertido, mas que sempre foi meio que “deixado de lado” quando a Nintendo faz esse tipo de retrospectiva da série. Quem imaginaria que as músicas da aventura de Link pelo mundo de Termina seriam escolhidas para fechar com chave de ouro (ou melhor, com uma Big Key) a apresentação?
Cada música era muito bem concebida pela orquestra, que, além de muitos intrumentos à disposição, ainda contava com um coral ao fundo, que conseguia tornar cada faixa muito mais épica! Algumas vezes, o som que saia das caixas de som ficava meio baixo, mas a produção rapidamente consertava. Quando tudo acabou, a sensação foi de satisfação, mas, ainda assim, de “quero mais”. O que nos deixou intrigados foi a falta de canções de Skyward Sword. O mais novo jogo da série trouxe, pela primeira vez, canções orquestradas, o que nos fez logo pensar que ouviríamos algumas no concerto, mas tudo o que pudemos ver foi um pequeno trecho dedicado a Skyward Sword na abertura. E olha que já existe uma compilação de músicas do game nos créditos, logo, nem precisariam ter o trabalho de compôr para o conserto.
Pra fazer qualquer fã chorar
Enquanto as canções eram executadas com maestria, os três telões colocados ao fundo exibiam imagens de várias cenas da série Zelda. É claro que as imagens condiziam com a música tocada e havia uma sincronia quase que perfeita entre os efeitos visuais e o ritmo da música. A impressão que tínhamos era de que se contava um história, principalmente quando a melodia vinha de um medley de um dos títulos da franquia. E, algumas vezes, havia certa comicidade nas cenas. Por exemplo, a plateia riu quando, no meio da música Kakariko Village, a clássica cena de Link sendo perseguido por galinhas enfurecidas surgiu. O mesmo para as constantes mentirinhas de Zelda Willians, a apresentadora do show. A atriz tem como pai o renomado ator Robin Willians, que batizou sua filha inspirado na princesa Zelda. A apresentadora várias vezes dizia que essa era a música final do espetáculo e, depois que toda a plateia levantava-se para bater palmas, vinha dizer que ainda tinham mais algumas canções a serem tocadas. É claro que ninguém reclamava disso – não importa quantas vezes tivéssemos que levantar e sentar.
Estes foram mais alguns produtos relacionados a Zelda que vimos na viagem
Foi, sem sombra de dúvidas, um dos melhores concertos em homenagem a uma série de videogames. Claro que a seleção de músicas jamais conseguirá agradar a todos, embora a escolha tenha sido muito boa, mas, quanto ao número de canções, não dá para dizer que foi satisfatório. Nossas orelhas saíram do concerto pontudas como as de Link, mas ainda sedentas por mais e mais versões orquestradas da brilhante trilha sonora de The Legend of Zelda! A música não serve apenas para ambientar os cenários de Zelda ou para mergulhar o jogador no clima de cada situação, mas também é um elemento de gameplay. Ocarinas são meios de transporte, harpas enviam você ao passado ou de volta ao presente e a junção de vários instrumentos é capaz de acordar um peixe gigante. E essa importância da música foi mais do que homenageada no show.
Symphony of the Goddesses ainda está em turnê. Embora não tenham planos de vir ao Brasil, você pode conferir aqui a data e localização das apresentações futuras. Por exemplo, quem for à Comic Con 2012 poderá muito bem desfrutar da apresentação do dia 12 de Julho. Uma passagem de avião para os EUA talvez seja caro, mas, montado em Epona, sai quase que de graça.
Confira o que nossa equipe achou da orquestra!
Absolutamente inacreditavel! A orquestra apresentada por Zelda Williams foi de tirar o folego. Apesar do foco da apresentação ter sido titulos da serie que não meus favoritos, o show foi emocionante. A abertura e o desfecho foram de tirar o folego!
Lucas Sales – Redator
Foi incrível descobrir que a orquestra de Zelda estaria em Los Angeles bem na semana que eu estaria na cidade. Sei que não foi coincidência, mas é o tipo de coisa que só acontece uma vez na vida. E por esse motivo principalmente, além é claro do fato de eu ser fã de Zelda desde que me entendo por gente, não pude deixar de ir. Apesar de terem tocado praticamente as mesmas exatas faixas que tenho no CD que veio com Zelda Skyward Sword, posso dizer que não me arrependi em momento algum. Não tem como não se emocionar ao ouvir a trilha de Zelda SS, ainda mais ao vivo. Foi simplesmente sensacional.
Rodrigo Estevam – Diretor de Pautas
Os pelos do meu corpo se eriçaram e meu espírito elevou-se até os confins de Skyloft montado num Loftwing feito de pura melodia, pairando e mergulhando segundo os caprichos dos intervalos musicais. As sublimes composições, executadas em toda sua plenitude harmônica, ao acariciar meus ouvidos evocavam memórias de vidas que nunca vivi e amigos que nunca tive, mas que conheço tão bem. Uma rebelde lágrima teimou em rolar, tamanha a minha admiração por essa cerimônia de homenagem às três deusas e a todos os fãs de Zelda, antigos ou novos.
Paula Travancas – Diagramadora
Quando a Nintendo anunciou em sua conferência na E3 2011 que realizaria uma turnê mundial de uma orquestra dedicada a tocar a trilha sonora de The Legend of Zelda, pensei duas coisas: primeira, quero ver isso, segunda, vou ter que me contentar com o CD que vem junto com Skyward Sword. Só fiquei sabendo que meu desejo se realizaria algum tempo depois de confirmada minha participação na E3 2012, pois justo nessa semana a orquestra estaria se apresentando em Los Angeles. Meu e de vários outros fãs, pois o Greek Theatre (ótima escolha, um imenso teatro a céu aberto) estava lotado. Não chegou a ser uma surpresa, pois pessoalmente considero a trilha de Zelda uma das melhores já feitas, e a oportunidade de ouvi-la ao vivo tocada por uma orquestra é algo único. Realmente foi um show a altura do jogo que pretendiam homenagear.
Bruno Grisci – Redator
Revisão: Vitor Tiberio