Carros em altíssima velocidade, curvas fechadas e muitas derrapagens. Junte tudo isso ao efeito 3D do Nintendo 3DS e à bela Reiko Nagase, musa dos corredores de Ridge City e, voilà, temos um dos títulos mais empolgantes da primeira safra de jogos do novo portátil de duas telas da Nintendo. Isso mesmo, minha gente, “It’s Riiiiiiiidge Raaaceeer”!!
Antes de mais nada, convém dizer aqui que Ridge Racer 3D não é um jogo inovador; na verdade, o título de corrida da Namco funciona como uma grande homenagem à franquia, muito famosa na década de 1990. Muitas pistas presentes em edições anteriores dão as caras em RR3D ao lado, é claro, de outras debutantes, além da jogabilidade tradicional e dos personagens tagarelas. Sem falar na jogabilidade similar à de Ridge Racer 7, para PS3, que funcionou muito bem no 3DS e seu Circle Pad. O lado bom é que o jogo agrada tanto aos fãs de longa data quanto aos recém-iniciados na franquia.
Cuidado: Pista Escorregadia
Se você não conhece Ridge Racer, saiba que uma das marcas registradas da série são suas derrapagens em curvas bem fechadas. Não importa o quão rápido você está correndo e nem quão fechada é a curva; seu carro vai derrapar e, se você for bom, seguirá pista adiante ganhando posições e mal perdendo velocidade. Aliás, e que velocidade! O jogo começa bem tranquilo na Categoria 4, com carros não muito rápidos, mas a coisa muda a partir da início da Categoria 3. A partir dalí os carros são mais velozes, e a brusca mudança na velocidade entre uma categoria e outra pode trazer alguma dificuldade durante as primeiras voltas.
Como já foi dito, a derrapagem é uma boa ferramenta para se ganhar tempo e até mesmo algumas posições. Mas ela não está sozinha. Um outro elemento capaz de fazer seu carro se aproximar rapidamente dos adversários é o Slipstreaming, que nada mais é do que a ação de se aproveitar do cone de ar deixado pelo carro à sua frente, diminuindo assim a resistência do ar em seu veículo e permitindo que ele corra ainda mais rápido. O problema é que os outros corredores também podem se aproveitar do seu Slipstreaming, então é sempre bom ficar ligado nos carros atrás de você.
Ok, racers, are you ready?
Bem, mas vamos ao que interessa: o efeito 3D funciona bem em RR3D? Sim, funciona! Quando o efeito está ligado, se você olha pra pista o seu carro fica meio desfocado e vice-versa, exatamente como na vida real. Você consegue distinguir o que está na frente do que, o que ajuda muito na hora de fazer aquela curva mais fechada. Em algumas pistas há certos trechos onde a platéia joga confetes que voam em direção à tela e, nesses momentos, o efeito 3D fica bem evidente. O mesmo acontece nas áreas onde há grande concentração de árvores soltando folhas. O único problema do 3D no máximo é que algumas vezes você acaba vendo “fantasmas” na tela, como se a imagem ficasse duplicada. Mas aí basta diminuir um pouco a intensidade do efeito e fica tudo resolvido.
Em uma comparação rápida, os gráficos de RR3D são ligeiramente melhores que os de Ridge Racer PSP. Há menos serrilhados e as cores são mais vivas, além de as curvas serem menos poligonais.
A tela de toque do 3DS mostra o tempo todo o mapa da pista, onde é possível ver a distância seu carro e o primeiro colocado (ou, caso você esteja em primeiro, entre você e o segundo colocado). É possível aproximar o mapa para ter uma visão um pouco mais detalhada, mas isso acaba não ajudando tanto assim. Na touchscreen também fica disponível um botão para mudar a câmera entre primeira pessoa, que exibe um espelho retrovisor no topo da tela de cima, e terceira pessoa, que mostra todo o carro visto (na maior parte do tempo) por trás.
Two laps to go!
No modo para um jogador, RR3D oferece algumas opções tradicionais em jogos de corrida. A principal delas é o Grand Prix, que é a campanha principal do jogo e que ofecere horas e horas de jogatina. Aqui, o objetivo é vencer os eventos de corrida, que nada mais são do que um grupo de disputas de três voltas, em diferentes pistas, contra sete corredores e valendo pontos (quanto mais alta a sua colocação, maior o número de pontos recebidos). A cada evento concluído novos eventos são liberados, além de carros (tanto grátis quanto alguns para troca por pontos) e novos tipos de nitro. O chato aqui é que o jogo pode ficar um tanto quanto repetitivo, visto que as pistas muitas vezes se repetem e o único objetivo é chegar sempre em uma boa colocação.
O modo Quick Tour permite que o jogador escolha uma determinada quantidade de tempo que pretende jogar e, a partir disso, o jogo monta uma sequência de pistas a serem disputadas. Já o Standard Race traz a velha disputa individual, onde se compete em uma única pista de três voltas contra os habituais sete corredores.
