Análise: Mario Tennis Open (3DS)

em 12/05/2012

Quando falamos dos games esportivos de Mario, um dos primeiros nomes a serem lembrados é Mario Tennis . A série, que nasceu timidamente no... (por Sérgio Estrella em 12/05/2012, via Nintendo Blast)

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Quando falamos dos games esportivos de Mario, um dos primeiros nomes a serem lembrados é Mario Tennis. A série, que nasceu timidamente no Virtual Boy, ganhou popularidade com a chegada da versão para Nintendo 64. A partir daí, as quadras do Reino dos Cogumelos não pararam mais, com edições para GBC, GameCube, GBA e Wii. Agora a série está de volta no Nintendo 3DS, mas desta vez as coisas estão um pouco diferentes; resta saber se as novidades foram um saque certeiro ou uma bola na rede!

Já vi isso antes… ou quase

Mario_Tennis_Open_Character_Art_04[1]Quando recebi Mario Tennis Open para analisar, estava com um pé atrás. Pelos vídeos oficiais divulgados, ficou a impressão de que muita coisa foi reaproveitada de Mario Power Tennis (GC), desde o modelo e animação dos personagens, até os sons e vozes dos personagens. De fato, muitos elementos foram reutilizados; se você jogou o anterior, não vai ter dificuldades em pegar o jeito neste. As principais adições foram feitas em cima desta “base”, e se por um lado elas ajudam a dar uma cara nova ao título, por outro, a quantidade de conteúdo disponível é bem limitada. Personagens, quadras, modos de jogo, minigames, tudo é em quantidade reduzida, o que deixa a sensação de que houve pressa para o game ser lançado.

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Os minigames incluídos em Tennis Open são um destaque à parte. Em Super Mario Tennis, você joga o clássico para NES Super Mario Bros. usando a bolinha de tênis como se você fosse o Mario, uma forma muito sutil e divertida de praticar os diferentes tipos de rebatidas. Já o Galaxy Rally, baseado em Super Mario Galaxy, te ajuda a treinar a direção dos saques, evitando que a bola caia no buraco negro enquanto pega os pedaços de estrela. Outros minigames incluem o Ring Shot, em que você deve rebater a bola dentro de anéis para acumular uma meta de pontos no limite de tempo, e o Ink Showdown, em que você deve enviar a bola para longe do adversário e evitar as bolas de tinta.

tennis-10[1]A utilização da Nintendo Network para realizar partidas online lembra bastante Mario Kart 7, mas é um pouco mais simples. É possível jogar contra pessoas da sua lista de amigos ou buscar um adversário de nível semelhante online. E só, nada de comunidades ou ideias novas. Ainda seguindo o modelo de Mario Kart, foi implementado um modo que utiliza o sensor de movimento do 3DS; basta segurar o console de frente para você, e a câmera do jogo ficará atrás do personagem (o que mais atrapalha que ajuda), desativando o efeito 3D (que pouca diferença faz no game como um todo) e permitindo que o jogador controle o ângulo de visão e a direção dos saques apenas movimentando o portátil. Nesse modo, a jogabilidade se torna “semiautomática”, fazendo com que o personagem se movimente sozinho em direção à bola – mas é possível assumir o controle a qualquer momento. O StreetPass é utilizado de maneira interessante: toda vez que você cruzar com alguém que tenha o game, receberá seu Mii e poderá jogar contra ele numa partida tradicional ou contar com a sua ajuda no modo Ring Shot, e assim receber moedas. O funcionamento se parece com o da Praça Mii, em que você pode utilizar os Miis no Troca-Puzzle e Mii Resgate. Outra promessa que deve manter os jogadores ocupados é a possibilidade de baixar novas roupas e personagens (como o Yoshi azul) através de QR Codes.

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Tênis à la Kart

imageQuem jogou a versão de Mario Tennis para o N64 esperando uma interação no mesmo nível de Mario Kart se decepcionou; a Camelot – desenvolvedora de todos os títulos da série a partir daí – preferiu apostar num jogo de tênis tradicional com os personagens e quadras baseados na série original, sem promover alterações na jogabilidade. Já em Mario Power Tennis a situação se inverteu, e a empresa tentou inovar, incluindo ataques especiais, quadras que influenciam o andamento da partida e até caixas de itens, como as de Mario Kart. Tantos elementos juntos tornaram a jogabilidade um tanto caótica e desajustada, muitas vezes distraindo o jogador do mais importante, que é rebater a bola e fazer pontos. É aqui que entra o maior acerto de Mario Tennis Open: a Camelot conseguiu encontrar o ponto de equilíbrio entre esses dois extremos e criou as Chance Zones, um novo jeito de usar power-ups.

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Mario executando um “Chance Shot”. Segura essa, Bowser!

