O ano novo já chegou e com ele aquela ressaca que não vai embora. Principalmente a ressaca de grandes jogos que fizeram a cabeça de todo tipo de nintendista nos últimos meses. Mas se 2010 foi um ano bom para a Nintendo (bom, não ótimo ou excepcional devido o lucro da empresa ter diminuído – e também pudera, depois de lucrar barbaridades por mais de 4 anos consecutivos, um baixa era algo normal), 2011 tem de tudo para ser melhor, tanto na área de hardware quanto na de software. Há despedidas, novidades, dúvidas, certezas, especulações e tudo mais para você se informar. Tire essa ressaca, beba uma xícara de café e descubra se o ano novo vai ser bom para você.
E aí, Wii?
O console que ditou as regras da atual geração está enfrentando alguns problemas. Fãs “graficalistas” clamam para a Nintendo lançar uma versão HD do Wii, mas a empresa já afirmou que não pretende disponibilizar o console em alta definição. Reggie Fils-Aime, presidente da Nintendo of America, disse em entrevista à revista americana Forbes que a empresa não vê a tecnologia como um fim, mas como uma ponte para a criação de grandes experiências. Ainda segundo ele, “sob o ponto de vista de hardware, estamos sempre olhando para as novas tecnologias. Mas, no fim, temos que encontrar uma maneira de fazer com que esta tecnologia crie uma experiência nova e única. Assim, quando pessoas falam sobre alta definição no Wii, dizemos que isso por si só não criará uma experiência nova. Portanto, não estamos interessados. Temos é que mirar em experiências inéditas capazes de balançar a indústria. A tecnologia precisa possibilitar isso, e não apenas ser nosso objetivo.” E ele tem razão, pois quando foi lançado, a proposta do Wii era a interação na jogabilidade e não no visual. Era mais do que previsível que com o passar do tempo, os gráficos se tornariam “ultrapassados” e não é uma opção HD que vai mudar a situação.
Mas a Big N está sabendo enfrentar esse desafio no visual em seus jogos: Kirby’s Epic Yarn ditou uma nova moda para a bolota rosa, com detalhes de costuras esplêndidos; Donkey Kong Country Returns com seus cenários variados mostrou que a Retro Studios incorporou a alma 2D da Nintendo e o tão aguardado Zelda: Skyward Sword promete impressionar no visual inspirado em Cézanne. Até mesmo empresas terceirizadas capricharam, como por exemplo, a Sega, que fez brilhar o console branco e a estrela de Sonic em Colors.
Se o diferencial nos gráficos está sendo muito bem executado, o futuro é incerto no quesito que a própria Nintendo inovou no mercado de entretenimento digital: movimentação. O avanço da concorrência com o Move, da Sony, e especialmente com o Kinect, da Microsoft, deixaram a tecnologia do Wii para trás e já iniciaram as especulações sobre o Wii 2. Satoru Iwata, o chefão da Big N, afirmou que “sempre que lançam um hardware, já estão pensando no sucessor. Porém, há uma grande diferença entre estudar o produto e anunciar o que é e quando será lançado. Ao mesmo tempo, é de grande importância para nossos negócios surpreender positivamente as pessoas. Você ficará surpreso com o nosso produto final se nós dissermos que ele está 3 anos adiantado?” Ele ainda disse que “infelizmente, a história do entretenimento também é a história de imitação. Uma grande ideia será copiada a menos que esteja protegida por patentes.” Se depender da regra de mercado de que um console dura 5 anos, ainda teremos que esperar até 2012 pelo próximo console. Provavelmente você se esqueceu de parabenizar seu console no mês passado pelos 4 anos de vida, mas como apagar velinhas para um eletrônico é coisa de doido, vamos deixar passar essa.
Enquanto o Wii é a realidade no mundo da Nintendo, espera-se uma maior utilização dos acessórios para, ao menos, competir com os concorrentes. Se pararmos para analisar, a Balance Board e até mesmo o MotionPlus não estão sendo muito utilizados e com o lançamento do Wii Remote Plus – o controle com a tecnologia do MotionPlus inclusa –, a Big N poderia incentivar outras empresas a usarem o controle para não ficarmos apenas com chacoalhões e inclinações. O recente acessório uDraw Tablet, desenvolvido pela THQ, trouxe uma ar de inovação para a caixa branca nintendista, mas tomara que a desenvolvedora seja amigável e permita que outras produtoras desfrutem do acessório.
