“Alôôôôôôô galeeera do Nintendo Blaaaaaast! Vaaaaaaaaaaai!”. E nesse clima do típico samba-enredo carioca, começamos nossa análise de hoje que, como não poderia deixar de ser, será sobre o mais novo game baseado em uma animação do momento: Rio. Como todo bom amante de cinema, o lançamento de um novo filme de animação sempre me chamou muito a atenção. Ainda mais quando se trata de um filme tipicamente Hollywoodiano retratando uma cidade brazuca. Dessa vez, contudo, resolvi fazer um teste e inverter um pouco a ordem das coisas. Sabe quando você lê um livro, e um tempo depois sai o filme baseado no que você leu? Você corre pra assistir todo esperançoso e, no fim, sai do cinema xingando todo mundo e completamente decepcionado, pois uma coisa não tinha NADA a ver com a outra? Pois é! Vejamos o que aconteceu no caso de Rio;
Das últimas vezes em que joguei games baseados em animações, como “Shrek – Forever After”, “Toy Story 3” e “Rango”, por exemplo, sempre acabava vendo o filme antes de jogar o game. E os resultados, na grande maioria das vezes, foram desastrosos. Dessa vez fiz o contrário. Ainda não vi o filme, mas já tenho o game e cá estou, escrevendo a análise. E quer saber? Não adiantou nada. O jogo realmente não se sustenta.
Seguindo a história do filme, Blu é uma arara azul rara que pensa que é a última de sua espécie. Porém, acaba descobrindo que existe uma outra como ele, que vive na longínqua cidade do Rio de Janeiro. E, no game, é para lá que Blu deve ser conduzido. A história acaba ficando um pouco estranha, visto que você pode escolher qualquer um dos pássaros para seguir a jornada até o Rio, fazendo com que as cutscenes (que sempre mostram a arara azul) fiquem meio sem sentido. Tudo começa em Vancouver, no Canadá (terra de origem do pássaro Blu) e vai passando por vários cenários do Rio de Janeiro, como um parque de reserva florestal, o corcovado e a praia de Copacabana, por exemplo.
Como já diz na própria embalagem, o jogo é um “Multiplayer Party Game”, ou seja, pode esperar uma porrada de mini games que, para que possam ficar um pouquinho mais divertidos, devem realmente ser jogados com várias pessoas. O esquema para um jogador é extremamente simples: cada fase do game possui três ou quatro mini games que devem ser jogados em sequência. Se ao final da rodada você estiver liderando na tabela de pontuação, pode seguir em frente para o próximo estágio. Se não, deverá repetir até que consiga se sair melhor que os adversários. Os pontos são cumulativos de uma fase para a outra, então tente aumentar bastante a diferença de pontos entre você e o segundo colocado já no início, onde os mini games são mais fáceis. Só que é aí que já começam os problemas: em pouco mais de uma hora você consegue completar o jogo inteiro. É tudo muito fácil, mesmo com os adversários no nível “difícil”, o que acaba comprometendo a diversão e a vida útil do game. E a recompensa ao se terminar o game simplesmente não existe. Nenhum novo modo de jogo é liberado, nem novos mini games ou personagens.
Os mini games na verdade, acabam se tornando repetitivos em muito pouco tempo. Apesar de o cenário sempre mudar e, teoricamente, a ideia do jogo também, você passa a maior parte do tempo coletando frutas, ora tendo que juntar mais delas que seus oponentes, ora tendo que guarda-las em algum local específico, ou então joga-lãs na cabeça das “marmosets” (seus inimigos). Em alguns games a coisa muda, e você se torna o alvo. E adivinha o que atiram em você? FRUTAS!
A jogabilidade também não é lá grande coisa. Os comandos às vezes demoram a responder dando aquela sensação de que seu personagem é “pesado”. Quando o mini game exige que você aponte o Wii Remote para a tela e utilize-o para mirar os inimigos, a coisa fica ainda pior. O tempo de resposta é absurdamente alto e não dá tempo de mirar em praticamente nada, pois além de tudo, a ação resolve ficar altamente frenética, de uma hora para outra. Mas não se preocupe. Sabe aquele famoso “aperte o botão de tiro sem parar enquanto move o controle pra todos os lados”? Pois é. Em Rio é o suficiente para vencer o mini game.
O modo multiplayer é todo baseado nos mesmo mini games do modo estória, mas existem alguns modos de jogo diferentes. Selecionando “Garland Gala”, por exemplo, você deve vencer os desafios propostos por Luiz, Mauro e Nigel. Já no “Carnival Dance”, você deve ganhar os mini games para colocar cada vez mais “marmosets” para dançar atrás de você. Ao juntar 20 dançarinos, você é o vencedor. Ridículo? Eu também achei. Aí também não dá né? Mas, no modo “party”, que é bem descompromissado, somente com mini games, até que a coisa rende algumas horinhas mais de diversão.
Amiguinhos donos de Wii. Podem passar longe de Rio sem nenhum arrependimento. A ideia poderia ter sido melhor aproveitada. Nem mesmo os gráficos (que poderiam mostrar paisagens maravilhosas da cidade) ou o som (com toda a diversidade de ritmos do local) convencem. São dois pontos fraquíssimos, aliás. Pobres de detalhes e feios de se ver e ouvir. Com vinte minutos de jogo, você já ouviu todas as músicas e sons que o game tinha pra apresentar, só pra citar um exemplo. O clima de festa da cidade maravilhosa que o pessoal lá de fora sempre tentou incorporar, não deu muito certo com Rio (o jogo). Mario Party e até mesmo Wii Party ainda seguram as pontas como carros-chefe deste tipo de jogo.
Rio – Nintendo Wii – Nota final: 5.0
Gráficos: 5.0 | Som: 4.0 | Jogabilidade: 5.0 | Diversão: 5.0