Análise: Ragnarok DS

em 24/03/2010

Fazer com que um popular MMORPG caiba numa plataforma portátil é um negócio muito arriscado, principalmente quando a parte multiplayer do jo... (por Ricardo em 24/03/2010, via Nintendo Blast)

RAGNAROK DS_US_HIFazer com que um popular MMORPG caiba numa plataforma portátil é um negócio muito arriscado, principalmente quando a parte multiplayer do jogo é o que faz a sua experiência tão atraente, para começar. Ragnarok DS pode à primeira vista se assemelhar muito ao seu irmão online dos PCs, mas os sacrifícios feitos para trazê-lo ao console foram muitos, acarretando numa verdadeira mutilação de toda a aventura do jogo. Após algumas horas com os game em mãos, ao que eu me deparava com algumas dezenas de criaturas junto ao meu pequeno grupo de guerreiros, tive bem definida em minha cabeça de que infelizmente Ragnarok DS nada mais é do que um RPG extremamente genérico, com poucos elementos decentes e uma dose exagerada de atividades que levam ao tédio.

SniperNoticias_RagnarokDS_0004 A versão do game para o portátil muda completamente o foco online pelo qual a franquia é conhecida em favor de uma campanha solo, centrada em um menino que perde os seus pais e começa a se tornar um grande aventureiro. Você se junta a uma misteriosa garota que perdeu a memória e um elenco rotativo para combater monstros, caçar tesouros e, conquistar alguma fama na região e eventualmente salvar o mundo. As brincadeiras de criança e as interações entre as personagens entram num nítido contraste com a trama global do jogo, que aborda o iminente fim do mundo nas mãos de uma seita sombria que se esforça para ressuscitar um deus há muito tempo desaparecido. Mas no que o enredo deveria fazer com que o jogador se envolva na emoção da aventura, as interações apenas deixam em ênfase o feeling de que algo está faltando.

Logo no início você vai escolher a partir de um núcleo algumas classes, como Arqueiro, Espadachim e Comerciante. Essas classes da primeira fase lhe dão acesso às suas habilidades especiais únicas e podem, com o tempo, ser adaptadas às funções superiores como Guerreiro, Assassino, Sacertode, Cavaleiro, Ferreiro, entre outros. Existem diversas formas com que você pode alimentar a sua barra de experiência, desde a caça aos monstros até a solução de algumas buscas.

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Há uma ampla variedade de armas escondidas com as criaturas incomuns que povoam o mundo do jogo, e os comandos simples com a stylus fazem com que a tarefa de caçá-los seja bastante fácil. O sistema de combate em tempo real do jogo foi projetado para um máximo de conveniência, mas às vezes você pode se cansar um pouco. O problema em se envolver com os inimigos não está diretamente relacionado ao sistema de batalha, mas em como o jogo se desenrola. Num longo trecho aos meados do game, você é forçado a andar em meios às masmorras com os mesmos inimigos repetidas vezes, sem que nada de novo acabe rendendo, num extremo caso de tédio puro. A menos que você fuja de todos os inimigos, haverá uma recompensa mínima por lutar contra os mesmos montros constantemente, e os ambientes se tornam muito chatos depois de um tempo.

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O desafio no jogo é bem desequilibrado. A sua maior parte é incrivelmente fácil, se o feticeiro estiver junto contigo na party. Ele possui a magia de cura poderosa que vai aliviar todas as feridas provocadas por criaturas desegradáveis. Mantê-lo por perto o tempo todo não é muito aconselhável, então, se você planeja trabalhar um pouco. A sua ausência vai exigir que o jogador mude a sua classe para uma que contenha a magia de cura, ou conte com poções e itens pelo restante do jogo. Os outros personagens da história não podem se tornar curadores, e os genéricos que podem se juntar à sua party tendem a fazê-lo em um nível tão inferior que precisam estar por perto cuidando o tempo todo, fazendo com que a dependência por itens seja uma solução mais rápida.

A variedade de recursos visuais do jogo é muito boa, nada que vá muito longe em termos de capacidades gráficas do DS, mas ainda assim é bem atraente. O mesmo pode se dizer da música, que soa um pouco como os sintetizadores de bandas do cenário retrô.

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Considerando as raízes de Ragnarok, é muito frustrante descobrir que o componente multiplayer é uma das áreas mais fracas do jogo. O melhor que o jogo oferece é você ir à Mirage Tower, onde você pode se conectar com até outros dois jogadores para atacar criaturas e nada mais. Os jogadores mais obsessivos da série podem gostar muito de se aventurar no universo do jogo agora no mundo off-line, mas ao público restante eu deixo apenas um aviso: existem muitos RPGs melhores por aí.

Ragnarok DS – DS – Nota final: 5

Gráficos: 6.5 - Som: 6 - Jogabilidade: 5 - Diversão: 3


Ricardo tem 19 anos, é estudante de Administração, mora em Curitiba e ama tanto música pop que decidiu dedicar o seu tempo livre para a criação de um blog só sobre o assunto! Vícios atuais: Ladyhawke, Ke$ha, Little Boots, La Roux, VV Brown, Frankmusik e Dan Black. Sua cor preferida é lilás e seu filme preferido é O Poderoso Chefão.
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