De todas as first parties, talvez a Nintendo sempre tenha sido a que mais sofreu com a pirataria. Isso vem lá da década de 80, da época do NES, quando as “fitas” alternativas se proliferaram com uma velocidade assombrosa. Se pensarmos no Super Nintendo e no GameBoy, a situação foi ainda mais grave.
Depois de períodos mais calmos no Nintendo 64 e no GameCube, a Nintendo volta a enfrentar sérios problemas na geração atual. Mesmo que no Wii o número de games jogados ilegalmente seja gigantesca, é no DS que a situação é próxima do caos, graças a proliferação dos flash cards.
O impacto desse pequeno acessório (simbolizado pela linha R4) é tão grande, que a grande maioria de games para o DS não consegue alcançar sequer números razoáveis em vendas – e a situação só tem piorado.
Fáceis de se encontrar, práticos de se usar e baratos, os flash cards ganharam espaço, parecendo até serem parte do próprio Nintendo DS. Aqui no Brasil principalmente, parece ser essencial a quem adquire o portátil adquirir também o R4 (ou suas dezenas de cópias).
Preocupada com esse cenário, a Nintendo começou a investir pesado em mecanismos de defesa de sua propriedade. No fim do ano passado inaugurou o Nintendo Anti-Piracy, um site que possibilita a divulgação dessas ações e a denúncia, que pode ser feita pelos próprios usuários. No site também há dicas aos consumidores de como reconhecer um produto Nintendo falsificado.
Por meio de ações conjuntas usando os dispositivos legais competentes, a Big N já venceu ações contra piratas em boa parte dos países onde possui representação oficial: França, Itália, Japão, Reino Unido, EUA, Austrália e Coréia do Sul.
Na última delas, a Nintendo processou a distribuidora australiana SJ IT Solutions, que vendeu o R4 através de um site. A empresa acabou multada em quase 500 mil dólares. A ação serve como uma espécie de alerta aos sites que vendem indiscriminadamente o acessório, já que a partir de agora ações do tipo devem se tornar bem frequentes.
É lógico que é apenas um começo e somente medidas contínuas em grande quantidade vão conseguir limitar o problema a longo prazo. Mas pelo menos agora parece que a Nintendo está se mexendo com mais empenho.
Se a Big N vencer essa guerra, pode ter certeza que todos nós venceremos!