Antes de sair por aí batalhando em guerras gigantescas com armas de última geração. Antes de nos escondermos em banheiros e outros lugares para depois derrubarmos inimigos com armas de espiões. Antes de estarmos online para participarmos de confrontos com mais de 12 outros adversários. Antes de tudo isso e mais um pouco, nós estávamos enfrentando dinossauros.
O Nintendo 64 teve (ou tem, dependendo de seu ponto de vista) uma quantidade de games de grandíssima qualidade. Um dos gêneros que mais se destacou foi, sem dúvida, o FPS (First Person Shooter). Desta leva foram lançados games como o sensacional 007 Goldeneye, o muito interessante Hexen, a obra prima da dificuldade Doom 64 e, é claro, o exigente Turok: Dinosaur Hunter. Por causa do direcional analógico do console, jogar games em primeira pessoa se tornou algo mais fácil e intuitivo. Rapidamente nos acostumamos a caminhar, mexer na câmera e atirar. Tudo isso por causa da ótima curva de aprendizado que o Nintendo 64 nos proporcionou.
Turok é um game sobre um cara muito “badass” que consegue viajar no tempo. Ele sabe muito bem como pegar uma arma e derrubar qualquer inimigo que estiver em seu caminho. Seu arsenal inclui desde uma faca à armas mais pesadas como uma shotgun. A intenção de nosso herói é impedir que o malvado Lord consiga obter um artefato que pode destruir a barreira entre a Terra e a Lost Land – um mundo primitivo onde há seres como dinossauros e até mesmo aliens. Se o Lord, conhecido como “The Campaigner”, destruir essa barreira, um verdadeiro caos pode acabar com o mundo. A partir desta premissa é que entramos no maravilhoso mundo do game. Os cenários são vastos, com muito o que explorar, de vez em quando vemos ao longe um velociraptor vindo em nossa direção, aí é hora de sacarmos nosso arco e atirarmos flechas explosivas até o ser cair sem vida. Se você acha que após derrotar alguns inimigos a sua vida ficará mais fácil, ledo engano, pouco tempo depois novos adversários serão materializados e aí a caçada recomeçará.
Com tantos inimigos, a ação misturada e a forte exploração só poderiam fazer com que Turok fosse um game extremamente difícil. É simplesmente fácil se perder no caminho, mesmo com a ajuda de um mapa competente. O tempo todo somos obrigados a refazer nossos passos para nos encontrarmos. Os inimigos ficam cada vez mais difíceis, especialmente os chefes que nos fazem suar sangue (isso é quase verdade). A batalha final é de arrancar os cabelos, pois você atira e atira um pouco mais, mas aquele cara não cai. Já perdi a conta da quantidade de vezes que pensei que havia matado o desgraçado e ele decidia ainda não haver acabado. Aí eu chorava.
As produtoras Iguana Entertainment e Acclaim Entertainment lançaram Turok em fevereiro de 1997. Suas críticas foram muito boas e suas vendas um sucesso, fazendo com que o game ficasse no topo por meses após seu lançamento. Ainda hoje é considerado como um dos top games do console de 64 bits da Nintendo, e o mais importante: estará para sempre na minha caixa de coleções de Nintendo 64 junto com Banjo Kazooie, Star Fox 64 e Pokémon Stadium 2.
Seu legado é tão forte que podemos dizer que ele (e obviamente outros games de FPS) foi uma das portas de entrada para o gênero nos consoles caseiros. Até hoje não sou um fervoroso fã de games como Call Of Duty ou Battlefield, mas a minha cópia de Turok: Dinosaur Hunter ficará para sempre em meu quarto e será jogado de tempos em tempos. Isso é o que chamo de game bem sucedido.
Revisão: Jaime Ninice