Todos estamos sujeitos a erros, inclusive a Nintendo. Nesse ano de 2011, diversos fatos desagradáveis aconteceram, e é importante que não sejam esquecidos para não voltarem a se repetir nos próximos anos. Listados abaixo, estão o que consideramos os 10 maiores erros cometidos pela casa do Mario ao longo dos últimos meses, e o que foi feito para resolvê-los.
10. A “aposentadoria” do Miyamoto
Vamos começar esta lista com um caso recente. Numa entrevista para a tradicional revista Wired, Shigeru Miyamoto, criador de séries como Super Mario, The Legend of Zelda e maior celebridade da empresa atualmente, deu a entender que se aposentaria dos seus cargos atuais para dedicar-se a projetos menores. Até aí tudo bem, afinal esse momento fatalmente chegaria. O problema foi como a Nintendo tratou a situação, afirmando que nada mudaria e que houve um problema na tradução da entrevista.
Como a Wired disse em sua defesa, e mais tarde pudemos comprovar, as afirmações de Miyamoto eram aquelas mesmas. A notícia também chegou a motivar uma queda das ações da companhia.
O que foi feito para resolver: Por enquanto a situação é a mesma de antes da entrevista. Talvez tenha faltado mais seriedade e organização na maneira de tratá-la.
9. Bug que impede o avanço em Skyward Sword
The Legend of Zelda: Skyward Sword, foi o maior lançamento da Nintendo no ano e um dos melhores games de 2011. Por isso mesmo, a presença de um glitch fatal que impede o prosseguimento no game é um problema grave e inesperado. O que “justifica” o erro é o fato de que para encontrá-lo é necessário realizar uma side-quest, a “Song of the Hero”, em uma ordem bem específica, e por isso o número de jogadores prejudicados não foi maior. Lançar um game com um bug que impede o avanço do jogo, contudo, é uma grande falha.
O que foi feito para resolver: A solução veio em três etapas. Primeiramente, a Nintendo reconheceu o erro e alertou os jogadores para que eles pudessem evitá-lo. Em seguida, ofereceu-se para consertar o save de quem enviasse seu Wii para ela. A solução definitiva foi lançar um canal para Wii, específico para o conserto dos saves, que já pode ser baixado de graça na loja virtual do console.
8. Atraso no lançamento do novo Zelda no Brasil
O outro problema deste top 10 relacionado a Skyward Sword diz respeito a nós, brasileiros. Enquanto o resto das Américas estava jogando o novo Zelda desde o dia 20 de novembro, os fãs que compraram o jogo em pré-venda (ou mesmo os que pretendiam adquirir no lançamento) no Brasil precisaram amargurar algumas semanas de atraso, até finalmente receberem o game no começo de dezembro. A grande questão aqui é que o lançamento brasileiro deveria ter sido também em 20 de novembro.
O que foi feito para resolver: A Nintendo colocou a culpa do atraso em condições climáticas adversas e a história ficou por isso mesmo. Esperamos que esses casos não se repitam, embora problemas envolvendo pré-vendas de jogos no Brasil tenham se tornado frequentes.
7. “Esquecer” o aniversário da série Metroid
Este ano uma grande franquia da Nintendo completou 25 anos. Claro, todos sabemos que The Legend of Zelda completou um quarto de século em 2011, mas Metroid também. Só que, ao contrário de Link (e Mario em 2010), a Samus não ganhou nem um bolo de aniversário. Tratar com descaso uma de suas maiores séries não parece uma decisão das mais acertadas, e acaba chateando também os fãs. Talvez esta atitude tenha sido uma resposta da empresa às baixas vendas de Metroid: Other M e recepções mornas da crítica e do público no ano passado, mas uma das séries mais tradicionais da Nintendo realmente merecia uma homenagem melhor.
O que foi feito para resolver: O ano está terminando e a única manifestação que vimos vindo da Big N foram mensagens de feliz aniversário em redes sociais. Se de alguma forma serve de consolação, uma outra série teve um grande ano.
6. O segundo circle pad do 3DS
Ele apareceu como uma bomba em meio a uma onda de rumores. No começo era difícil de acreditar, mas o Circle Pad Pro, o segundo analógico do 3DS, é real e será lançado nas Américas em 7 de fevereiro por 20 dólares. O que antes parecia uma monstruosidade acabou sendo deixado longe dos holofotes pela Nintendo e agora parece mais um acessório qualquer para ser usado em alguns games, mas a frustração que causou nos donos de 3DS, por fazer parecer que seus novos portáteis eram incompletos, garantiu a sexta posição nesta lista.
O que foi feito para resolver: Ao perceber a baixa popularidade do acessório entre os jogadores, a Nintendo tratou de tirar o foco dele. Além disso, por enquanto nenhum jogo o utilizará obrigatoriamente, e os que o aproveitarão, como Monster Hunter, terão bundles com ele incluso.
