Lançado para o NES em 1985, Wrecking Crew é um puzzle criado por uma das mentes por trás da série Metroid, Yoshio Sakamoto. No game, o jogador assume o papel de Mario, na época ainda não tão conhecido e ainda longe de ser um ícone dos videogames tal como é hoje. O encanador deve destruir uma série de objetos com um martelo para avançar para o próximo estágio. No ano passado, Wrecking Crew foi um dos games participantes do Ambassador Program para os early adopters do Nintendo 3DS, o que deu certo destaque ao jogo, que havia caído no esquecimento. Descubra agora porque Wrecking Crew é digno de ser jogado até mesmo nos dias de hoje!
Puzzle de respeito
Mesmo com as limitações do hardware do NES, Wrecking Crew possui um modo multiplayer no qual o segundo jogador controla Luigi e deve trabalhar cooperativamente com Mario nas mais de 100 fases do game. Para dificultar a tarefa dos irmãos, o peso de seus martelos dificulta aos dois realizarem o que eles sabem fazer como ninguém: pular! Isso faz com que tudo se torne mais difícil, já que os cenários são cheios de andares e inimigos que dificultam o progresso dos encanadores. Para adicionar mais elementos estratégicos ao game, existem portas que podem ser abertas para que os inimigos fiquem ao fundo do cenário e não representem mais perigo e bombas que podem destruir vários objetos de uma só vez (mas que são difíceis de serem alcançadas). Como em todo bom puzzle, Wrecking Crew possibilita que o jogador possa abortar a fase sem perder vidas caso se encontre sem saída para continuar.
A chave para o sucesso no game é definir em que ordem os objetos da fase serão destruídos, de forma que a tarefa se torne mais fácil e eficiente. Para isso, o jogador deve analisar os elementos presentes na tela e de forma que eles possam trabalhar a seu favor, uma tarefa que vai se tornando cada vez mais complicada e recompensadora. Para completar o já robusto conteúdo que o game oferece, ainda há um editor de fases em que o jogador pode usar de toda sua criatividade para criar fases ainda mais desafiantes que as muitas já incluídas no cartucho. Infelizmente não era possível salvar as fases criadas devido às limitações da mídia utilizada no NES, mas o problema foi resolvido no Japão com o lançamento do Famicom Data Recorder, acessório que nunca chegou às terras ocidentais.
Wrecking Crew foi já foi relançado algumas vezes, sendo a primeira delas em 2004 para o GameBoy Advance como parte da série Famicon Mini. Já em 2007, o game foi lançado para o Virtual Console do Wii, e finalmente no ano passado, fez parte do Ambassador Program do Nintendo 3DS, sendo que as duas versões mais recentes tornam possível o armazenamento de fases criadas pelo jogador.
Sequência desconhecida
Wrecking Crew teve uma sequência lançada somente no Japão para Super Nintendo em 1998. Wrecking Crew ’98 tinha um foco diferente de sua versão original, tendo como peça fundamental a competição entre jogadores. Cada um possuía sua própria parte da tela e quem conseguisse limpar seu lado mais rapidamente saía vitorioso. O game ainda contava com um modo história e um modo de torneio. No primeiro, Mario tinha a missão de destruir uma série de esconderijos construídos por Bowser, assim evitando que ele sequestrasse Peach mais uma vez. O segundo era destravado ao se terminar o Story Mode e consistia em um torneio formado por oito participantes divididos em chaves, de forma que só um saía vitorioso.
As origens da Nintendo
Além de uma bela lição de história sobre as origens de personagens como Mario e Luigi, Wrecking Crew é ainda um game que mostra como a Nintendo conquistou seu público com o NES. O game simples, mas cheio de conteúdo e com uma mecânica extremamente inteligente, divertida e recompensadora é um forte exemplo de como para ser bom, um game não necessita de gráficos incríveis ou mecânicas revolucionárias. Wrecking Crew é videogame na essência, que realiza com louvor o que os games devem fazer: divertir os jogadores.
Revisão: Mateus Pampolha