Dragon Quest Monsters: Joker 2, jogo que será lançado para o Nintendo DS, é o quinto título da série Dragon Quest Monsters, um spin-off da famosíssima franquia Dragon Quest da Square-Enix. O objetivo no jogo? Capturar e treinar monstros para usar em batalhas. Mesmo com muitas semelhanças a uma outra série que não preciso nem citar o nome, Dragon Quest Monsters conseguiu conquistar um charme próprio e, agora, DQM: Joker 2 está a caminho para continuar os passos de DQM: Joker, seu antecessor, também lançado para o DS. Mas será que esta continuação traz novidades o suficiente para manter a série interessante? Ou será que ela está fadada a uma cansativa repetição? É hora de descobrir!
Uma herança monstruosa
O primeiro Dragon Quest Monsters foi lançado para o Game Boy Color, no ano 1999 (curiosamente, o jogo chegou às lojas do Japão antes do portátil, mas ele era também compatível com o primeiro Game Boy, em preto e branco) com uma fórmula que, na época, acabava de se tornar uma febre: capturar e treinar monstros. Com personagens conhecidos (já que haviam sido retirados diretamente da série de RPG de sucesso da Enix, Dragon Quest - embora na época não tivesse tanto reconhecimento além das terras nipônicas) e um complexo sistema de cruzamento dos monstros que permitia criar novas e mais fortes criaturas a partir de outras duas, o jogo conseguiu se destacar. Dragon Quest Monsters 2 (lançado para o Game Boy Color em 2001, com direito a duas versões diferentes... lembrou daquela outra série de novo?) deu continuidade à serie sem muitas novidades. DQM: Caravan Heart (Game Boy Advance, 2003) tentou inovar um pouco, mas pelo visto não deu muito certo, já que nunca foi lançado fora do Japão. No DS, entretanto, a série ganhou nova vida com DQM: Joker, com gráficos tridimensionais, maior complexidade e até uso de Wi-Fi.
DQM: Joker 2 segue de perto o estilo do anterior. Logo de cara, podemos ver que o visual continua bem parecido, tudo modelado em 3D e usando cel-shading. Apesar de parecer um pouco mais caprichado que o seu antecessor, a diferença parece ser pouca para um jogo que foi lançado há cinco anos atrás e certamente não será a coisa mais maravilhosa que você já viu na tela do seu DS. Um ponto positivo é que, como de praxe da série Dragon Quest, a arte do jogo vem das talentosas mãos do mestre Akira Toriyama, o responsável pelo anime Dragon Ball (e não, o personagem principal não é o Gohan).
Assim como no primeiro DQM:Joker, as batalhas felizmente não serão mais randômicas, o que significa que é possível ver os inimigos andando pelo cenário e escolher entre partir pra luta ou desviar dos monstros e evitar batalhas indesejadas. Já as batalhas seguem o tradicional esquema de turnos entre equipes compostas de até três monstros, sendo que o jogador ainda pode contar com mais três monstros que ficam no banco reserva.
O sistema de captura de monstros, que desde o jogo anterior passou a se chamar “scouting”, permite que o jogador execute um comando no meio da batalha para tentar convencer o monstro inimigo a passar para seu lado. Diferente dos jogos antigos da série, onde se devia alimentar a criatura com as carnes mais saborosas que se pudesse encontrar e esperar o final da batalha, torcendo para que tivesse sido o suficiente para ganhar a simpatia do monstro (e também não é necessário ficar comprando pokébolas, como em... aquele outro jogo). Mas não pense que isso significa uma maior facilidade em capturar monstros... embora tecnicamente sempre exista uma chance de capturar qualquer criatura selvagem, quanto maiores forem os atributos do inimigo em relação aos da equipe do jogador menor é a chance de um comando “scout” ter resultado positivo. E pode esperar um bom trabalho pela frente, já que a quantidade de monstros para colecionar promete ser grande, com mais de 300 confirmados.