Em relação aos games, há uma incerteza no ar. Note que a Nintendo já explorou suas principais franquias (Samus já metralhou inimigos em Metroid Prime 3 e em Other M; e Mario viajou duas vezes para o espaço) e em 2011, Skyward Sword encerrará a era Zelda no Wii. Possivelmente, Pikmin 3 apareça na Tokio Game Show, mas por enquanto, por parte da gigante japonesa não há mais promessas para o ano novo e então, o destaque fica para as desenvolvedoras terceirizadas. The Last Story, Lost in Shadow, The Conduit 2, Fatal Frame 2, The Blob 2 e Inazuma Eleven Strikes são alguns bons exemplos, mas ainda é muito pouco para o console de mesa líder de mercado. Vale ressaltar que todos foram anunciados para, no máximo, o primeiro trimestre do ano e você pode ver os principais detalhes desses games logo abaixo.
O serviço online do Wii também não anda bem. O Virtual Console não teve muitas novidades nos últimos meses e o WiiWare, apesar de não haver um grande apoio e divulgação da Nintendo, trouxe ótimos jogos, como Sonic The Hedgehog 4, And Yet It Moves, Fluidity, Cave Story, Gods vs Humans e Nelson Tethers: Puzzle Agent. Apesar de ter se esforçado em games com excelentes modos online, a exemplo de Monster Hunter Tri, GoldenEye 007 e Call of Duty: Black Ops, há muitas críticas quanto ao serviço virtual da Big N. Shigeru Miyamoto, o gênio por trás das franquias Mario e Zelda, comentou sobre isso recentemente e acha injusto o modo como tratam o serviço online da Nintendo. Segundo ele, a Big N está “oferecendo experiências usando a internet, mas o foco é tentar distrair as pessoas, mesmo elas não estando conectadas”. Miyamoto ainda disse que a empresa japonesa está buscando formas de melhorar e serviço e deixou uma dúvida no ar, quando ponderou: “Precisamos exigir que jogadores paguem taxa mensais para aproveitar atividades online? Ou dá-los uma conta gratuita, mas oferecendo conteúdo exclusivo para aqueles que pagarem? Com esses modelos de negócios estamos sendo menos ativos do que deveríamos”.
Alguns analistas do entretenimento digital já afirmaram que o PlayStation 3 e o Xbox 360, aumentaram suas vidas úteis graças à tecnologia de movimentos e temem que, com o lançamento do 3DS, a Nintendo abandone o Wii da mesma maneira que deixou de lado o GameCube quando o DS foi disponibilizado no mercado. Porém, a Big N sabe que a situação de 5 anos atrás é diferente da atual, e não se esquecerá do Wii e suas mais de 80 milhões de unidades vendidas.
DS (de Deixará Saudades)
O fim do portátil de duas telas está próximo. Mais precisamente no final de fevereiro, no qual os sortudos japoneses estarão curtindo o sucessor do DS. Mesmo assim, boas lembranças ficarão do videogame mais vendido da atual geração: foi o lar dos RPG’s e a Square Enix não podia deixar por menos. Inúmeros Final Fantasy e os excelentes Dragon Quest, fizeram sucesso no portátil; outros ressurgiram, como Chrono Trigger e Golden Sun. Também marcaram presença: os games rítmicos, como Rhythm Heaven, Beat City e Guitar Hero; jogos de puzzles como a trilogia Professor Layton, Picross e Brain Age; a facilidade da tela sensível ao toque trouxe games do PC para o portátil e os principais foram Trackmania, Sim City e Ragnarök. As grandes surpresas ficaram por conta da série de investigação Ace Attorney, dos adventures da desenvolvedora Cing, como Hotel Dusk e Last Window, e o incrível GTA: Chinatown Wars. Porém, é triste que o DS tenha recebido uma gama de jogos horrendos. Mau uso da tela sensível, visual feio e “estourado”, e jogos feitos às pressas infestaram o portátil e, esperamos que com o 3DS não ocorra a mesma coisa e que não usem o efeito tridimensional de qualquer jeito.
A Nintendo lançou variadas versões (DS Lite, DSi e DSi XL) e de diversas cores para todos os gostos, alcançando vendas de mais de 145 milhões de unidades. As grandes franquias mantiveram o padrão e se destacaram: Mario Kart DS, New Super Mario Bros., Super Mario 64 DS, Mario & Luigi 3, WarioWare: Do It Yourself e Zelda com Phantom Hourglass e Spirit Tracks. E mesmo que o DSiWare não tenha conseguido se firmar, assim como o WiiWare, haviam games interessantes como: Mario vs Donkey Kong: Minis March Again!, Mighty Flip Champs, WarioWare: Snapped e Photodojo.
Mas para quem acha que a Nintendo vai abandonar o DS, está enganado. A empresa prometeu continuar dando suporte para o velho portátil e até estão previstos ótimos lançamentos para o início desse ano: a Square Enix e seu Kingdom Hearts Re: Coded; a Capcom com o aguardado Ghost Trick, Okamiden (a sequência do belo Okami) e Gyakuten Kenji 2 (traduzindo: a sequência de Miles Edgeworth) e a Level-5 com The Another World e seu cartucho de 4GB prometem honrar os últimos meses de vida do DS.
