Em meio a dezenas de cosplayers, bandas tocando canções japonesas memoráveis e toda a maluquice de um evento de cultura pop japonesa, lá estava o grande flagelo do mundo dos games. Desde bonecos de pelúcia de Yoshi a bonés do Mario, estava claro que a Nintendo tinha papel de destaque no evento, e ninguém melhor do que a Nintendo Blast para narrar o que rolou lá!
No mundo da fantasias, pouco se viu do mundo games. De vez em quando passava a dupla Mario e Luigi (um dos cosplays mais fáceis de se fazer), mas alguns realmente surpreenderam, como a fantasia do Edgeworth. O promotor que vem de um série não tão famosa não chamou muita atenção, mas me surpreendeu ao vê-lo lá, com seu terno cor de vinho e uma plaquinha escrito o bordão “Objection!'”. Fora isso, excelentes fantasias do game para PC Ragnarok, que recebeu uma adaptação para o DS, e a dupla dinâmica da Nintendo: Ash e Pikachu. Quem não tinha tempo ou até mesmo coragem de se fantasiar como os personagens do mundo dos games se virava com toucas e acessórios memoráveis de personagens de video-games que vendiam nas barracas.
O papercraft também chamava a atenção do público pela impecabilidade das criações feitas completamente por papel e muita disposição. Os macacos de Donkey Kong, uma versão do Mario de Super Smash Bros. Brawl, a adorável Samus em sua lustrosa armadura, um Darknut de Zelda Twilight Princess muito bem feito e uma réplica bem grande do Captain Falcon fizeram os olhos dos gamers brilharem. Os preços, obviamente, eram exorbitantes, mas só de ver as relíquias de papel já era uma benção. Era engraçado ver como as pessoas olhavam, comentavam e tiravam foto das réplicas. A graça não era comprar, mas prestigiar o trabalho. Também estava claro que as figuras eram facilmente reconhecíveis, o que mostrava o quão impregnada está a cultura gamer em todos do evento.
Miniaturas de plástico também custaram a entrada no evento. Muitas mostravam o trabalho dos criadores nos mínimos detalhes dos personagens reproduzidos, e o melhor: era muito bem perceber cada um desses detalhes. Outra coisa interessante era que os vendedores não estavam lá simplesmente vendendo, eles conheciam o que estavam comercializando. Se perguntasse quem era o Mario, a Peach ou o Wario, eles sabiam identificar e dizer muito sobre cada um deles.
Além dos produtos, os gamers se organizavam para disputar e mostrar o resultado de repetitivas jogatinas nos campeonatos. Na sala de Pokémon, os jogadores estavam entretidos em competições de Pokémon Trading Card Game ou trocando as incontáveis cartas dos monstrinhos. E, quando não faziam isso, os games eletrônicos lhes tomavam a atenção. Duas televisões chefiavam a jogatina de Super Mario Bros. em um Nintendo Wii (através do Virtual Console, é claro) e os mini-games de Pokémon Stadium 2 em um empoeirado, mas vivo, Nintendo 64. Muito legal ver que jogos e consoles do passado quebravam a barreira do tempo para entreterem os gamers. Mesmo não estando a segurar joysticks de consoles domésticos, alguns jogadores se divertiam com seus Nintendo DS em campeonatos de Pokémon Pearl/Diamond/Platinum/HeartGold/SoulSilver (aja versão do jogo), com direito a participação da Liga Oficial Pokémon Brasileira (LOP-BR).
Em outra sala os jogadores disputava torneios dos principais jogos de luta. As ferozes lutas de Super Street Fighter IV e Naruto Shippuden: Narutimate Accel 2 não chegaram perto do torneio de Super Smash Bros. Brawl dos organizadores da Free4All e 1UpSmash. Vários lutadores se organizavam na sala, seja para disputar o campeonato ou simplesmente para travar batalhas “amigáveis”. Apesar de eu só ter vencido a primeira luta e perdido a segunda (tudo por culpa de uma Samus apelona), tive a chance de bater um papo com um dos organizadores, o André (Banzé). Confira aqui a entrevista!
Nintendo Blast: Como você conheceu Super Smash Bros. Brawl?
Banzé: Eu conheci o Smash em 1999 logo que lançou o Smash de N64, fui pesquisando na internet e descobrindo fóruns e comunidades.
NB: Como você começou a organizar campeonatos?
B: Eu entrei numa comunidade do orkut de Smash de N64 e resolvi organizar um campeonato em minha casa. O campeonato foi crescendo e fui conhecendo outros organizadores e ligas.
NB: Qual a sua relação com os organizadores de outras cidades e estados?
B: Por organizar muitos campeonatos, eu conheço muitos players que viajam para jogar em São Paulo e no Rio. Arranjei um trabalho e tive que mudar para Salvador, neste trabalho, nestre trabalho eu viajo muito, acabei conhecendo os jogadores de Salvador e muitas outras cidades. Já joguei com gente do Rio, São Paulo, Belém, Manaus, Curitiba, Belo Horizonte, Brasília e outros que não me recordo.
NB: Como você vê a conectividade online do Wii em torneios de Brawl?
B: Já participei de torneios online, mas, na minha opinião, a resposta do jogo ao seu controle chega um pouco atrasada por conta da conexão. Isso me desanima em participar e organizar esses campeonatos
E não podia faltar mais uma loucura gamer. Já no fim do evento, as canções de Donkey Kong Country 2 cativaram meus ouvidos. Lá estava um rapaz tocando as principais melodias do sucesso de SNES numa guitarra ligada a um amplificador de som guardado na mochila. Tudo bem que não é nada profissional, mas com certeza é muito interessante e bem feito, vale a pena ser ouvido!