Pegando uma corzinha
A história é uma continuação da primeira: o malvadão Comrade Black, aparece disfarçado como o bonzinho Papa Blanc para concorrer às eleições de Prisma City (a cidade do primeiro game chamava-se Chroma City). Porém, juntamente com o Dr. Von Blot, da companhia I.N.K.T. (trocadilho com as palavras Ink e It), vence e mostra sua verdadeira face, drenando todas as cores da cidade e deixando tudo preto e branco. Black cria, então, um culto chamado “The Blanks”, que tem como objetivo fazer com que todos desistam das cores para encontrar o verdadeiro significado da vida. Blob, que não estava na cidade durante o ocorrido, pois vivia em uma floresta próxima, acabou ficando imune ao ataque.
E é aí que começa a aventura para colorir tudo de novo, pulando sobre prédios, ruas, plantas, outros Blobs, e qualquer outra coisa que você veja pela frente. Para isso, você poderá utilizar diversas cores, que são encontradas em cilindros espalhados pelas fases. Cores como vermelho e azul, por exemplo, são encontradas diretamente nos cilindros. Cores secundárias, porém, são obtidas somente com a mistura de duas ou três cores primárias. Quanto mais colorido ficar o que você estiver pintando, ou seja, quanto mais cores diferentes forem utilizadas, mais pontos você ganha. Basta encostar no objeto ou no prédio que você quiser pintar, para que ele (ou ao menos parte dele) fique da mesma cor que você estiver no momento. Quando quiser mudar de cor, basta encontrar um dos cilindros com a cor desejada que estiver andando pela fase e pular sobre ele. Só tome cuidado com as poças de nanquim: um pulinho ali dentro e você também ficará sem cor alguma, podendo morrer. Isso também acontece com as paredes que possuem o símbolo da seita dos “Blanks”: por essas você deve passar batido. Caso encoste em uma delas, corra para encontrar mais cilindros e garantir sua cor novamente.
A pontuação também é toda baseada no esquema de cores e suas misturas. Quanto mais pontos fizer e mais cores usar, mais recompensas poderá ganhar durante as fases. E isso será essencial para que seja possível completar os 100% do game, fazendo com que a vontade de explorar cada cantinho da fase, procurando novas coisas para pintar seja ainda maior. Só não se descuide do relógio: você tem tempo para concluir cada fase. No entanto, ao cumprir objetivos secundários e liberar novas áreas, você ganha tempo extra para explorar tudo tranquilamente (nem tanto).
Tinta pelo corpo e ideias na cabeça
Novos “power-ups” e a possibilidade de lançar “paintbots” nos inimigos também estão entre as inovações de De Blob 2, que promete uma mecânica de combate diferente e mais complexa do que no primeiro game. O problema maior do jogo original, que atrapalhava a todos e era o principal motivo de reclamação entre os jogadores, também já foi resolvido. Agora, para pular com Blob, não é mais necessária aquela chacoalhada no Wii Remote, que muitas vezes comprometia a precisão do salto. Ao invés disso, você agora deve apenas pressionar o botão “A”, o que dará muito mais segurança, principalmente em saltos longos, ou quando você precisar aterrissar sobre alguma plataforma muito pequena.
Outras novidades também foram implementadas: agora, além das gigantescas áreas 3D (sim, elas estão bem maiores) que você tem para explorar, ao entrar nas torres que produzem Soda (parte importante e muito engraçada da história, mas que vou deixar a descoberta por conta de vocês) o game muda sua interface e apresenta apenas duas dimensões, como os clássicos jogos de plataforma. Pelo jeito a mecânica ficou bem legal, pois são mais de 100 níveis somente neste estilo. Fora isso, a história poderá ser jogada por até dois jogadores simultaneamente, onde Blob conta com a ajuda de Pinky, um robô que será de grande ajuda para desarmar armadilhas e garantir algumas explosões durante o jogo, e existe também um modo cooperativo para até quatro jogadores.
Confesso que, por mais estranho que pareça, minha maior expectativa está na trilha sonora. O primeiro jogo apresenta músicas e efeitos inacreditáveis. É um dos pontos mais altos do jogo. Uma mistura de soul, jazz e porque não, bossa nova, que não poderia ter se encaixado melhor no jogo. A atmosfera proporcionada é fenomenal. Se o novo game da bolinha colorida mantiver este mesmo estilo, vale a pena prestar atenção e entrar no clima.
De Blob 2: The Underground tem tudo para repetir ou até mesmo aumentar o sucesso de seu antecessor. É um jogo que, se realmente atender a todas as nossas expectativas, será um novo clássico, garantindo horas e horas de diversão para jogadores de todas as idades. Pode largar os seus livrinhos de colorir e divirta-se com a bolinha pintora mais descolada do Wii.