Pensei em começar essa matéria de um jeito bem original dizendo que “Há muito tempo atrás, em uma galáxia muito, muito distante...” aconteceria alguma coisa (e aí entra aquela trilha sonora clássica), mas achei melhor não. Tudo isso para apresentar mais um game da franquia Star Wars e mais do que isso, um game LEGO Star Wars. LEGO Star Wars III: The Clone Wars, porém, ao invés de remeter a algum filme (ou à saga completa, como o game de 2009) é baseado nas duas primeiras temporadas da série animada homônima. Mas a premissa ainda é a mesma dos outros games do estilo: o mundo de Star Wars, com seus personagens, cenários, veículos e o que mais você imaginar recriado com pecinhas de LEGO.
Mais do mesmo, agora com novos personagens
Repetindo o que foi visto em Lego Star Wars: The Complete Saga, aqui você também não precisa seguir uma ordem específica de fases, embora algumas só sejam liberadas depois de cumprir um ou outro objetivo. Você escolhe um determinado inimigo e segue pelos estágios até encontrá-lo. Mas é possível fazer mudanças nessas escolhas entre uma fase e outra. É só acessar o “computador de bordo” e escolher o próximo destino. Ao terminar algum estágio, você sempre volta para aquela paradinha esperta na nave. O legal é que conforme você vai avançando e juntando “Gold Bricks” (peças douradas de LEGO que você recebe ao concluir cada um dos estágios), novas partes da nave podem ser abertas para exploração.
A interação com o cenário também é um ponto marcante do game. Você pode vasculhar praticamente tudo, seja destruindo ou construindo algo com a “força” dos Jedis. (afinal, estamos falando de LEGO, não é mesmo?)
Como já é de praxe, o número de personagens jogáveis é imenso. São mais de 120 no total. Você irá encontrar pelo caminho praticamente todos os indivíduos famosos e queridos dos fãs de Star Wars. Jedis como Obi-Wan, Luke e Anakin Skywalker, Droids como C3PO,e R2-D2, Darth Vader, Chewbacca, Sith Lords e, obviamente Clones. Alguns personagens secundários e menos conhecidos do grande público também serão liberados conforme você avança na aventura. Interessante é que a maioria destas personagens tem habilidades características que devem ser utilizadas em determinadas partes do game, para abrir uma porta ou encontrar uma passagem. Se você é daqueles que gosta de encontrar cada item e desbravar cada canto das fases, prepare-se, pois a trabalheira vai ser imensa. São muitas coisas escondidas pela fase e algumas delas só podem ser acessadas com personagens que você libera muito depois, ou seja, deverá voltar na fase para cumprir o resto das missões.
Que a chatice esteja com você!
O grande problema deste jogo é que a grande maioria dos puzzles espalhados pelos estágios é estranhamente mal desenvolvida, o que compromete a curva de aprendizado do game e também a vontade de continuar jogando, pois não são apresentados de uma forma lógica e não tem uma ligação específica com o próximo desafio ou o anterior, o que acaba deixando muito pouco claro o objetivo do que está sendo feito nem o motivo de se estar tomando esta ou aquela decisão. Notamos isso já nas fases iniciais e, infelizmente, ao resolvermos determinados puzzles, não fica aquela sensação de “missão cumprida”, mas sim a decepção pela boba e desinteressante forma de se resolver o enigma. É complicado, por exemplo, chegar em uma arena onde os inimigos aparecem às centenas e de forma contínua sem ter nenhuma noção do que deve ser feito. Como nos games anteriores, frases como “não esqueça que você deve usar explosivos para destruir peças de LEGO prateadas” ou então “somente determinados tipos de personagens podem ser utilizados em tal ação” ficam aparecendo constantemente, mas isso além de não ajudar em nada, polui bastante a tela, que na maioria das vezes (devido à grande quantidade de inimigos e ao cenário altamente interativo) já é bem carregada de informações.
Nem tudo está perdido…
Esse problema, por um lado, é compensado nos combates, que são tão simples quanto divertidos. Prepare-se para enfrentar hordas imensas de inimigos e escolha o personagem que mais se adequa ao seu estado de espírito para lutar. Serrar pecinhas de LEGO ao meio com o sabre de luz de algum Jedi é o meu preferido. Mas existem também armas laser e uma infinidade de “veículos” que você pode se apoderar para combater as forças inimigas.
Graficamente o jogo permanece na mesma linha dos outros LEGO games. Para a proposta adotada, isso é uma ótima notícia, visto que os personagens são muito carismáticos e os cenários são vastos e coloridos. As cutscenes também podem ser consideradas um show à parte, contando com muito bom humor a história das guerras clonicas. Em alguns momentos, porém, o game apresentou alguns bugs gráficos completamente inaceitáveis. Não foram poucas às vezes em que fiquei parado no ar, sem que não existisse nenhuma plataforma no local, ou então parte da cabeça dos bonecos sumia para dentro de uma parede. Mais de uma vez também tive que reiniciar uma fase por ficar trancado em algum canto, graças a estes mesmos bugs. Pisaram feio na bola com essas falhas.
LEGO Star Wars III: The Clone Wars é um jogo que, no geral, deve agradar apenas os fãs mais “hardcore” dos jogos LEGO e do mundo de Star Wars. As idéias ruins para puzzles, a gigantesca e exagerada trabalheira para conseguir todos os itens e as fracas recompensas pelos desafios não devem agradar muita gente, pois tornam o jogo extremamente cansativo, em que você se pega por diversas vezes louco para que a fase termine logo. Por outro lado, os combates ficaram interessantes e a história é contada de uma maneira bem divertida e fiel. Mas quer saber? Pode passar longe deste game sem nenhum arrependimento...
Lego Star Wars III: The Clone Wars – Nintendo Wii – Nota Final: 6,0
Gráficos: 7,0 Som: 7,0 Jogabilidade: 6,0 Diversão:5,0