Na maioria das vezes, quando se junta duas coisas boas, o resultado é algo sempre melhor. É a famosa ideia de unir o útil ao agradável. A ideia de usar o encanador mais famoso do mundo e todos os conceitos e objetivos de um jogo educativo em um único título parece ser uma boa mistura. Será mesmo? Toda regra tem sua exceção e Mario is Missing! é a exceção neste caso. A primeira aventura de Luigi (sim, e que droga de jeito de começar) pela geografia do mundo real é o assunto deste Blast from the Trash.
Geografia? Luigi? Juntos na mesma frase?
Esta pode ter sido sua primeira pergunta ao ler o início deste texto. E sim, o tema principal do jogo é a Geografia, mais necessariamente sobre diversas cidades ao redor do mundo real. A história começa com Bowser tentando apoderar-se da Terra, na verdade, destruir a Terra ao derreter as geleiras com secadores de cabelo (!) e inundar tudo, no melhor estilo 2012. Mario, Luigi e Yoshi vão tentar acabar com tudo isto, mas Mario é capturado e cabe a Luigi trazer a paz de volta ao nosso mundo. E Luigi faz isso recuperando artefatos perdidos em diversas cidades do planeta, que estão aterrorizadas por Koopa Troopas.
A história não parece ser tão ruim, não é? E realmente não é. Eu diria que é um enredo bem interessante. Lhe convido a pensar sobre ele: o que você acha que a Nintendo faria, em questão de jogabilidade, com um universo tão abrangente? Muito bem, agora esqueça tudo o que pensou. O jogo foi feito pela The Software Toolworks, que, como em muitos jogos educativos, tentou transformar tudo em uma grande aula. Uma grande e chata aula.
Uma grande maratona de conhecimento
Por mais que eu queira, é bem difícil para mim explicar como funciona este jogo, por causa do desgosto que tenho ao falar dele. A conexão entre as diversas fases é um castelo de Bowser, localizado na Antártida. Ao entrar em uma porta, você sai em uma das cidades espalhadas pelo globo. São tantas coisas para fazer até completar a sua missão, um tanto desorganizada, que é bem fácil se perder no jogo. Sua primeira missão é recuperar os artefatos. É só andar pelas ruas e pular nos Koopas até encontrar. Sim, apenas isso.
Depois de enfrentar estes grandes perigos, chegou a hora de devolver os objetos, mas antes responda a uma pergunta de Geografia. O jogo pede para você recuperar o artefato, que estava na mão do vilão, e ainda quer saber se você leu alguma coisa durante a busca? Isto mesmo: uma resposta correta é necessária para cada artefato coletado. Você ainda ganha fotos como “comprovantes”, afinal, quase ninguém lembra quem salva o mundo, certo? E não se esqueça de dar um “olá” para as versões paraguaias de Peach (talvez seja ela, mas eu queria saber o que ela faz em TODAS as barracas ao mesmo tempo).
Luigi termina todo este trabalho, mas ainda não pode ir embora: um grande Pokey (aquele inimigo amarelo de Super Mario World) está tampando o seu cano de volta. Seu desafio, então, é perguntar às pessoas nas ruas e nos postos de informação sobre o país onde você está e tentar descobrir sua localização. Com tudo certo, ligue para Yoshi no seu Globulator (uma espécie de celular com mapa-mundi acoplado), espere o dinossauro aparecer para liberar o bloqueio e voltar ao castelo.
Me diga se esta não foi a aventura mais emocionante que você já jogou em um jogo da série Mario? Se você disse “sim”, pare de ler isto e vá jogar qualquer outro título. Uma pena que é apenas isto que você tem de fazer: pule nos Koopas, encontre os artefatos, responda as perguntas, ligue para o Yoshi e volte ao castelo. Tudo bem… É um jogo educativo, certo? Então, com coragem, força e sabedoria, Luigi consegue finalizar um andar inteiro do castelo. Hora de batalhar contra o chefe: um dos Koopalings! Uma luz no fim do túnel? Uma batalha à la Super Mario World? Não. Eles não atacam Luigi e você apenas pula neles…
Geografia e videogames, neste caso, não se combinam
Eu queria colocar aqui todo o meu pêsame aos professores, profissionais e amantes da Geografia que gostam dos jogos do Mario. Não foi desta vez. Este jogo é quase uma ovelha-negra para a série. Se você realmente gosta de Geografia, quer aprender Inglês e não se importa com a jogabilidade, pode ser que goste. Mas posso dizer que, com todos os conceitos geográficos, Mario is Missing! não agrada nem a gregos e nem a troianos. Qual foi a sua experiência com este título? Até o próximo Blast from the Trash!
Revisão: Luigi Santana