Viagem no tempo junto com aliens sempre foi um dos assuntos mais atrativos da ficção científica. Mas, se além disso, você somar armas tradicionais e futuristas, a América nos anos 60, aliens à procura de churros humano e muitos (muitos mesmo!) veículos de fácil acesso? Isso e muito mais pode ser encontrado em Body Harvest. Desenvolvido pela DMA Desing e lançado em 1998, Body Harvest introduz uma jogabilidade inovadora que se mostra presente até hoje em um dos jogos mais conhecidos das atuais gerações, como GTA. Um mecanismo que, somado à um mundo em colapso e um arsenal de fazer inveja ao exército americano, também torna este um dos jogos mais divertidos e interessantes do Nintendo sixty-four.
Um conto de ficção
O ano é 2016. Um número pequeno de cientistas cria soldados modificados genéticamente para viagens de volta no tempo a fim de pararem uma colheita alienígena. Tal colheita tem fundamento, para os aliens, por considerarem a carne humana a melhor fonte de energia (esses insetos verdes nunca ouviram falar mesmo das mulheres de Vênus). Porém, neste meio tempo, a base espacial dos cientistas é atacada, sobrando a trupe dos homens de jalecos brancos, enviar apenas um homem, Adam Drake, para atravessar as épocas e por fim a toda essa bagunça na “casa da mãe Joana”.
Jogabilidade atraente até os dias de hoje
Body Harvest mistura elementos de RPG com condução de veículos, ação e exploração. Todos os veículos são “empossados” ao pular neles. Viu um carro da década de 60? Simples, pule em cima dele. Viu um tanque alemão? Pule em cima dele. Viu um precipício a mais de 2 mil metros de altura? Pule em cima dele, certificando-se antes se você é algum tipo de super-herói. O puzzles do jogo são bastante atrativos e exige do jogador algum tempo circulando por áreas próximas atrás de objetos ou armas que ajudem a solucioná-los. Com os objetivos cumpridos, resta a você destruir o gerador-alien de cada região até que, finalmente, encontre o chefe da fase. Daí, você deixa de andar a pé ou utilizar veículos próximos para controlar um veículo espacial deslizante com dois rifles poderosos.
A jogalibidade do jogo foi tão bem executada que, até hoje, vemos jogos com uma mecânica basicamente igual, como GTA. Sim, é exatamente isso que você leu. Pode-se dizer que toda base para o que GTA é hoje foi rascunhada e praticada por Body Harvest no N64. Toda interatividade, inclusive o uso de veículos, apareceu neste jogo.
Gráficos que não passam da atmosfera terrestre
Os gráficos não eram empolgantes. Texturas simples, poucos efeitos e uma baixa framerate em nada empolgaram os jogadores. Tudo bem que Body Harvest é um dos primeiros jogos lançados para N64, mas a simplicidade gráfica de alguns elementos chega a ser a “flecha” que acertou o “joelho” do jogo. Porém, também não são ruins, apenas cumprem seu trabalho. Sorte que outros fatores, como ação frenética e interatividade, existem para desviar a atenção do jogador dos gráficos.
Sonoridade cósmica
Quando o assunto é som, Body Harvest mostra sua maestria. Todo o clima é perfeitamente criado com a ajuda das músicas que, criadas por piano ou orquestra, trazem toda a adrenalina nas cenas de ação e calma, com uma pitada de suspense, nas partes de exploração. Uma das músicas que mais chamam atenção é a de acesso ao mapa. Todo esse excelente trabalho se deu pelo fato da DMA possuir um dos maiores departamentos de som de toda Europa naquele tempo.
Com gráficos não tão atraentes, uma música incrível, uma boa mistura de elementos em sua jogabilidade e mais de 60 veículos a sua disposição, Body Harvest mostra que, apesar de todo o atraso em seu desenvolvimento e lançamento. Ainda sim é um bom título a ser jogado. Viajar entre décadas, em diversos momentos da história, nunca foi tão divertido enquanto explode alienígenas com um protagonista e sua roupa feita de papelão laranja.
Revisão: Alveni Lisboa