3DS – Você olhando os games por outra perspectiva
O portátil mais almejado desde a E3 2010 está chegando. Para você que está sofrendo de insônia ou indo ao cinema e falando que ver filmes 3D com óculos é coisa do passado, pode continuar assim, pois para nós do ocidente, o 3DS só chega em março. Mas o novo console chega com a promessa de mudar a forma de ver os games e, também da nova postura da Nintendo. A primeira mudança está no visual. Se o DS sofria para rodar games tridimensionais, o 3DS é a resposta. O processador gráfico PICA 200, da DMP, promete concorrer com os gráficos do Wii, tanto que na última E3, o portátil demonstrou um pouco de seu poder com Metal Gear Solid: Snake Eater 3D, aquele que foi lançado para o PlayStation 2, e com Pilotwings Resort, onde a Wuhu Island estava reproduzida como em Wii Sports Resort. Além disso, a tela superior é maior do que a inferior, podendo afirmar que é onde tudo acontece e tem a capacidade de reproduzir imagens tridimensionais. Com 9 cm, possui resolução de 800x240 com o 3D desligado e 400x240 por olho, com o efeito ativado. A inferior de 7,7 cm, possui resolução de 320x240 e é sensível ao toque.
Notou as palavras “3D desligado”? Pois é, o 3Ds possui um slider na lateral direita da tela superior para ajustar o efeito ao gosto próprio e até desativar o mesmo. O interessante é que, no evento em Los Angeles, a Nintendo disponibilizou títulos 2D do NES, como Super Mario Bros. com o 3D aplicado, e era possível visualizar perfeitamente a profundidade. Ainda não sabemos se a Big N irá permitir que compremos games de consoles de mesa antigos, mas já está confirmado que poderemos comprar, pelo menos por enquanto, jogos de Game Boy e Game Boy Color pelo serviço do Virtual Console do 3DS.
Outras mudanças físicas são visíveis: pesa aproximadamente 230 gramas; possui dimensões de 130x74x20 mm; uma câmera interna e duas externas, na resolução de 640x480 cada; há um analógico semelhante ao do PSP acima do direcional digital; o botão Power foi deslocado para a direita da tela inferior, de modo a impedir o pressionamento acidental; botões Select, Start e Home que são ativados por pressão; controlador de volume de áudio; microfone na parte de baixo do aparelho e um slider para ativar funções Wireless. Com uma nova proposta online, a Nintendo promete corrigir os erros cometidos com o Wii e o DS. O serviço online será colorido e com imagens (nada como o branco quase cegante do Wii), fará todos nós ficarmos horas e horas explorando todas as funcionalidades. O 3DS estará sempre procurando por redes Wi-fi para baixar atualizações automaticamente, principalmente de firmware para impedir softwares piratas e, para quem não tem conexão, alguns cartuchos – que podem chegar a até incríveis 8GB – virão com as devidas atualizações.
Também há dois modos que funcionam com o wireless: o StreetPass e o SpotPass. O StreetPass é um modo que, enquanto o seu 3DS estiver fechado (no modo Sleep), se comunica com outros quando você sair de casa e levá-lo. Os aparelhos trocam Miis, criações de usuários e customizações, causando o elemento surpresa a cada vez que você ligar o seu portátil. Já o SpotPass, o console procurará pontos Wi-fi para acessar vídeos, demos entre outras coisas para você. Na realidade, esses modos serão extremamente funcionais apenas no Japão, pois lá cada morador tem um DS para cada dia da semana (ok, é exagero), mas aqui no ocidente, ainda é uma incógnita.
E não pára por aí. O 3DS possuirá uma opção para assistir trailers de filmes e propagandas em 3D, um giroscópio e acelerômetros para captar movimentos realizados com o aparelho, idêntico ao Wii Remote. Porém, há duvidas quanto a isso, pois mover o portátil poderá prejudicar a visualização tridimensional e teremos de esperar para ver. O incrível fica por conta da câmera. O novo console virá com 6 cartões AR, que ao filmar objetos, iniciarão mini-games de realidade aumentada como, por exemplo, tiro ao alvo. A criação automática de Miis, ao tirar uma fotografia de alguém, é interessante e a “fusão de faces”, que Iwata demonstrou em setembro passado, no qual mesclou uma imagem dele com Miyamoto utilizando a câmera interna e externa, é divertidíssima. Já pensou na fusão de Ronaldo Fenômeno e Lady Gaga? Visão do inferno que só o 3DS irá proporcionar.
