Após a divulgação na E3 de um novo Kirby para o Nintendo Wii neste final de ano, nada melhor que relembrar um dos clássicos da série lançado para o console Nintendo 64. “Kirby 64 – The Crystal Shards” traz uma aventura em que Kirby e seus amigos ajudam uma fadinha em busca de fragmentos de cristal perdidos em diversas estrelas.
Em busca dos cristais
A aventura começa em Ripple Star, uma planeta em forma de coração habitado por fadas. Também é lar de um grande cristal, onde nele reside grande poder, além de ser um vigilante do planeta para manter a paz e ordem no mundo das fadas. Mas isto é abalado quando as Dark Matter – manchas negras com propósitos malignos - ficam interessadas pelo cristal e decidem roubá-lo, cujo comando é feito por Zero Two (0²). O país das fadas é invadidos por eles e nisto Ribbon, uma das fadinhas do mundo, é enviada pela rainha junto com o cristal para longe dali. Ela deveria protegê-lo do perigo das Dark Matter. Ribbon é perseguida e, em uma das investidas dos inimigos, o cristal se quebra em 72 pedaços, estes se espalhando pelas estrelas do sistema solar.
A fada acaba caindo no planeta Pop Star e encontra Kirby. Nosso herói conhece a história e decide ajudá-la a recolher estes cristais, dando início a aventura do jogo. Toda esta história é contada por cut-scenes sem fala alguma. Você a entende através dos gestos dos personagens e interações entre os mesmos. Acho um ponto muito positivo e deve ter dado bastante trabalho aos desenvolvedores. Também passam uma imagem “cute”, típica dos jogos Kirby.
Diversas estrelas e transformações de Kirby
Ao todo, são 6 mundos em que Kirby deve cumprir a sua missão: Pop Star, Rock Star, Aqua Star, Neo Star, Shiver Star e Ripple Star. Em cada um deles, deve-se cumprir uma meta de cristais a serem recolhidos: 3 em cada fase e 1 no nível do chefão. A Pop Star e Ripple Star tem 4 subníveis do mundo (contando fase de chefão) enquanto as outras tem 5. Ao final de cada nível, existe um bônus em um piquenique, onde você pode conseguir itens especiais como vidas, estrelas, cartas colecionáveis dentre outros.
Na primeira estrela, Kirby encontra seus amigos sendo dominados pelas Dark Matter. Ele os salva e tem a companhia deles ao logo do jogo. A equipe é formada por Kirby, Ribbon, Adeleine, Waddle Dee e Rei Dedede. Estes personagens são importantes para situações onde se precisa quebrar coisas, ganhar itens, etc. Eles aparecem quando necessário e trazem um gameplay diferente como, por exemplo, ao jogar com Kirby nas costas do Rei Dedede onde se pode usar o martelo e o andar do personagem é mais lento, trazendo dificuldade ao jogo.
Os chefões de cada planeta (ou estrela) são bem diversificados e possuem mecanismos de ataque diferentes e coerentes com a temática do mundo em questão. Também há a presença de subchefes nas fases, onde geralmente é o novo inimigo que surgiu ao longo dela. Só que ele está em um tamanho muito maior e acompanhado de lacaios.
Durante o jogo, Kirby pode voar como um balão, pular, além de ingerir coisas e jogar contra os inimigos. Porém o mais interessante é quando ele engole certos inimigos que dão poderes especiais a ele. Dependendo do elemento que Kirby ingere, ele muda sua forma e lança um ataque diferente. Os elementos são: bomba, fogo, lâmina, gelo, ferrão, choque e pedra.
Outro fator divertido é que ele pode combinar dois destes elementos ao lançar o poder ingerido em um inimigo que possua poderes. Com isto, ele consegue 28 combinações diferentes de poderes como, por exemplo, choque com pedra, fogo com fogo ou usar apenas um elemento também. Agulha com agulha faz com que ele fique com várias coisas pontiagudas. Já bomba e gelo você vira um boneco de neve explosivo. Este é um elemento muito interessante para que se possa passar etapas do game, além de adquirir os cristais muitas vezes acessíveis somente para poderes específicos.
A navegação do jogo 2D misturado a uma perspectiva de cenário 3D, esta mudando enquanto Kirby caminha pelo campo é fascinante também. Estas mudanças da câmera fazem o game ganhar um ar mais interessante, considerando os jogos para Nintendo 64, cujo tradicional eram ambientes de exploração não lineares à Mario 64 neste gênero. Brincar com estas perspectivas chama bastante a atenção no game.
Colecione cartas e veja o verdadeiro final feliz
Kirby 64 possui diversos modos de replay como buscar todos os 72 pedaços de cristal. Caso o jogador consiga completar esta missão, ele tem um final diferente, permitindo também que vá enfrentar o verdadeiro vilão do jogo: Dark Matter. Se não conseguir, a rainha continua possuída pelos vilões do jogo e só é possível enfrentar o Miracle Matter (vilão da última estrela). Também há como liberar sessões de teste de sons do game, boss battles e aumento de dificuldade.
Outro ponto relevante de replay são as cartas colecionáveis obtidas ao final de cada fase no piquenique. Isto permite que o jogador continue jogando para liberar mais este recurso. Por último, também existem os mini-games que permitem modo multiplayer e são bem divertidos para algo ocasional com os amigos.
De modo geral, Kirby 64 trouxe uma perspectiva de jogo onde não basta apenas ir passando as fases, mas também deve se preocupar com as diversas combinações possíveis de poderes. Isto ajuda tanto a enfrentar chefões de forma mais fácil, além de permitir que se libere itens ou cartas extras em determinado momento do jogo. A parte visual que brinca com as perspectivas em 3D também chama a atenção e traz diferencial de navegação no game, comparado com o tradicional nos jogos desta dimensão. Um jogo recomendadíssimo!