Reservem seus lugares, pois começara agora uma das maiores disputas dos vídeo-games! Do lado esquerdo, repleto de botões, analógicos e direcionais, sobem os nossos Controles Tradicionais, que fazem a diversão da galera desde os primórdios dos vídeo-games! Do lado direito, feitos pra levantar qualquer jogador da poltrona e fazê-lo suar um pouquinho, chegam os Controles Alternativos , a maior sensação a 7ª geração de consoles! Como terminará esse curioso combate? A disputa engloba muito mais do que controles, mas sim filosofias, tipos de jogadores e muita discussão!
Possibilidades
Controles Tradicionais: Muitas coisas viraram realidade quando os desenvolvedores colocaram em nossas mãos os controles. Com o tempo, a pegada foi ficando melhor, os controles tornaram-se mais complexos e as possibilidades se multiplicaram. É fácil controlar Link pelo espaço 3D com um analógico, algo que não se faria real com o D-Pad que usamos para movimentar Mario no plano 2D. É possível movimentar o seu caçador e a câmera em Monster Hunter Tri, usando dois analógicos, realidade vivida também por diversos FPS. Atirar em Metroid é prático, basta um botão. Botões L e R (gatilhos) também foram uma grande adição. De fato, há muito o que fazer com controles convencionais, mas há um detalhe: as possibilidades estagnaram. Depois da revolução que foram os jogos poligonais, poucas alterações foram feitas. O Classic Controller do Wii se parece muito com o joystick do GC, assim como os controles do PlayStation 2 são muito semelhantes ao do PS3. É claro que jogos exploram os controles de formas únicas, mas estes não tem visto muitas alterações nas últimas gerações.
Controles alternativos: Embora tenham precedentes históricos, como a Power Glove do NES, os controles por movimento, toque ou por outras formas tem crescido muito nessa última geração. Tivemos o Wii com os giroscópios e acelerômetros, o DS com a touchscreen, o iPhone com ambos os recursos e outras ferramentas como o Kinect. De fato, este tipo de tecnologia possibilitou games que não funcionariam com os controles convencionais, como Red Steel 2, Zelda: Skyward Sword ou Rhythm Heaven. Séries tradicionais também se beneficiaram dos controles alternativos, como Metroid em Metroid Prime Trilogy e outras nasceram dessas novas formas de se jogar como The World Ends With You. No entanto, essa inovação também mata algumas franquias pela falta de especificação dos comandos de jogo. Monster Hunter Tri, por exemplo, pode ser jogado com um Wiimote+Nunchuk, mas a experiência é muito melhor com um controle tradicional. Ou então Zenonia, ao trocar os botões virtuais do iPhone por controles físicos do DSi, a movimentação progrediu bastante. Em suma, controles alternativos têm muito o que crescer para se tornarem apropriados para certos jogos, mas, sim, são muito promissores!
RESULTADO: Empate!
Conforto
Controles tradicionais: Basta pegar o controle, lançar-se no sofá e pronto. Horas e horas de diversão estão garantidas, desde que tenha comprado um jogo bom, é claro. Agora que os joysticks não precisam mais utilizar fios, não só a segurança dos consoles aumenta (“Filha, olha o fio ai!”,”Fio, que fi…” CRACK!), o conforte se jogar mais longe da TV e até mesmo deitado aumenta. Com esse nível de comodidade, é possível desfrutar de longas jogatinas sem sair do lugar.
Controles alternativos: Apesar de possibilitarem formas distintas de se jogar, os controles alternativos tem um fator contra: eles cansam. É claro que, muitas vezes, a proposta dos games que utilizam este tipo de controle é justamente tirar os jogadores do sofá, como Wii Sports e Just Dance. No entanto, há jogos hardcore que os utilizam e, muitas vezes, a longevidade das jogatinas é comprometida. Alguém ai consegue passar a tarde jogando Red Steel 2 sem terminar com o braço dolorido? Ou virar a noite com os amigos jogando a versão Wii de Mario Power Tennis? Por que, com a versão de GC, é bem mais fácil. Com ferramentas ainda mais focadas nos movimentos como o Kinect, as coisas são ainda mais cansativas. Além desse porém, temos também a dificuldade de jogar em qualquer lugar. É mais difícil brincar com jogos que utilizam giroscópios, em locais apertados e, em veículos movimentados, é uma dor de cabeça controlar Link pela touchscreen em Phantom Hourglass.
