Este survival horror é baseado em uma lenda japonesa, que envolve a antiga e tradicional família Himuro; existem rumores de que esta era ligada a uma seita chamada Ritual do Estrangulamento, cujo objetivo seria manter o portal do outro mundo fechado, e onde garotas eram criadas isoladas para que não tivessem contato e nem se prendessem a ninguém da Terra. A seleção das moças para o Ritual do Demônio Cego era feita de acordo com seus “dons”, ou seja, as garotas escolhidas de alguma forma se destacavam dentre as outras.
Elas participavam de uma espécie de teste para escolher quem seria a oferenda e qual garota era a mais forte do grupo, a que enxergava o demônio e consequentemente poderia fugir dele.
A cerimônia era realmente cruel e torturante, já que a garota do Ritual do Demônio Cego era forçada a usar uma mascara composta por dois espetos colocados no mesmo local dos olhos, deixando-a cega; já a moça do Santuário da Corda era atada por cordas em todos os seus membros e depois estes eram forçados até saírem do lugar. A família Himuro dizia que o Karma surgia a cada final de ano, através de um portal no jardim de sua mansão e o mesmo só poderia manter-se fechado caso a oferenda fosse feita por eles.
No entanto, a última seita da família foi marcada por um erro fatal; uma moça do Ritual da Corda se apaixonou por um rapaz que frequentemente era visto na mansão; e essa ligação terrena levou o ritual ao fracasso. O chefe da família ficou completamente envergonhado pela falha e por esse motivo sofreu um ataque de insanidade, matando todos os moradores e visitantes da mansão, inclusive sua própria família para depois cometer o haraquiri. Até hoje ninguém da vizinhança ousa comentar sobre o caso.
História do jogo
Cinco garotas adolescentes são raptadas e levadas a um local misterioso, provavelmente para servirem de sacrifício ao ritual; mas são salvas por um detetive. Com o passar do tempo duas dessas garotas morrem misteriosamente e as três outras sobreviventes: Ruka Minazuki, Misaki Asō e Madoka Tsukimori retornam ao local dez anos depois para encontrar a mãe de uma delas, tentar descobrir o que de fato ocorreu naquele local e recordar o terrível momento que passaram por lá.
Jogando
É um jogo semelhante a qualquer outro do gênero, você atua em terceira pessoa (às vezes em primeira) e as câmeras exibem ângulos diversos, causando uma sensação estranha. Ao começar o jogo é natural notar a semelhança com O Grito, tanto na jogabilidade como na ambientação, aquele típico casarão velho japonês, completamente assustador e escuro.
Ao chegar à ilha, você precisa explorar os casarões, hotéis e hospitais do local: use a lanterna para procurar itens interessantes. Ao apontar a luz em algum objeto e essa luz ficar azul, pegue-o, sempre tomando cuidado com as mãos assombradas que se estendem para tocá-lo; vasculhe cada detalhe e anotação para conseguir a maior quantidade de informações possíveis e montar o “quebra cabeça”.
Fique esperto, pois existem fantasmas bons e ruins, mas você conseguirá identificá-los através das dicas que aparecem na tela do vídeo; alguns ainda guardam pistas para te ajudar a seguir em frente. Dica importante: quanto mais fotos de boa qualidade você conseguir tirar, mais pistas poderá obter.
No jogo existem locais onde você pode trocar pontos por lentes, medicinais e até rádio detector de fantasmas, itens que serão úteis no decorrer do jogo. Tsukihami no Kamen é um cristal que possui lentes azuis e vermelhas: as primeiras servem para as funções básicas e as segundas podem ser usadas tanto na lanterna como na câmera fotográfica.
