Um telefonema. Edward Carnby atende uma arqueologista chamada Aline Cedrac que lhe dá uma má notícia sobre seu parceiro, Charles Fiske. Ele foi assassinado na Shadow Island enquanto tentava recuperar uma estatueta roubada. Carnby, indignado, propõe-se a buscar com a senhorita Cedrac o assassino de seu parceiro e vai para a Shadow Island por meio de um hidroavião disponibilizado pela bela arqueologista. É com esse pretexto que inicia-se a trama de Alone in the Dark: The New Nightmare.
Rituais místicos
Enquanto estão no hidroavião, Aline divaga sobre os Akkanis, tribo desaparecida que passou anos estudando. A mesma informa que a tal estatueta era utilizada para a prática de rituais místicos, pois os Akkanis acreditavam que o artefato possuía grande poder. Na mesma conversa, considera a possibilidade de outra pessoa ter descoberto tal poder e acredita que essa seria o multimilionário, Alan Morton, e que ele seria o responsável pelo assassinato de Charles Fiske.
Carnby então decide ir atrás da estatueta, pois acredita que o responsável pela morte de seu parceiro certamente tentaria assassiná-lo. Assim não seria necessário ir atrás do responsável, já que o responsável viria até ele.
Aline ficou encarregada de trabalhar na tradução de alguns escritos da tribo Akkanis, prontificando-se a repassar informações importantes por walkie-talkie, e de cuidar do hidroavião, tendo também que ficar atenta caso haja necessidade de fugir da ilha.
Exploração de ambientes pré-renderizados
O jogo apresentava gráficos com ambientes pré-renderizados na tela do portátil colorido da Nintendo, porém, com a palheta de cores bem limitada, os cenários todos ficaram borrados, mas mesmo assim a floresta escura, a mansão macabra e o pântano sombrio são muito bem representados.
Todos esses cenários conseguem passar um aspecto sombrio, mesmo com suas limitações, e a impressão é de que somos sempre observados de perto, seja pelos olhos na floresta ou pelas lagartixas na parede, ao mesmo tempo em que passa o sentimento de solidão. Nesse sentido o game faz um trabalho muito interessante.
O game, como outros da série, é voltado para a exploração dos cenários. Deve-se buscar chaves, pé de cabra e outros itens para avançar no jogo. Durante a exploração dos cenários também pode-se achar munição para carregar suas armas e vencer os inimigos que irá encarar durante toda a aventura.
Combatendo os inimigos e os ouvidos
Os embates de TNN não são em tempo real. Quando Carnby encontra um oponente, saímos do ambiente pré-renderizado e entramos numa espécie de arena que pouco consegue se assimilar com o universo em que se inspira. A escura floresta, por exemplo, não fica tão assustadora assim, já que fica colorida e florida demais.
Mirar é um desafio à parte, pois os inimigos movimentam-se em oito eixos e é complicado mirar neles nos eixos diagonais.
Nesses momentos o jogo miseravelmente perde todo o clima que conseguiu construir nos cenários para exploração e ainda se torna demasiadamente frustrante, porque os controles são extremamente antiquados que pouco se assemelham com o feeling de um game portátil.
O som do jogo é absurdamente irritante, mesmo tendo alguns efeitos sonoros interessantes como grunhidos e barulhos de passos no chão de madeira. A música de fundo é terrível. Mesmo tendo um autofalante monofônico o Game Boy Color teve jogos com som de muita personalidade, como Pokémon.
Jogo polêmico
O site gamerankings lista onze análises do jogo, que atribuem uma média de 62,39% de recomendação:
Nintendo Power | 2.5 de 5 | 50.00% |
Portable Review | 6 de 40 | 15.00% |
DS Central | 3 de 5 | 60.00% |
Gaming Target | 5.5 de 10 | 55.00% |
Electric Playground | 6 de 10 | 60.00% |
GameCritics | 5.5 de 10 | 55.00% |
Mad Gamers | 7.8 de 10 | 78.00% |
Game Vortex | 5 de 5 | 100.00% |
Gamers Europe * | 8 de 10 | 80.00% |
Next Level Gaming | 5 de 6 | 83.33% |
Hot Games | 4.5 de 5 | 90.00% |
IGN | 4 de 10 | 40.00% |
Verificamos que as notas vão desde excelentes, como a nota máxima atribuída pela Game Vortex, até notas medíocres como da Portable Review e do famoso portal IGN.
Não é memorável, mas o que custa tentar
É sempre interessante jogar games do passado para enriquecer nosso portfólio, pois mesmo que TNN não tenha sido memorável, algumas das melhores características da famosa franquia de survival horror ficaram intactas. A procura por chaves e pistas para dar andamento a uma história de terror purista ainda está lá.
Como jogo é dispensável, mas como material histórico podemos descrevê-lo como um jogo que conseguiu utilizar uma técnica até então não explorada no Game Boy Color, os cenários pré-renderizados.
Revisão: José Carlos Alves