As Chance Zones aparecem aleatoriamente pela quadra (adicionando o fator sorte à partida) e permitem ao jogador executar uma versão superpoderosa de um dos 5 tipos de saques disponíveis. A cor da Chance Zone corresponde ao tipo do saque mostrado na tela de baixo do portátil, e podem ser ativadas com o botão correspondente ou através da touch screen. São elas:

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  • Fire Flower / Topspin (Vermelha / Botão A): retorna a bola flamejante para o adversário, que é empurrado para trás ao rebater.
  • Star / Flat Shot (Roxa / Botão Y): este é o Chance Shot mais poderoso, que envia a bola de volta com supervelocidade.
  • Blooper / Slice (Azul / Botão B): envia a bola com uma curva que pode dar a volta no oponente.
  • Bob-omb / Drop Shot (Cinza / Inicie com o botão B e rebata com o A): lança a bola a uma curta distância, parando logo após atravessar a rede.
  • Cheep-Cheep / Topspin (Lob / Inicie com o botão A e rebata com o B): arremessa a bola por cima do adversário, até a parte de trás da quadra.

tennis-12[1]Uma boa opção para os iniciantes, ou mesmo para quem não gosta de ficar decorando combinações de botões, é possibilidade de utilizar o botão X (ou o a área verde na tela de toque) para ativar qualquer uma das Chance Zones, porém, os saques serão executados com menor força. Aliados à excelente jogabilidade, os Chance Shots tornam as partidas muito mais dinâmicas e divertidas, além de promover reviravoltas inesperadas.

Sai o modo RPG, entram o Miis

tennis-3[1]O recurso que mais chamou a atenção nas versões portáteis anteriores de Mario Tennis foi o modo RPG onde você assumia o papel de um aspirante a tenista, que entra para uma academia esportiva e ia galgando lugares entre os melhores jogadores até receber a chance de viajar para o Reino dos Cogumelos e jogar contra Mario e sua turma. Era possível transferir seu personagem treinado para as versões de console, e lá competir nos campeonatos do game. Infelizmente, Mario Tennis Open não deu continuidade à tradição, e os culpados, segundo os produtores do game, são os Miis – e não a pressa em abastecer o 3DS com jogos do Mario. Então tá, né.

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Apesar da ausência sentida, o sistema de personalização de Miis é bem divertido e completo. Ao competir nos modos single player, o jogador pode abrir novos itens na lojinha do jogo, que são adquiridos usando as moedas ganhas nos minigames e fazendo StreetPass. Existe uma grande variedade de raquetes, roupas, sapatos e até mesmo trajes completos baseados nos personagens do jogo. É bem semelhante a um sistema de equipamentos de RPG, e o mais legal é que quando você combina equipamentos de um mesmo conjunto – ou que tenham alguma relação –, recebe um boost nos seus atributos. Quando combinei o traje “Fire Mario” com a “Fire Flower Racket”, obtive um aumento considerável no status do meu Mii, principalmente no atributo “Power”, e o meu personagem ganhou fácil vários dos campeonatos disponíveis no game.

Aberto e repetitivo

O modo principal, de torneios, segue o mesmo estilo de Mario Kart, trazendo o “Mushroom Cup”, “Flower Cup” e assim por diante. Quando você finaliza esta primeira linha de campeonatos vencendo a "Champions Cup”, abre uma segunda linha, em que participam apenas personagens com atributos melhores e com campeonatos que seguem outra nomenclatura, como a “1-Up Mushroom Cup” ou a “Ice Flower Cup”. Cada torneio acontece numa quadra específica, que tem relação com o seu tema: a “Banana Cup”, por exemplo, acontece na quadra temática de Donkey Kong. Embora divertido, esse modo começa a ficar repetitivo com o tempo, e utilizar a mesma música para todas as partidas, ainda que cada quadra tenha seu próprio tema musical no modo Exhibition, não foi uma boa ideia.

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Se você busca um Mario Tennis sólido para jogar sozinho, Open não é para você. Mas se você se interessa em personalizar o seu Mii, quer passar horas jogando multiplayer online ou local e gosta de fazer StreetPass, não perca tempo e pegue o game já no lançamento!

Prós

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  • Jogabilidade excelente e balanceada, oferece opções tanto para jogadores iniciantes como para experientes;
  • Chance Zones tornam as partidas mais dinâmicas, divertidas e finalmente adicionam o fator “sorte” à série;
  • Sistema de personalização de Miis repleto de opções aliado ao StreetPass, QR Codes e modo online dá vida longa ao game;
  • Minigames como Super Mario Tennis e Galaxy Rally são uma bela homenagem aos jogos antigos, e divertem.

Contras

  • Muita coisa reaproveitada de Mario Power Tennis (GC);
  • Pouca variedade de personagens, quadras e modos de jogo single player;
  • Falta do modo RPG, em comparação com as edições portáteis anteriores;
  • Modo principal de torneios é repetitivo, inclusive na parte sonora.

Mario Tennis Open – Nintendo 3DS – Nota final: 8.0

Gráficos: 9.0 | Som: 7.0 | Jogabilidade: 8.5 | Diversão: 8.5

Revisão: Jaime Ninice


É o criador do Nintendo Blast e GameBlast - escrevendo, desenhando, administrando e fazendo tudo um pouco por aqui desde 2008 - mas ainda tem muito o que aprender.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.