Em One-Make Race, o jogador escolhe um modelo de carro, que será usado por ele por todos os demais corredores. O Time Attack Mode disponibiliza uma pista livre de corredores (exceto por um Ghost, um carro “fantasma” que segue um trajeto específico pré-programado) para que o jogador busque terminar a corrida no menor tempo possível. O melhor tempo conseguido se torna um novo Ghost, incentivando o jogador a buscar ser cada vez mais rápido.
Por último, mas não menos importante, vem o StreetPass Mode que funciona quase que da mesma forma que o Time Attack. A diferença aqui é que além dos Ghosts padrão há a possibilidade de se receber novos Ghosts de outros jogadores. Seu melhor tempo é enviado como Ghost para o 3DS de outra pessoa, e o dela vem pra você da mesma forma. Assim você precisa buscar ser não apenas melhor que si mesmo, mas também do que aquele cara que fez 3 segundos a menos que você em Misty Falls.
Ok, that’s the final lap!
Ridge Racer 3D traz também um modo multiplayer, mas infelizmente não há a opção de se jogar online. Somente é possível jogar partidas para mais de um jogador localmente, mas pelo menos o jogo permite a distribuição por Download Play, então basta que apenas um dos jogadores tenha um cartucho e compartilhe com os amigos.
O jogo guarda todas as informações do jogador no SD Card. Os melhores tempos conseguidos em cada pista, o nome e o ícone usados pelo jogador, o modelo de carro escolhido. Tudo é gravado e, inclusive, um Ranking é montado. É possível ver seus recordes de tempo, total e por volta, para cada categoria de jogo e separados por pistas. Há também uma lista de recordes do Time Attack Mode e o My Ranking, que nada mais é do que uma relação com seus 40 melhores rankings nos modos Time Attack e StreetPass.
Existe a opção de assistir a replays das corridas, tanto das disputadas pelo jogador quanto de algumas disponibilizadas pelo jogo. Essa opção, chamada AV Player, permite que o jogador assista às corridas ao som de qualquer música da trilha sonora do jogo, que pode ser mudada a qualquer momento.
Para facilitar a identificação dos jogadores durante as partidas, RR3D permite que o jogador utilize alguns ícones que funcionam como seu avatar. É possível usar ícones com imagens de personagens e logotipos de séries da Namco, como os fantasminhas de Pac-Man, por exemplo. Há também a opção de se usar seu Mii principal e até mesmo uma foto sua como avatar.
Finish
A line-up inicial de jogos do 3DS pode não ser a melhor da história dos vídeo-games, com poucos jogos de peso. Porém, alguns deles acabam supreendendo, conseguindo trazer um bom conteúdo e muitas horas de diversão, tudo isso com bastante simplicidade. E é esse o caso de Ridge Racer 3D, que mesmo com um esquema simples (nada no jogo é elaborado demais, vide o pobre modo Grand Prix) acabou se revelando um jogo divertido e competente. Ele pode não inovar, mas por carregar o legado dos Ridge Racers anteriores a versão para 3DS não faz nada feio.
Os bons gráficos contribuem bastante, tornando o jogo atraente à primeira vista. A única coisa que realmente pode incomodar um pouco (tirando a repetitividade da campanha principal) é o excesso de vozes vindas de lugar algum durante as corridas. Uma voz feminina, que muito provavelmente pertence à musa Reiko, “conversa” com o jogador o tempo todo, mas o “papo” é repetitivo demais, chegando a ser cansativo. Isso sem falar que a entonação de voz não consegue passar as emoções de forma crível, dificilmente você vai acreditar que aquela mulher tagarela está realmente impressionada com a sua habilidade por trás do volante. As falas do narrador também não são lá muito originais e muito menos diversificadas.
No geral, Ridge Racer 3D é um bom jogo. O game, apesar de se repetir bastante, rende muitas horas de jogatina e oferece um visual muito bonito, além do efeito 3D competente. As opções de personalização dos veículos também não é das melhores, tendo somente três modelos de decalques para cada carro e cerca de 32 cores diferentes. Não chega a ser pouco, está abaixo do ideal. De qualquer forma, poder escolher um carro azul metálico para competir em corridas a mais de 300 Km/h e poder derrapar em curvas de menos de 90° não pode não ser divertido.
Prós
- Bom uso do efeito 3D
- Muitas horas de diversão na campanha principal
- Jogabilidade simples
Contras
- Repetitivo
- Personagens tagarelas
- Não tem modo multiplayer online
Ridge Racer 3D – Nintendo 3DS – Nota Final: 7.0
Diversão: 7.5 | Gráficos: 7.5 | Som: 6.0 | Jogabilidade: 8.0
Ridge Racer 3D nos foi gentilmente cedido para análise pela Iguana Mall. www.iguanamall.com.br |