Depois de tantas novidades e funcionalidades, Iwata avisou que o 3DS precisará ser recarregado mais vezes que o DS. Ele virá com diversos softwares, como editor de Miis, editor de fotos, canal de Internet, um cartão SD de 2GB e possuirá memória interna. No lançamento, estarão duas cores disponíveis: Aqua Blue e Cosmo Black, e será vendido por 25.000 yens (aproximadamente 300 dólares), o mesmo preço do Wii quando o mesmo chegou às prateleiras. E, para nós brasileiros, infelizmente irá custar um olho da cara devido aos impostos cobrados de produtos importados, mas, obviamente, valerá cada centavo.
A mágica do 3DS
Depois de falarmos de praticamente tudo, você deve estar se perguntando “como funciona o 3D sem óculos?” Na realidade, há um display no 3DS que possibilita o 3D. Duas imagens são enviadas de ângulos diferentes, uma para cada olho, que causa um efeito chamado estereoscopia. A estereoscopia – repete esse palavrão rapidamente três vezes seguidas – acontece quando observamos duas imagens semelhantes levemente deslocadas e nosso olho procura por um ponto de referência para encontrar o foco correto do efeito. Unindo as duas imagens, o cérebro forma uma terceira, passando a sensação de tridimensionalidade. Quando são utilizados objetos de dimensões variadas e velocidades diferentes, cria-se uma profundidade e esse efeito é denominado paralaxe.
Um dos desafios é o ponto de vista. Mesmo que você ajuste o 3D à sua preferência, se afastar ou se aproximar demais da tela, a imagem irá embaralhar. Você deverá estar à frente do portátil e dificilmente uma segunda pessoa conseguirá ver o que está acontecendo. Tomara que até o lançamento, haja uma melhoria nesse quesito. Vale lembrar que o 3DS é indicado para pessoas maiores de 6 anos e que ficar visualizando o 3D por longos períodos sem intervalos, prejudica a visão. Portanto, jogue com moderação.
Tudo o que você quer e vai jogar em 2011
- Wii: Apesar de poucos títulos, a qualidade dos mesmos está alta. Curta os principais lançamentos da caixa branca mais querida e… e… mais branca do universo.
- The Legend of Zelda: Skyward Sword
- Pikmin 3
- The Last Story
- The Conduit 2
- The Blob 2
- Fatal Frame 2
- Lost in Shadow
- Inazuma Eleven Strikes
- F-Zero Wii
- Vitality Sensor
- DS: mesmo com os dias contados, o portátil promete no final de sua vida com excelentes títulos. Veja alguns obrigatórios;
- Ghost Trick: Phantom Detective
- Okamiden
- Kingdom Hearts Re:coded
- Gyakuten Kenji 2
- The Another World
- Plants vs. Zombies
- 3DS: Respire fundo, pois as promessas são muitas e boas. Há tantos games previstos, que você nem terá tempo para suas necessidades vitais:
- Kid Icarus: Uprising
- Star Fox 64 3D
- Mario Kart 3DS
- The Legend of Zelda: Ocarina of Time 3D
- Metal Gear Solid: Snake Eater 3D
- Resident Evil: Revelations
- Professor Layton and The Mask of Miracle
- Super Street Fighter IV 3D Edition
- Layton vs. Ace Attorney
- Dj Hero 3D
- Atlus: Etrian Odyssey e Shin Megami Tensei;
- Capcom: Resident Evil: The Mercenaries 3D e Mega Man Legends 3;
- Electronic Arts: Fifa Soccer, The Sims 3 e Madden NFL;
- Gameloft: Asphalt GT;
- Konami: Contra, Frogger e PES;
- Namco Bandai: Dragon Ball, Pac-man & Galaga e Ridge Racer;
- Nintendo: Animal Crossing (já pensou aguentar Mr. Resetti martelando seu nariz em 3D? Nãããããooo!!), Nintendogs+cats, Paper Mario, Pilotwings Resort, Steel Diver e Super Smash Bros. 3D (ainda não anunciado, mas muito aguardado pelos fãs);
- Sega: Sonic e Super Monkey Ball;
- Square Enix: Chocobo Racing 3D, Dragon Quest e Final Fantasy (os dois últimos não foram anunciados, mas estão na lista dos mais aguardados);
- Tecmo Koei: Dead or Alive 3D, Dynasty Warriors, Ninja Gaiden, Samurai Warriors 3D;
- Ubisoft: Assassin’s Creed: Lost Legacy, Driver Renegade, Ghost Recon e Splinter Cell: Caos Theory.
Ufa! E você? O que acha da postura da Nintendo? Ansioso por algum game? Diga para nós o que pensa!