RESULTADO: Vitória dos Controles Tradicionais!
Acessibilidade
Controles Tradicionais: Por mais simples que alguns games sejam, tem muitas pessoas que parecem ter uma aversão a botões. Não estou pedindo que o público casual passe a jogar Metal Gear Solid ou Super Street Fighter IV, mas, mesmo os jogos que pouco usam os botões, há quem não consiga de jeito nenhum se adequar aos comandos. Vemos um grande esforço dos desenvolvedores em tornarem seus games, cada vez mais, acessíveis. Mesmo com os botões, New Super Mario Bros. Wii é bem prático e até sua avó consegue jogar, até mesmo o parrudo Monster Hunter recebeu uma dose de tutoriais para simplificar os controles em Tri. (Só para constar, a imagem ao lado é uma montagem)
Controles Alternativos: É difícil não falar em dispositivos touchscreen ou em controles com sensores de movimentos e não tocar no fato de eles terem atraído uma quantidade enorme de pessoas as vídeo-games. Mesmo que 90% dessas pessoas sejam casuais, eram, muitas vezes, pessoas que pareciam nunca ter tocado num game, mas bastou uma chacoalhada no Wiimote para se viciar em Wii Sports. E o DS, que atraiu milhões de gamers casuais com seus joguinhos como Picross DS e Brain Age? O fato é que este tipo de dispositivo criou um novo público e um novo mercado, não é atoa que as vendas do Xbox 360 subiram com o lançamento do Kinect e que o iPhone luta para se tornar uma nova grande plataforma de games.
RESULTADO: Vitória dos Controles Alternativos
Precisão
Controles Tradicionais: A menos que seus botões estejam completamente danificados, apertar o botão A será sempre apertar o botão A. Raríssimas vezes os comandos que o jogador faz com os controles são mal interpretados pelos jogos. Nesse quesito, temos uma excelente precisão por parte dos joysticks convencionais. As imprecisões que temos, na maioria das vezes, é com a movimentação em planos tridimensionais. Em certos jogos, os analógicos não conseguem dar noções claras da câmera e isso dificulta os cálculos de profundidade e movimentação, realidade vivida, por exemplo, por Disney Epic Mickey.
Controles Alternativos: Embora tenham tido uma evolução explosiva, os controles alternativos nem sempre apresentam aquela precisão de que queremos. O Wiimote, por exemplo, não foi tão mágico quando esperávamos e tivemos de comprar o Wii Motion Plus (ou a nova versão do controle: Wiimote Plus) para ter a precisão que sonhávamos. O DS não tem uma touchscreen capacitiva (estilo a do iPhone), muito menos multi-toque, erro repetido pelo 3DS. É claro que as tecnologias vão se modernizando, como a tela de toque do iPhone, que é bem precisa, e o PlayStation Move, que já possui, por natureza, uma precisão maior. Mas ainda temos aparelhos que nem sempre respondem bem, ou que tem um certo delay na resposta. O Kinect, por exemplo, é revolucionário, mas possui alguns problemas de detecção. Um bom exemplo é a versão Wii de Rhythm Heaven: por que será que ela não utilizou os sensores de movimento do Wii e optou pelos botões? Jogos com controles alternativos são geralmente mais simplistas e utilizam comandos menos específicos, como Wii Play ou Kinect Adventures.
RESULTADO: Vitória dos Controles Tradicionais!
E o vencedor é…
O Controle Tradicional! Por 3x2, os botões e analógicos saem na frente dos giroscópios e touchscreens! Então é melhor jogar com controles convencionais do que pensar em experiências inovadoras? De forma alguma! Controles Alternativos têm crescido muito, eles só não estão ainda em condições de desbancar as maneiras tradicionais de se curtir um bom game. Mesmo assim, há experiências com controles com movimento que são muito boas, assim como jogos que utilizam a tela de toque que não funcionariam de nenhuma outra forma. Ambos tem suas vantagens e acredito que á melhor forma de unir as qualidades dos dois esteja num futuro próximo como o Wii U. Não é a toa que o Wii ou o DS, mesmo explorando novas formas de se jogar, não abandonaram os botões, analógicos e direcionais!