¡Fiesta! ¿O no?
A história do nosso jogo começa em um dia de festa em um pequeno vilarejo mexicano, onde todos os ratos estavam comemorando e se divertindo. Todos estavam muito felizes, até que os temidos gatos bandidos apareceram e raptaram todos os roedores. Certamente isso seria uma catástrofe, mas eles não perceberam que um dos ratos, Slowpoke Rodriguez, havia escapado. Percebendo o perigo iminente a seus companheiros, Rodriguez pede ajuda ao rato mais rápido do México, Speedy Gonzales!
¡Sí, Señor!
Gonzales - conhecido aqui no Brasil como Ligeirinho - então assume para si a missão de salvar os roedores raptados que estão espalhados nos estágios. Vamos concordar que qualquer sequestrador com um mínimo de inteligência deixaria seus reféns juntos em um só lugar, não é? Então, não me pergunte porque Frajola e seus comparsas espalharam jaulas por todo o México. Talvez fosse somente pela diversão, mas isso é algo que só mesmo os produtores do jogo sabem responder. Como Speedy não tem nada a ver com isso, ele deve passar pelos estágios típicos de um bom jogo de plataforma, coletando itens, derrubando monstros e procurando seus amigos. Até aí, tudo bem. O problema é que, conforme avançamos, vamos percebendo que este jogo é uma clara cópia da série Sonic the Hedgehog, carro-chefe do console concorrente da época. E o pior: sem o mesmo brilho e carisma, e com diferenças pontuais que pesam muito na experiência.
¡Ay, caramba!
Os gráficos são coloridos e vibrantes, mas o design das fases parece ter sido feito às pressas. São muitos caminhos possíveis, e não há uma direção correta a seguir. Por vezes, você se verá tentando entender onde está, e quando perceber, notará que está em frente à saída. Como tudo que é ruim pode piorar, os produtores colocaram um timer, que junto ao design confuso, torna a caçada aos ratos desaparecidos um teste de paciência e (quem sabe?) sorte. A trilha sonora segue o estilo do jogo, com um forte toque latino e, em alguns momentos, cartunesco. Não é das piores coisas de se ouvir, mas em certas fases você vai se perguntar se está ouvindo o som da televisão ou aquele disco antigo do Reginaldo Rossi do seu pai.
Outro ponto é a jogabilidade. Ligeirinho possui a habilidade de chutar (sim, chutar) os oponentes. No entanto, o alcance do golpe é curto, o que faz com que na grande maioria das vezes você seja o prejudicado. Também não é fácil acertar os pulos em determinadas plataformas. Some isso ao já citado timer... Ao menos, o jogo oferece uma quantidade razoável de continues e itens durante as fases (alguns interessantes, como o Tabasco Sauce, que permite ao pequeno roedor cuspir fogo).
Os chefes e os inimigos também padecem de um mal sério no mundo dos videogames: não possuem quase nenhum carisma. Basicamente, você verá os mesmos rostos ao longo dos sete estágios do jogo. Pouco para um personagem de um universo tão rico como o dos Looney Tunes.
Outras vertentes
Alguns aspirantes a programadores se aproveitaram da semelhança existente com Sonic the Hedgehog e produziram uma versão ilegal do jogo, onde o próprio Sonic assumia o papel de Ligeirinho. Uma curiosidade era que no lugar dos ratos sequestrados, quem estava dentro de uma jaula era o nosso querido Mario. Vale a pena dar uma conferida.
Speedy Gonzales: Los Gatos Bandidos não é um dos piores jogos disponíveis para Super NES, mas peca ao tentar emular a experiência de Sonic e não buscar identidade própria. Só é recomendado para fãs incondicionais do ratinho dos Looney Tunes. Se esse não for o seu caso, melhor passar o tempo com outros jogos.
Revisão: Lucas Oliveira