É claro que é fácil dizer que não são poucos os games baseados em filmes de sucesso. Também é óbvio afirmar que há muitas versões diferentes de O Senhor Dos Anéis já lançadas para boa parte dos consoles. Algumas são esquecíveis como “A Sociedade do anel” de Game Boy Advance enquanto outras são um bom exemplo de competência como “O Retorno do Rei” de Game Cube. Para este último console ainda foi lançado pela EA um game que transcende a história original e nos coloca como coadjuvantes que participam e observam toda a grande saga pela Terra Média. Estou me referindo a “The Lord Of The Rings: The Third Age”.
Após o estrondoso suceso da trilogia nos cinemas, chegaram para o Game Cube – especialmente – os games “As Duas Torres” e “O Retorno Do Rei”. Ambos possuíam aquele sistema de matar e empilhar, matar e empilhar. Não estou dizendo que eram ruins ou algo parecido, eram simplesmente games focados em um único ponto. Em 2004, a EA decidiu se aprofundar mais – e garantir mais alguns dólares – em toda a trajetória para a destruição do “um anel”. O mais bacana foi a intenção de não fazer com que o jogador se tornasse um dos famosos personagens da já conhecida história, mas novos coadjuvantes que acabam participando ativamente da saga no maior estilo de “E se…”. É claro que eles não aparecem nos filmes, mas já servem para criar um novo grupo de heróis.
O jogador controla um grupo de personagens que representam várias das raças da Terra Média. Há o homem de Gondor que acaba sendo o líder do grupo, a elfa que pode usar magias de cura, o anão que é corajoso e forte, além de outros mais. Falta um hobbit no grupo que poderia aumentar a diversidade e diversão, mas mesmo assim a variedade é bacana. O seu grupo ativo – personagens que entrarão em batalhas – deve ser reduzido a quatro, por isso a ideia de balancear bem é algo importante e estratégico.
The Third Age é, em geral, um game de RPG bastante comum. Você deve passar por pseudo-dungeons, aumentar os níveis dos personagens, recolher itens, aprender novas habilidades, e o mais importante: batalhar como se não houvese amanhã.
Por mais que seja bacana participar ativamente de todos os grandes acontecimentos, o excesso de confrontos acaba cansando. De vez em quando há uma série de três ou quatro lutas consecutivas com muitos inimigos que parece não acabar nunca. Você fica se perguntando quando diabos eles vão ser derrotados para você poder salvar o game e ir jantar.
Toda a aventura é bem linear, não há muito espaço para exploração. Você percorre lugares como o abismo de Helm em Rohan ou as Minas Tirith. Tudo está bem condizente com o que vimos nos filmes, os gráficos são bem trabalhados apresentando detalhes belos dos rostos dos personagens, há cenas originais da trilogia que são destravadas no decorrer do game que aumentam a imersão, e todos os diálogos mais importantes são dublados – e muito bem por sinal.
The Lord Of The Rings: The Third Age não vendeu o esperado pela EA. Mesmo assim ele conseguiu agradar a grande maioria das críticas com notas que beiram o 8 de 10. Suas qualidades são muitas, sendo sua intenção na história, sendo por sua dedicação no sistema de batalha. Há uma certa mesmisse que chega a cansar, mas nada que nos faça soltar o controle, pois a história é muito envolvente como todo bom RPG deve ser.
Se ainda não conhece esse “spin-off” da trilogia de Tolkien, vá correndo e comece a sua aventura pela Terra Média.