Vivemos em uma época boa. O salário mínimo aumentou, a taxa de desemprego diminuiu, o governo começa a olhar com bons olhos a indústria de games, o que faz o mesmo com o nosso país em retorno. É claro que ainda há muito o que melhorar, mas as iniciativas dos jogadores do Brasil se tornaram tão importantes que passamos a ser ouvidos e não mais ignorados. Com todo esse “boom” que a indústria de games está passando, é óbvio que o consumo cresceu bastante. Hoje em dia compramos muito mais games do que há cinco anos atrás. Muitos de nós possuímos uma coleção enorme, mas a questão que fica é: você joga tudo o que tem?
Dinheiro na mão é vendaval?
Calma. Este texto não é focado em consumismo e suas consequências. Não sou um estudioso da área, apenas estou usando a mim mesmo como exemplo. Tenho 27 anos. Ganho o meu próprio dinheiro desde os 20. E tenho como principal paixão a de jogar games. Hoje possuo cerca de 100 títulos entre consoles Nintendo e um ou outro de outras empresas. Posso dizer com garantia que já joguei bastante a grande maioria, mas há alguns que nunca terminei. Recentemente, adquiri quatro títulos de Nintendo 3DS ao mesmo tempo. Joguei e terminei dois deles enquanto os outros estão encostados e lacrados na minha estante até hoje. Aí vem a pergunta que não quer calar: eu realmente precisava ter comprado estes títulos simultaneamente? Não teria sido melhor pegar um e jogá-lo até o fim antes de acumular mais um, dois ou três em minha simples coleção? Isso te faz pensar, não?!
Este problema de ter tanta coisa para jogar, mas não ter tempo hábil é algo que ocorre com qualquer jogador de qualquer país. Hoje em dia os games possuem longas horas de campanha, sem contar o tempo gasto na jogatina multiplayer. O engraçado é que mesmo sabendo que será difícil conciliar a aventura de Assassin’s Creed 3 (apenas um exemplo) com trabalho, escola, namorada (o), família e aqueles outros cinco games fresquinhos que acabamos de comprar, continuamos a acumular títulos só para saciar o nosso ego e nossa vontade. Isso é tudo muito divertido, mas é cabível pensar que este dinheiro poderia estar sendo gasto em coisas mais importantes. As suas roupas estão em bom estado? Sua mãe poderia ganhar um presentinho bacaninha? Aquela instituição de caridade ficaria feliz com sua ajuda, mesmo que pequena? Quando foi a última vez que foi ao cinema?
Consumo saudável
“Quem este bobão pensa que é? O dinheiro é meu e faço o que quiser com ele!”. Exato! Não sou ninguém para dizer o que cada um de vocês, leitores, devem fazer com seu suado dinheirinho. A intenção deste texto não é esta. Falo isso porque tudo o que notei quando olhei para a minha estante é que tenho games demais e tempo de menos. Provavelmente vou diminuir os gastos, mas não muito. Continuarei a comprar de vez em quando dois ou até três títulos juntos (já tenho a lista para o Wii U), mas a minha intenção principal passou a ser aproveitar mais os games que tenho. A ideia de consumo saudável pode até parecer um nome diferente para ser “pão duro”, mas a verdade é que se apenas gastarmos que nem doidos, quando iremos sorrir com a simples trilha sonora que ocorre quando “The Legend Of Zelda: Skyward Sword” começa?
Pense neste lema: Vou jogar tal título até que o mesmo seque, até que os 110% tenham sido mais do que alcançados. Assim saberei que aproveitei cada centavo gasto.
Belo lema, não concorda?
Revisão: Mateus Pampolha