A medicina nunca mais será a mesma. Pelo menos não com Trauma Team presente para cuidar de todas as necessidades médicas. Dr. House? Que nada! Nessa versão da série você possui seis médicos, cada um especializado numa área distinta, todos prontos para resolver qualquer dificuldade médica que aparecer. Sabemos que a Atlus fez um bom trabalho em Trauma Center, mas será que Trauma Team - o novo título que mistura estratégia, simulação e puzzles - tem o potencial necessário para ultrapassar seu predecessor? É isso que veremos no nosso diagnóstico. Ou melhor, na nossa análise.
Os heróis de jaleco
Seja bem vindo ao Resurgam First Care, onde problemas médicos gravíssimos e extremamente complexos são mais comuns do que pacientes com um simples resfriado. Nesse Pronto-Socorro você tomará controle de seis especialistas médicos diferentes, cada um com uma própria mecânica de jogabilidade, personagem e história próprios. Diferente dos títulos anteriores da franquia, dessa vez você passará mais tempo fora da mesa de cirurgia. Você poderá atuar como especialista em endoscopias na pele da meiga e delicada Tomoe; como profissional em socorros imediatos no papel da estressada Maria Torres; ser um ortopedista com complexo de super-herói na pele de Hank; viver a misteriosa vida do sombrio cirurgião CR-S01; passar um bom tempo deduzindo diagnósticos com o dedicado Gabe; ou realizar investigações no papel da obscura e semi-gótica profissional forense, Naomi.
Ufa! Parece muito, e posso adiantar que é bastante mesmo. Toda essa variedade permite uma mudança de ritmo de acordo com o humor do jogador, já que é possível alterar entre o enredo de um protagonista e outro a qualquer momento. Ao terminar a linha de história de um deles, a direção muda automaticamente para o próximo, até o fim do jogo.
Por trabalharem no mesmo local, é possível observar que os protagonistas costumam se envolver em casos em comum. Como o Hank ter que cuidar da perna quebrada de um paciente que a Maria acabou de tratar na emergência. Um elemento interessante no enredo, onde apesar de cada profissional ser distinto e se afastar pela mecânica, acabam se encontrando durante o desenvolvimento da história.
A conhecida e nova jogabilidade
Citei seis especialidades médicas diferente, das quais quatro já são conhecidas àqueles que vivenciaram o drama de Trauma Center. As duas que são totais novidades são a de diagnóstico e investigação forense. Mas passaremos por todas elas para relembrar a mecânica das antigas e comparar com as que foram introduzidas nessa versão.
A jogabilidade do cirurgião é a que mais se assemelha ao antigo título, onde você deve completar uma série de tarefas cautelosamente, observando os sinais vitais do paciente enquanto faz uma abertura em seu abdômen. A endoscopia foi um dos modos em que mais tive problemas. Não que isso seja ruim, na verdade eu tive problemas com o tamanho realismo que a jogabilidade permitiu, tendo que mover o WiiMote com muito cuidado para não atingir orgãos e machucar o paciente.
No departamento de emergências o ritmo fica mais frenético do que nunca. Aqui você só tem as ferramentas básicas: alguns antibióticos, tesoura e bandagens. A jogabilidade se difere e você precisa ser veloz para fazer o tratamento inicial o mais rápido possível. Como ortopedista, a jogabilidade se difere novamente e você recebe o papel de cortar ossos com máquinas lasers, colocar pinos, ou por que não, implantar próteses?
Os dois novos modos introduzem um ritmo muito mais calmo, onde o raciocínio ganha o lugar da velocidade na ação. No departamento de diagnósticos sua função é a de questionar e examinar pacientes, enquanto revisa o quadro de sintomas inúmeras vezes a procura de uma nova ideia. Pense no seriado do Dr. House. Aqui você também precisará analisar imagens produzidas por um CT ou de uma Ressonância Magnética. Pode parecer complicado, mas é muito recompensador.
Já a investigação forense leva você para cenas do crime, onde é necessário analisar detalhes, evidências, e até mesmo o defunto para concluir como sua morte ocorreu. Se uma cirurgia leva cerca de cinco minutos, um caso forense leva cerca de duas horas para terminar, tudo isso para descobrir o responsável pelo incidente. Soa um pouco com Phoenix Wright? Pois lembra mesmo.
Pontos fracos, existem?
Infelizmente sim. Trauma Team possui sua parcela de problemas, sendo um dos principais o fato dele se tornar repetitivo com o tempo, principalmente nos estágios de diagnósticos, onde você deve questionar o paciente, recolher sintomas, ler alguns gráficos, e assim por diante. Isso sem contar a tremenda pisada na bola ao ser impossível analisar, por exemplo, dois Raio-X do mesmo paciente lado a lado no objetivo de encontrar alguma anormalidade.
Alguns podem não achar isso um problema, mas na endoscopia pode ser cansativo fisicamente executar os estágios por muito tempo, já que praticamente exigem um ótimo condicionamento físico do braço do jogador.
Gráficos e comentários finais
Se você verificou as imagens até agora, deve estar se perguntando: estou tendo um dèjá vu? O pior é que não. O visual de Trauma Team é praticamente o mesmo de seus predecessores do Wii, sendo visível poucas diferenças. As cutscenes continuam sendo em 2D com o mínimo de animação, enquanto os segmentos dentro do jogo possuem uma característica 3D simples demais. Os visuais não estão ruim, mas depois de tantos anos, alguns fãs poderiam estar esperando melhoras mais significativas.
Independente disso, Trauma Team certamente está guiando a série na direção certa, adicionando novos elementos que renovam a experiência de jogo constantemente, enquanto preservam o que existia de bom nos títulos anteriores. Não importa se o seu estilo é de mais ação, ou se você prefere levar as coisas com calma - Trauma Team tem um especialista que se encaixa no seu perfil. E com isso, só posso concluir que o diagnóstico final está mais do que positivo.
Trauma Team – Wii – Nota final: 8
Gráficos: 6,5 | Som: 7,5 | Jogabilidade: 8,5 | Diversão: 9,5