Depois de ficar muito mal acostumado com a enxurrada de ótimos jogos que tivemos para Wii no final do ano passado, confesso que também ando meio reclamão com a falta de títulos de qualidade no primeiro semestre de 2011 (salvo algumas exceções, logicamente). Mas, qual não foi a minha surpresa ao descobrir o jogo da análise de hoje, enquanto fuçava em alguns fóruns sobre games por aí. Klonoa me pareceu extremamente interessante. E, apesar de ter sido lançado em 2008, eu ainda não conhecia. Consegui o jogo muito por acaso com um amigo e resolvi testar, pra ver se era bom mesmo, como todos falavam. E vejam só que agradável surpresa: Klonoa é um jogaço!
A blast from the past
Na apresentação, Klonoa começa a lembrar-se de um sonho: um dia enquanto passeava pela floresta, nosso amigo acha um anel enterrado. Curioso, ele arranca o anel do local e acaba liberando um espírito chamado Hewpoe, que se torna seu amigo inseparável, passando a acompanha-lo sempre por todos os lugares. Porém, instantes depois, a espaçonave do terrível Ghadius aterrissa em Wind Village (terra onde Klonoa viva) para tentar acabar com todos os sonhos, transformando-os em pesadelos. E é aí que a aventura começa. Achou essa história um tanto quanto familiar? Pois é! E é mesmo. O jogo é, na verdade, um remake de “Klonoa – Door to Phantomile” lançado em 1997 para Playstation. No Wii, o game perdeu o subtítulo, chamando-se somente “Klonoa” (que também é o nome do personagem principal). Aliás, alguém aí tem um palpite sobre o que realmente é o nosso amigo de boné? Gato, coelho, gato-coelho ou algo parecido?
Muitos pontos positivos!
O jogo funciona no esquema de plataforma conhecido como 2.5D, onde você só se movimenta para esquerda e direita (como em um jogo 2D), mas o cenário é todo construído em três dimensões, com profundidades diferentes entre os níveis. Em determinados momentos você poderá acessar algumas áreas mais ao fundo ou mais à frente da fase, além de poder arremessar inimigos de um plano ao outro para conseguir alcançar alguns itens, deixando tudo bem mais interessante. O modo como você derrota os inimigos, por sinal, me lembra muito aquele utilizado nos games da bolota rosa da Nintendo, Kirby. Obviamente Klonoa não engole ninguém, mas você deve capturar algum inimigo com uma espécie de… vejamos… “anel gigante estranho vinda do espaço” e arremessa-lo em algum outro monstrinho, para que ambos morram. Você também pode utilizar algum inimigo capturado para pular mais alto, atingindo itens até então inalcançáveis ou até mesmo para mover alavancas.
A jogabilidade é bem simples, mas funciona muito bem. Você utiliza dois botões apenas: um para pular e um para capturar/arremessar os inimigos. A resposta é ótima e não apresentou nenhum problema durante o jogo todo, bem como a câmera, que ao girar para passar de um plano ao outro se mostrou bem precisa e coerente com o que é necessário para uma boa visualização.
Uma grande variedade de cenários nos é apresentada em Klonoa. Você irá passar por castelos, florestas, cavernas, cachoeiras e vários outros lugares, todos muito bonitos graficamente. A parte visual é realmente muito bem feita, e sua diversidade de cores e paisagens faz com que você tenha cada vez mais vontade de jogar. Assim também é com o som, que com músicas altamente inspiradas e originais te colocam no espírito de cada uma das fase. Sem contar que todas as conversas entre os personagens são dubladas, dando aquele climão de desenho animado.
Ih… já acabou?
Talvez o único problema evidente do game seja o desafio. A dificuldade é muito baixa em praticamente todas as fases. Você consegue passar por quase todos os estágios sem morrer, pois, além de os inimigos não apresentam dificuldade muito grande, você conta com cinco corações de energia, sendo que cada um corresponde a duas “pancadas” que você pode levar. Além disso, existem vários corações que repõem sua energia ao longo das fases. O máximo que pode acontecer, é você perder uma vida ou outra por cair em algum buraco, o que também não é lá tão comum assim.
E isso vale pros chefes também. A cada duas fases, você deverá enfrentar um deles. E, como diria o mestre Silvio Santos, os grandalhões “são muito bem bolados”. Cada um deles exige um truque ou uma habilidade diferente para que possam ser atingidos. Mas, apesar de serem realmente grandes (alguns ocupando praticamente metade da tela) todos morrem com poucas pancadas. Isso sem mencionar que algumas vezes o monstrinho Joker (personagem importante da história), ao invocar o chefe da fase, já dá alguma dica de como derrota-lo, tornando tudo ainda mais fácil. Tudo isso reduz o tempo de sua diversão com Klonoa. Para completar o jogo, inclusive com todos os itens colecionáveis, que garantem uma surpresinha no final, dificilmente você levará mais do que 5 ou 6 horas.
Klonoa é altamente recomendado para todos aqueles que querem passar algumas (poucas) horas jogando despretensiosamente um belíssimo game de plataforma sem se preocupar com dificuldades extremas ou puzzles mirabolantes. Uma pena que não tenha aparecido nenhuma continuação para o Wii. Quando surgiu, o nome de Klonoa foi citado como um possível novo Mario ou Sonic. Acabou não acontecendo, mas muito pelo fato de que foi uma franquia muito pouco explorada. Quem sabe um dia? Nós fãs, iríamos adorar.
Klonoa – Nintendo Wii – Nota final: 8,5
Gráficos: 8,5 | Som: 8,5 | Jogabilidade: 9,0 | Diversão: 8,5