Future Blast: na próxima geração de portáteis, você dobrará sua tela como papel

em 23/03/2012

Aparelhos portáteis parecem ser bons para a aplicação de novas ideias e tecnologias. Sejam duas telas, touchscreen, multitouch, 3D, painéis ... (por Bruno Grisci em 23/03/2012, via Nintendo Blast)

Agora dobrável!Aparelhos portáteis parecem ser bons para a aplicação de novas ideias e tecnologias. Sejam duas telas, touchscreen, multitouch, 3D, painéis de toque traseiro, acelerômetros, giroscópios ou o que mais nossas mentes inventarem, sempre podemos contar com essas novidades na palma da mão. Isso, inevitavelmente, nos leva a pergunta: “o que virá a seguir?” Dentre todas as possíveis respostas, destacamos uma: telas flexíveis.

Conheça a mágica

“Telas flexíveis, como assim?” - Leitor contorcionista

Exemplo de TV OLED da Sony.É bem simples. Há algum tempo, empresas do setor de tecnologia vêm trabalhando com o conceito de aparelhos dobráveis, não no estilo DS, mas sim como uma folha de papel. Basta imaginar um celular ultra fino que poderia ser enrolado em forma de tubo, por exemplo.

Apesar de não ser algo muito recente, apenas em 2012 esses produtos serão lançados com maior destaque no mercado. Como as empresas de tecnologia não são exatamente amigas que ficam fofocando o que estão fazendo uma com as outras, o resultado são vários modelos e tecnologias diferentes com o mesmo fim, que serão colocadas à prova quando chegarem aos consumidores.

Uma das candidatas mais populares nessa batalha que está por vir é a tela OLED. Sigla para “Diodo Orgânico Emissor de Luz”, o seu grande destaque é o fato de “possuir luz própria”, eliminando a necessidade de iluminação traseira e lateral para a formação de imagens. Assim sendo, temos telas que ocupam muito menos espaço, gastam menos energia e geram imagens com melhor brilho e nitidez. Como bônus, a OLED consegue produzir o chamado “preto real” (telas LCD convencionais não são capazes de oferecer a cor “corretamente”) e permite ângulos de visão maiores. O tempo de vida de telas OLED e a baixa resistência a umidade ainda são problemas, entretanto.

Exemplo da Samsung com uma tela entortável.

Diferentes versões de OLED estão sendo trabalhadas no momento, inclusive uma bem interessante que é transparente, ficando como uma janela quando desligada. As variações PMOLED e AMOLED são recomendadas para equipamentos de pequeno e grande porte, respectivamente.

Mas o que realmente chama a atenção nessas telas é a possibilidade de construí-las com materiais extremamente flexíveis, sem alterações no funcionamento e na qualidade. E não se preocupem, fãs do 3DS: além de tais telas poderem ser touchscreen e contar com sensores de movimento, cientistas do MIT criaram uma fibra capaz de emitir luz em qualquer direção, tornando possível a implementação do efeito tridimensional em um futuro próximo.

Outro modelo da Samsung, ainda mais flexível.

Como dito, diversas companhias estão trabalhando nessa nova característica. A Samsung pretende ser uma das pioneiras, pois, já nesse ano, lançará uma linha de produtos flexíveis. Sony e Toshiba são outras empresas que já mostraram seus protótipos em várias ocasiões.

Onde os jogos entram na história?

“Bruno, muito legal e tal, mas o que isso tem a ver com a Nintendo?” - Leitor apressado

Bom, em primeiro lugar, as telas OLED muito provavelmente substituirão as LCD, LED e Plasma atuais. Como normalmente as pessoas gostam de ver seus jogos, essas mudanças afetarão o modo como os enxergamos (literalmente).

Mas é nos dispositivos portáteis que a situação fica promissora. Os primeiros aparelhos que aparecerão nas lojas ainda possuirão uma flexibilidade limitada, você poderá apenas entortá-los, digamos. Mas, futuramente, quando alguns dos protótipos mais incríveis mostrados estiverem a venda, teremos resultados interessantes.

Adeus, telas quebradas.

Vejam o exemplo da tela da Samsung que pode receber marretadas sem quebrar. Ou a da Sony, que pode ser totalmente enrolada. Será que finalmente teremos produtos realmente portáteis, que poderemos simplesmente dobrar ao colocar no bolso, e sem a preocupação de batidas, quedas e arranhões? Certamente o transporte seria bem mais prático que atualmente, quem sabe até ter a possibilidade de prender o aparelho no pulso como um relógio, bastando apenas desenrolá-lo na hora da utilização.

Enroladinho de tela.

Mesmo que o uso se restringisse apenas a celulares e tablets, já existiria um grande impacto no jeito como games são feitos. Mas e se formos além? E se consoles portáteis também adotassem a tecnologia? Com sorte, além da mera questão do transporte, novas ideias para jogabilidade surgiriam, como um mundo virtual afetado pelo manuseio do usuário. Apenas como exemplo, imagine um jogo onde você controla uma pequena esfera, que corre para onde o equipamento está inclinado. Mas, se você dobrar um pouco a tela, formando uma parede, a esfera tem seu movimento impedido. Se o controle do Wii U se confirmar uma tendência, no futuro poderemos até mesmo aproveitar esses conceitos em consoles de mesa.

Os botões físicos, caso presentes, poderiam ficar em “apêndices” nas extremidades da tela. Poderíamos ter uma única peça rígida, de onde puxamos a tela, como naquelas canetas com um calendário, ou ainda um bloco que se parte no meio, revelando o display no interior. Abaixo, temos o conceito do que um fã imaginava que poderia ser o “PSP 2” utilizando tecnologia OLED. Recebemos o PS Vita em vez disso, mas as ideias continuam vivas.

Que acharam do portátil?

As aplicações são tantas que as telas podem até mesmo ser incorporadas a tecidos, criando as chamadas “roupas inteligentes”, como um smartphone, só que você veste ele. O OLED transparente também merece atenção. Não dependeríamos mais das imagens de câmeras para aplicativos que usem realidade aumentada, pois o cenário atrás da tela seria o real, aparecendo como por de trás de uma janela.

Por enquanto tudo não passa de uma mera especulação, mas pode ser que em alguns anos lidemos com os jogos de uma forma bem mais flexível que a conhecida hoje. E se a Nintendo criou consoles com sensores de movimento, duas telas e 3D, que tal um destes portáteis flexíveis como sucessor do 3DS?

O futuro chega antes no Nintendo Blast.

Revisão: Mateus Pampolha


Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.