5. Modo como o Wii U foi anunciado
O Wii U tem potencial para ser um grande console, mas a Nintendo parece não ter conseguido passar muito bem essa ideia. A apresentação da E3 não foi das mais eficientes, pois deixou os jogadores com muitas dúvidas e espaço para rumores negativos. Por muito tempo ainda havia quem achasse que o Wii U era um novo videogame portátil ou ainda um novo controle para Wii, quando na verdade é o novo console de mesa da Nintendo. Embora quem tenha testado o controle tenha concordado que ele é leve e confortável, quem acompanhou pela internet pode ter ficado com a impressão contrária, e questões como preço e quantos controles serão suportados ficaram em aberto. Em meio a essa confusão, as ações da companhia tiveram uma queda acentuada.
O que foi feito para resolver: O próprio presidente da empresa, Satoru Iwata, reconheceu que a apresentação poderia ter sido melhor, com maior foco no console em si. Nos dias seguintes houve um certo esforço para esclarecer melhor as características do novo console, mas a reputação do Wii U antes do lançamento dependerá dos próximos eventos em que estará presente.
4. Linha de jogos inicial do 3DS
Existe um consenso de que jogos vendem plataformas, e os que foram lançados com o 3DS, embora não fossem ruins, não foram grandes motivadores para a compra do novo portátil. O que agravou ainda mais a situação foi a ausência de títulos de peso também nos meses seguintes, tornando o aparelho pouco atrativo no seu início de vida. Como se não bastasse, outras funções, como a internet, estavam ausentes e foram sendo adicionadas aos poucos, através de atualizações. Só agora temos a opção de trocar mensagens com os amigos, por exemplo.
O que foi feito para resolver: Parecia que o 3DS havia sido lançado antes da hora, então foi preciso fazer o óbvio, produzir jogos e aplicativos para o sistema em quantidade e qualidade. Começou com uma nova versão do clássico Ocarina of Time em três dimensões e não parou mais, com um ótimo natal, grande parte devido a Super Mario 3D Land, Mario Kart 7 e Monster Hunter 3G. Além disso, também foi criado o Nintendo Direct, uma maneira de manter o público informado das novidades de novos títulos.
3. Wii abandonado ao longo do ano
O ano não foi dos melhores para os donos do Wii. Tivemos alguns bons lançamentos no final do ano, especialmente o excepcional The Legend of Zelda: Skyward Sword, mas no resto do tempo as coisas foram bem mornas.
O que foi feito para resolver: Já foram prometidas várias novidades para 2012, embora não saibamos quantas ou quais sejam. Com a Nintendo focada no 3DS e nos preparativos do Wii U, o jeito é se divertir com a biblioteca já existente para o console branco.
2. O preço inicial do 3DS
Se teve uma lição que a Nintendo aprendeu em 2011, foi não cobrar caro por produtos no lançamento. Juntamente com a falta de títulos de peso, o preço do portátil foi um dos responsáveis pelas suas consideradas baixas vendas. Diversos países enfrentam uma crise financeira e existem muitos concorrentes, inclusive tablets e smartphones, por isso um preço competitivo é fundamental.
O que foi feito para resolver: A Nintendo foi rápida nesse ponto e, contrariando as expectativas, cortou em 30% o preço do 3DS poucos meses após o lançamento. Para compensar quem já havia comprado o portátil pelo valor original, criou o programa de embaixadores, oferecendo gratuitamente jogos de sistemas antigos no eShop. O plano funcionou e a meta de vender 4 milhões de unidades até fevereiro foi batida já em dezembro.
1. Ignorar a Operation Rainfall
Como visto na terceira colocação, um dos maiores problemas do ano foi a falta de títulos para Wii. E se a Nintendo possuísse ao menos três grandes jogos lançados no Japão, porque não trazê-los para o Ocidente? Talvez por achar que não haveria interesse. E se então milhares de fãs se unissem num movimento organizado que contou também com apoio da mídia para convencer a Nintendo a trazer seus próprios jogos para cá? Seria uma boa ideia lançá-los, não? Não para a Nintendo, que primeiro tentou apenas ignorar a Operation Rainfall, que pedia os jogos Xenoblade Chronicles, The Last Story e Pandora's Tower. Quando percebeu que a operação era grande, apenas disse que não existiam planos para o lançamento destes jogos nas Américas, frustrando um grande número de fãs.
O que foi feito para resolver: Voltando atrás na decisão, a Nintendo lançará os jogos na Europa, e Xenoblade Chronicles foi confirmado na América do Norte, embora como exclusivo da rede GameStop. A ausência de outros bons jogos apenas nos Wiis americanos e o descaso com os fãs coloca esta atitude da empresa como sua maior mancada em 2011.
Não há empresa que não tenha cometido erros neste ano, e estes são os pelos quais a Nintendo é responsável. O mais importante em lembrá-los é que isto ajude a não repeti-los e a resolver os próximos. Que em 2012 todos estes problemas estejam apenas no passado. Um ótimo ano novo a todos.
Revisão: Jaime Ninice