Como nos jogos anteriores, temos também uma Ghost List que mostra a quantidade de fotos de todos os fantasmas bons e maus tiradas pelo jogador, servindo como guia para saber quais fotos de espíritos faltam da extensa lista dos 233 existentes no jogo. Temos outra listagem, a Doll List, com um total de 79 bonecas espalhadas pela ilha e vestidas em quimonos vermelhos, que precisam ser fotografadas. Cada quantidade de fotos registradas pode ser trocada por itens importantes.
Nos extras de “Zero: Tsukihami no Kamen” você terá a sua disposição novas lentes, funções para a câmera, poderá desbloquear missões e claro, variedade de roupas e acessórios para os seus personagens.
Embora sinta que está sozinho em um local totalmente deserto, não fique dando sopa, pois qualquer surpresa pode surgir nessa ilha misteriosa.
Personagens
Você controlará quatro personagens, normalmente cada um deles por capítulo, sendo bem raro controlar o mesmo em duas fases seguidas. Para curtir bem jogo é necessário o Wii Remote e o Nunchuk, que nos dão uma sensação mais realista da aventura. Seu maior parceiro na empreitada virtual será a lanterna, já que o local é mal iluminado, e sua única “arma” é uma câmera fotográfica com um forte flash, sendo que este mantém os espíritos afastados e ao mesmo tempo ajuda a desvendar alguns fatos, pois as imagens desses espíritos nas fotos, ocultam informações valiosas do passado.
Temos quatro personagens principais, sendo elas: Madoka Tsukimori, que só podemos controlar na primeira tela, também o detetive policial, Choushiro Kirishima e ainda as outras garotas: Ruka Minazuki e Misaki Asou.
A antagonista do jogo é Sakuya, um fantasma que usa a máscara do ritual (aquela dos espetos que ficam bem no local dos olhos); por ironia do destino, a mesma que furou os olhos da família Himuro, pois ela teve uma grande influência no fracasso do último ritual. Sakuya também aparece nos trailers como a fantasma “dancing woman”. O que ela faz no jogo? Não sabemos...
Só no Japão
Este survival horror que em sua quarta sequência de Fatal Frame, recebeu o nome de Zero: Tsukihami no Kamen (Fatal Frame IV: Mask of the Lunar Eclipse) foi lançado no Japão em julho de 2008. O jogo foi desenvolvido especialmente para o Nintendo Wii numa parceria da Nintendo com as produtoras TECMO e Grasshopper.
Tsukihami no Kamen não foi lançado oficialmente nos EUA e nem na Europa, embora tenham surgido boatos de que o game chegaria a Europa em fevereiro de 2009, sendo desmentidos logo em seguida. No entanto, em 2010 foi desenvolvido um patch para Wii: assim os americanos e os europeus puderam apreciar o sucesso desse jogo, com direito a legendas em inglês e tudo. Mas calma! O patch não é pirata, ele só podia ser usado em CD’s originais, embora hoje em dia...
Neste ano de 2012 os fãs europeus da série receberam uma excelente notícia: no dia 9 de junho será lançado o remake de Fatal Frame: Crimson Butterfly, chamado: Project Zero 2: Wii Edition.
Típico jogo no estilo japonês
Creio que a cultura japonesa é uma das que mais cultivam lendas urbanas e superstições, tanto que os japoneses são especialistas em criar filmes e jogos baseados em casas mal assombradas, famílias assassinas e é de lei contar com a presença de alguns espíritos assustadores e maléficos.
Para nós que não entendemos o idioma japonês, e muito menos sabemos ler aquele monte de símbolos, fica meio irritante jogar, mas é possível chegar ao final de Zero: Tsukihami no Kamen apenas seguindo as indicações que aparecem ao longo do game. Você precisará ter paciência e usar da dedução para desvendar muitos momentos do jogo, embora isso não altere em nada o suspense dos sustos e momentos tensos da história.
E você, já teve a oportunidade de jogar Zero: Tsukihami no Kamen? O que acha desses survival horror japonês? Teriam paciência para um jogo totalmente no idioma japonês?
Revisão: Bruna Lima