Blast from the Past: Chibi-Robo! Plug Into Adventure! (GC)

em 04/04/2012

Uma vontade muito comum de todos nós é a de sermos bem pequenininhos, podendo se enfiar em qualquer canto e explorar a casa como se fosse u... (por Fábio Garcia em 04/04/2012, via Nintendo Blast)

Quem vê capa não vê coração. Uma vontade muito comum de todos nós é a de sermos bem pequenininhos, podendo se enfiar em qualquer canto e explorar a casa como se fosse um continente gigantesco, tornando uma bacia de água mais funda que o Oceano Pacífico e seu sofá mais alto que o monte Everest. Talvez pensando nisso, a Skip trouxe em 2006 o jogo Chibi-Robo!, que coloca o jogador no papel de um robozinho de dez centímetros que tem como objetivo trazer felicidade para seus donos. Vamos relembrar este clássico de Nintendo GameCube?

Objetivos pequenos, mas nobres

"Alguém tem um adaptador para o novo padrão brasileiro?"
No mundo do jogo, os Chibi-Robos (Chibi é “pequeno” em japonês) são populares seres de metal de dez centímetros de altura, e sua função principal é trazer alegria para o lar. E como Chibi-Robo consegue trazer a paz? Fazendo as funções diárias, como limpar a casa, retirar o lixo, cozinhar e interagir com seus donos. Quanto mais alegria um Chibi-Robo trouxer a um lar, melhor será sua classificação mundial e seu prestígio perante a comunidade dos robôs de 10 centímetros limpadores de casas.

Por suas múltiplas funções, um Chibi-Robo foi a escolha da desajustada família Sanderson para presentear sua filhinha Jenny, em seu aniversário de oito anos. Aliás, desajustada é pouco para definir essa família: o pai é ligeiramente vagabundo, a mãe está passando por uma fase pesada de sua vida conjugal e a garotinha de oito anos tem algum bloqueio psicológico que a faz pensar que é um sapo.

Que sala verde horrorosa. Quem foi o decorador, o Link? Como se bancar a Super Nanny do lar já não fosse o bastante, Chibi-Robo ainda descobrirá que, durante a noite, os brinquedos da menina ganham vida própria e saem perambulando pela casa com seus próprios problemas, que também deverão ser resolvidos pelo herói. E, durante a exploração, Chibi-Robo descobre um robô gigantesco escondido no porão dos Sanderson, e ligá-lo talvez traga um mistério ainda maior à tona.

Lavo, passo e cozinho


Como esse cachorro consegue deixar essas pegadas nos cantos mais absurdos da casa?
A jogabilidade de Chibi-Robo é muito divertida e variada. Trazendo felicidade aos Sandersons, você ganha Pontos de Felicidade e dinheiro, que lhe permitem comprar mais habilidades para o robozinho. Infelizmente, não há muita liberdade no começo. O faxineiro robótico tem uma bateria de duração muito curta, então constantemente você precisa recarregá-lo em alguma tomada. Isso poderia parecer algum contra do jogo, mas muito pelo contrário. Assim que você consegue uma bateria maior, o jogador sente-se motivado a explorar novos cômodos que não eram acessíveis anteriormente pela limitação de energia.

Os Pontos de Felicidade são adquiridos em atos simples, como limpando uma pegada de lama do cachorro da família ou recolhendo todo o lixo que o Senhor Sanderson deixou espalhado pela casa. Além de resolver as tarefas pedidas por cada morador, Chibi-Robo ainda consegue os seus almejados pontinhos ouvindo as reclamações dos personagens. Além de fazer a história avançar, ouvir as reclamações também permite que você tente resolver os problemas familiares por trás dos panos.

Quase um episódio de Tom & Jerry


"Um Chibi-Robo? Mas eu queria um tablet, mamãe. Ribbit!" Uma categoria que Chibi-Robo chama a atenção é na área sonora. Cada passo que Chibi-Robo dá é acompanhado por uma nota de piano. Qualquer outra atividade feita também possui uma melodia própria, e o visual meio “anos 1960” do jogo te permite imaginar que está em um episódio de Tom & Jerry. Talvez para dar esse jeitão, os personagens não foram dublados neste jogo, sendo suas falas representadas por ruídos semelhantes aos da série Banjo-Kazooie.

Tá, senhor Sanderson, já pensou em fazer outra expressão de felicidade? Os gráficos ajudam a passar esse espírito alegre, e não deixam a peteca cair nem quando o roteiro começa a abordar temas que não são comumente encontrados em jogos da Nintendo, como os problemas psicológicos da menina Jenny, o inevitável divórcio dos Sandersons e até um debate interessante sobre a evolução tecnológica.

E como todo bom jogo de plataforma, a câmera controlada pelo analógico "C" não atrapalha. A câmera lembra muito a de Super Mario Sunshine (NGC), embora seja um pouco mais travada. Felizmente, nada que atrapalhe a diversão.

Um grande sucesso... no Japão


"O Senhor Sanderson guarda chumbo nesta gaveta? Puff!" A imprensa japonesa recebeu este jogo muito bem, a revista Famitsu chegou a dar nota 35 (dos 40 pontos possíveis) para Chibi-Robo, e o jogo vendeu bem pra caramba no lançamento japonês, já no ocidente, as vendas foram apenas medianas. A série ainda ganhou duas versões para o Nintendo DS (a segunda inclusive traz um Chibi-Robo cuidando da casa de Jenny, agora adulta) e um port do jogo original para o Wii, só que usando os controles adaptados. É uma pena, mas essa versão, assim como a segunda de Nintendo DS, nunca chegou ao ocidente.

Sorte que o Wii roda jogos de GameCube, então fica relativamente mais fácil aos interessados conhecerem este jogo. É um ótimo exemplo de como algo chato, como faxina, pode se tornar algo divertido, com uma história comovente e jogabilidade eficiente. E você, chegou a jogar? Divida conosco a sua experiência nesse mundo das domésticas de 10 centímetros aí nos comentários.

Revisão: Lucas Oliveira

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
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