O “cruzamento” de monstros, que desde DQM: Joker passou a se chamar “synthesizing” (talvez para buscar evitar a imagem dos monstros... ahm... cruzando) continua tão complexo como sempre, permitindo juntar duas criaturas para obter uma terceira, nova, com a combinação dos atributos e habilidades dos pais. Mas atenção: no fim do processo os pais somem para sempre (o que acaba dando mais sentido ao nome “síntese”). Vale lembrar que muitos monstros só poderão ser obtidos desta forma.
Mas... é tudo igual?
Até aqui tudo de DQM: Joker 2 parece igual, ou quase igual, ao seu antecessor. Onde é que estão as novidades, então? Nos modos online e multiplayer, principalmente. Enquanto DQM: Joker usava a conexão com a internet de maneira simples, apenas permitindo que o jogador fosse classificado dentro de um ranking e permitindo enfrentar equipes de outros jogadores com níveis próximos, DQM: Joker 2 traz muito mais possibilidades. Com o uso do Tag Mode, pode-se trocar informação e batalhar contra um amigo que também tenha o jogo, sendo até mesmo possível tentar recrutar os monstros do outro (quando isto acontece, entretanto, o amigo não perde o monstro... por um lado é uma pena, já que seria uma maneira muito divertida de irritar a outra pessoa). O jogo poderá salvar a informação de até oito “encontros” ocorridos, de modo a permitir repetir o confronto a qualquer momento. E o Tag Mode não registrará apenas outros cartuchos de DQM: Joker 2, mas também dos jogos Dragon Quest VI e Dragon Quest IX (naturalmente, a pessoa que tem um desses outros jogos não ganha nada em troca). Se você conseguir juntar mais sete pessoas com um DS e o cartucho, há a possibilidade de montar um torneio com até oito participantes; e se encontrar outras pessoas que tenham jogo e morem perto de você estiver difícil, você pode fazer tudo isso também via Wi-Fi. Mas o recurso online mais interessante certamente será o World Monster Championship, um campeonato onde os jogadores enfrentarão adversários de qualquer parte do mundo. A cada sete dias os pontos serão contabilizados para eleger os vencedores da semana e haverá ainda uma página de Internet dedicada exclusivamente a registrar os resultados do campeonato.
Há também uma história por trás de DQM: Joker 2, mas como de costume, ela não é a prioridade. O protagonista do jogo vai parar em uma ilha distante depois de um acidente que faz o avião Albatross cair e ele deve, então, resgatar os outros passageiros, desvendar alguns mistérios e fugir da ilha (será que também terá que enfrentar um monstro de fumaça?). Tudo isso, é claro, enquanto também recrutando o maior número de monstros possível, buscando se tornar o maior treinador Pokém-... digo... o maior caçador de monstros do mundo.
Resumindo, DQM: Joker 2 parece o resultado de colocar Dragon Quest, Pokémon, Dragon Ball e Lost no liquidificador e misturar bem. Mas se os ingredientes são todos bons, o resultado deve ser bom também, não é? Falando sério agora, eu fiz várias piadas sobre o jogo se parecer com Pokémon, mas a verdade é que Dragon Quest Monsters oferece uma experiência bem diferente (e muito divertida) e quem já jogou algum dos jogos da série sabe disso. DQM: Joker 2 já foi lançado no Japão e fez um sucesso considerável. No lado das Américas, o jogo está previsto para se lançado no dia 19 de setembro e promete ser mais um digno integrante na vasta biblioteca de bons RPGs para o DS; entretanto, se você já jogou o primeiro DQM: Joker, o principal atrativo serão os recursos de jogabilidade online, já que o restante não será muito diferente do que já se conhecia.
Dragon Quest Monsters: Joker 2 (Nintendo DS)
Nintendo / Square-Enix
Gênero: RPG
Lançamento: 19 de Setembro de 2011Expectativa: 3/5