O sucesso da série Ace Attorney parece ter uma fórmula básica: carisma, uma história rica, grandes mistérios e textos inteligentes. Já que a fórmula é conhecida, que tal criar um novo herói, uma trama mais ousada e inserir mais profundidade nas partes interativas? Parece que foi exatamente isso que a Capcom pensou ao criar Ghost Trick, que chega em 2010 para o DS.
Produzido por Hironobu Takeshita ( Zack & Wiki e Mega Man 9) e dirigido por Shu Takumi, escritor dos games da série Ace Attorney, o título é um dos mais esperados para o DS. A apresentação oficial do game ocorreu no fim do último ano durante a Tokyo Game Show – e dá pra ficar animado com o que foi mostrado. A trama de Ghost Trick começa com o assassinato do personagem principal, o jovem Sisel. Isso mesmo, o game será em flashback, onde o jogador controlará o espírito do personagem que terá que reconstruir sua vida em poucas horas, impedindo que ele desapareça de uma vez por todas.
Na época do anúncio, Takumi chegou a afirmar que a ideia do game havia surgido cerca de cinco anos antes. “Estávamos trabalhando no terceiro Ace Attorney e acreditei que já era o momento de começar a pensar em outra coisa. Assim quis fazer um novo tipo de jogo, algo diferente do estilo de Ace Attorney. Escolhi uma plataforma portátil porque enquadra bem com o estilo dos meus jogos”, completou o produtor. Apesar da trama não ser exatamente original, é a forma como ela será contada que promete surpreender os jogadores.
“O protagonista de Ghost Trick vai viajar no tempo perto da sua morte, será testemunha de acontecimentos anteriores, vai voltar a ver velhos amigos e até encontrar-se com a pessoa que lhe deu um tiro e lhe causou a morte. Ainda assim não será apenas um observador passivo, uma vez que o jogador fará uso das capacidades tácteis do DS para que Sisel possua vários objetos. Estas e outras habilidades de Sisel vão permitir reescrever a história e até salvar a vida de outras pessoas”, disse Takumi para a revista Famitsu.
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Travessuras até dar medo
A jogabilidade com possibilidade de “possuir” os itens é o grande trunfo do game – e parece ser também sua grande inovação. Para usar determinado item o jogador terá que usar a opção “trick” (travessura em inglês) que revela quais objetos do cenário podem ser possuídos pelo jogador. O game será dividido em objetivos onde o jogador terá que usar essa habilidade para alcançar o que foi desejado.
Um exemplo vem da demo exibida na Tokyo Game Show, onde o jogador tinha que evitar que a namorada do protagonista resultado de uma sequência de tentativa e erro longa e trabalhosa. A verdade é que a jogabilidade parece muito divertida e desafiadora. O jogador terá que usar toda a sua inteligência para saber exatamente qual artíficio usar para se safar das situações. As possibilidades são grandes e podem surtir o efeito desejado ou complicar ainda mais as missões. É preciso ter calma e muito cuidado, além de ter a noção de quais objetos podem ser possuidos.
Outro destaque do game é o visual - uma mistura de Captain Rainbow (Wii) com a própria série Ace Attorney. Os modelos dos personagens são grandes e coloridos. É um novo padrão artístico em games do gênero no DS. Apesar de ser em duas dimensões, as animações são absolutamente fantásticas e mais leves que o normal. Há grandes chances de Ghost Trick ser lançado esse ano no mercado americano. Se assim for, talvez teremos talvez a mais competente mistura entre point-and-click e adventure do DS.