Sim, Jack Sparrow está de volta! Além de Navegando em Águas Misteriosas, o quarto filme da série Piratas do Caribe, o pirata favorito da atualidade está de volta também em novíssimos games para Wii e Nintendo DS. Só que dessa vez nada de visuais realistas: o que inspira essa nova aventura é o universo LEGO, que já deu as caras em várias outras franquias de sucesso.
E é lógico que a união dos elementos característicos de LEGO com as aventuras hilárias de Piratas do Caribe, sem dúvidas uma das franquias mais legais do cinema nos últimos tempos, ia render um bom resultado. O mais interessante disso tudo é perceber que o carisma da série cinematográfica permaneceu praticamente inalterado em LEGO Pirates of the Caribbean, que você confere em detalhes na nossa análise agora:
Um oceano de aventuras
Assim como os demais games da franquia LEGO, a versão para DS de LEGO Pirates of the Caribbean é desenvolvida pela TT Games, time britânico que tem feito um trabalho bem consistente no processo de adaptação de séries conhecidas para o universo das pecinhas de montar. Como não poderia deixar de ser, as mecânicas de jogabilidade, o visual estilizado e as possibilidades de interação são bem próximas do que já vimos nos games anteriores (LEGO Star Wars, LEGO Batman, LEGO Indiana Jones, LEGO Harry Potter…), só que dessa vez parecem ter atingido um degrau acima, graças a algumas decisões acertadas.
De forma resumida, o game é dividido em quatro histórias, cada uma baseada em um filme da franquia: A Maldição do Pérola Negra, O Baú da Morte, No Fim do Mundo e Navegando em Águas Misteriosas. As histórias são relativamente curtas e resumidas se comparadas com os originais, podendo ser completadas em pouco tempo e sem muito esforço. Pra quem assistiu aos filmes, perceber as várias referências e as reinterpretações feitas pela TT Games é, por si só, uma grande diversão.
Embora a aventura consiga manter um ritmo interessante, o destaque fica mesmo para as fases inspiradas em Navegando em Águas Misteriosas, que estreia nos cinemas brasileiros esse final de semana. Durante o processo de gravação do filme a TT pode circular pelos sets de filmagens e buscar inspirações para a aventura, incluindo cenas completas, personagens e formas de interação com os cenários, a base da franquia LEGO. O resultado final é bem competente, oferecendo aos jogadores várias novidades para quem é fã franquia assim como uma série de relações com a aventura que está no cinema (embora seja interessante que você veja o filme antes, pra não estragar a surpresa).
Mais um LEGO
Como já afirmamos, LEGO Pirates of the Caribbean não foge muito da fórmula introduzida por LEGO Star Wars, lá em 2006. A estrutura básica do game ainda mistura elementos de exploração com puzzles de fácil resolução – tudo isso entremeado a muitos itens pra coletar e surpresinhas para serem destravadas.
Visualmente, o trabalho da TT Games foi bem interessante. O visual dos personagens e dos cenários está em qualidade acima do que costumamos ver no Nintendo DS, com elementos bem animados, boa movimentação e boa construção dos personagens e das locações dos filmes. O que deixa a desejar são as animações em computação gráfica, todas numa resolução absurdamente baixa, comprometendo o entendimento e deixando aquele gostinho de frustração.
Os puzzles são sempre fáceis e intuitivos, evitando algumas imprecisões que povoavam os games LEGO mais recentes (como por exemplo, a dificuldade de encontrar elementos interativos, que pareciam escondidos demais dentro dos cenários). Essa fluência e a presença de uma certa simplicidade tornam o game bastante simples e veloz, evitando que o jogador fique perdido em meio à ação.
Um elemento interessante, já presentes em outros LEGO, é que o jogador vai destravando novos personagens conforme a ação vai se desenrolando. Assim como em LEGO Star Wars, alguns desses personagens possuem habilidades específicas e devem ser utilizados para completar puzzles específicos propostos pelo game. A utilização desse ou daquele personagem geralmente é indicada pelo próprio game – então nem se preocupe, tudo é bastante intuitivo.
Se essa progressão mais tranquila da história deixa o game menos frustrante, por outro lado ele deixa tudo menos desafiador. Pensando nisso, a TT inseriu alguns momentos diferentes dentro da estrutura principal, que funcionam basicamente como jogos separados dentro da aventura principal. Alguns desses momentos englobam a possibilidade de balançar dentro de uma espécie de gaiola de metal enquanto coleta itens ou então voar como um papagaio por aí.
Levantem suas espadas e ao combate!
LEGO Pirates of the Caribbean não tem grandes mecânicas de combate, talvez porque os produtores pensaram que seria interessante manter o foco da série LEGO na exploração (mesmo que combates emocionantes parecessem perfeitos para a história amarrada e com toques de ação de Piratas do Caribe).
Para não desapontar os mais exigentes, a TT Games investiu em um sistema de duelos bem simples e sem grandes desafios. Assim que você encontra um inimigo, o jogador precisa apertar os botões certos em dois momentos – quando disputa a força aplicada na espada e quando disfere o golpe contra o oponente. Apesar de ser interessante no início, o esquema se torna bem maçante com o tempo, já que apresenta dificuldade praticamente nula e quase nenhuma evolução ao longo da aventura.
Aliás, essa falta de dificuldade parece surgir como uma espécie de fantasma durante todo o game. Não há nenhum momento onde se exija do jogador que ele consiga enfrentar desafios maiores ou que ele realmente tenha suas habilidades de raciocínio e combate colocadas à prova. A jornada linear só contribui para deixar ainda mais essa sensação de que o game não exige quase nada de você.
No final, LEGO Pirates of the Caribbean é um daqueles games que vai te entreter por horas e te fazer relembrar bons momentos da série no cinema. Quando você menos esperar, vai ter completado um dos games mais legais que o Nintendo DS vai receber nesse ano. Ele pode ter lá seus problemas, eles incomodam, mas a sensação no final é de que o resultado é muito satisfatório, principalmente para quem já jogou outras adaptações de alguma série ao universo LEGO.
Prós
- A jornada é rápida e divertida, fazendo o jogador relembrar os melhores momentos da série Piratas do Caribe
- O visual é muito bem trabalhado, com cenários detalhados e personagens bem animados
- Grandes doses de humor durante toda a aventura
- Jogabilidade simples e bastante intuitiva
Contras
- O game é muito fácil, não exigindo muita coisa do jogador
- A simplicidade dos puzzles chega a decepcionar um pouco
- É a mesma fórmula da série LEGO de sempre
- A baixa resolução dos vídeos em CG
LEGO Pirates of the Caribbean – The Videogame – DS – Nota Final: 7.5
Gráficos: 8.0 Som: 8.0 Jogabilidade: 7.5 Diversão: 7.5
Vale lembrar que o Nintendo Blast está realizando um concurso cultural valendo um LEGO: Pirates of the Caribbean para o Wii. Quer participar? Acesse aqui.